Para o Sr. Smith, em determinado momento o resultado obtido em campo deve prevalecer sobre irregularidades. Para o Sr. Smith, em outra situação, o que deve prevalecer são as normas.
Para o Sr. Smith, alguns jogos do campeonato devem ser vistos e alguns jogadores devem ser denunciados. Mas para o Sr. Smith nem todos os jogos podem ser vistos.
Para o Sr. Smith imoral é o time jogar com atleta suspenso, ainda que o jogo não valha nada. Para o Sr. Smith não é imoral (este ano) alterar o resultado final do campeonato.
Para o Sr. Smith não é imoral viajar pro exterior com tudo bancado por órgão ou instituição, cujos dirigentes podem/devem ser denunciados por ele.
Para o Sr. Smith, não é imoral alterar resultados obtidos em campo, dando preferência ao suposto cumprimento de normas pouco claras que permitem interpretações diversas.
Para o Sr. Smith não existe dolo, culpa, má-fé, boa-fé. Para o Sr. Smith não existe proporcionalidade, razoabilidade ou bom senso.
Para o Sr. Smith, o negócio é punir, sem observar o contraditório e a ampla defesa. O Sr. Smith quer a aplicação da pena antes de esgotados os recursos. Para o Sr. Smith, dane-se se posso entrar com um pedido de efeito suspensivo de um julgamento feito na 5a e não posso entrar com um de um julgamento feito na 6a, criando clara distorção ou ferindo a isonomia.
Para o Sr. Smith, pouco importa o sentimento geral de descrença, armação, marmelada, tapetão, injustiça e que jogos, pontos, resultados, classificações devem ser obtidas dentro de campo e só.
O Sr. Smith tem sonhos de grandeza, quer controlar o jogo, é o dono da Matrix. O Sr. Smith é a própria Matrix. Ele não está sozinho e assim como no filme está por todo canto, por todo o programa, são vários, multiplicam-se, exercem diferentes funções, mas a semelhança é clara. Alguns até se perguntam como o(s) Sr(s). Smith foram parar ali.
Eu me pergunto qual pílula estamos tomando.
Bom fds a todos,
SRN