sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O ano que (ainda) não terminou


13 de Dezembro. Apesar de cair este ano numa sexta-feira é uma data emblemática, consagrada para todos os rubro-negros, em especial os que já acompanhavam futebol em 1981. Naquele fantástico dia, completávamos o famoso período dos 23 dias em que vencemos a libertadores, o outrora importante estadual e o mundial de clubes. Dois anos atrás, nossa antiga fornecedora de material esportivo levou muitos de nós às lágrimas ao comprar o espaço em uma rádio para retransmitir o jogo, com a narração original. Nascido poucos dias depois, serei eternamente grato à Olimpikus por ter proporcionando a mim e aos outros torcedores mais jovens a alegria de poder, por 90 minutos, viajar no tempo e no espaço, gritar gol e me sentir fazendo parte daquele momento mágico.



Além da data especial, a citação, talvez uma exortação ao espírito rubro-negro e à paixão de torcedor de cada um de nós se faz necessária em um momento que considero realmente grave para o futebol brasileiro. Como torcedor, posso externar a minha indignação com o que vejo acontecendo. Me sinto um enorme palhaço ao pensar nas incontáveis horas de debates, leituras, conversas, idas aos estádios e aos bares para assistir jogos.

Chorar e sofrer, passar horas sem dormir tentando encontrar uma forma de ajudar, inventar  músicas, bandeiras, cartazes, ir cedo para o estádio para montar mosaicos, ficar sem voz. Tudo isso para ver o resultado ser decidido numa sala acarpetada, por cidadãos de toga e palavras complicadas, que talvez jamais tenham chutado uma bola na vida. Quão idiotas devem estar se sentindo nesse momento (e nesse caso são mesmo) os boçais que vão aos estádios para brigar, muitos acreditando estarem defendendo e apoiando seu time?

Não sendo advogado ou minimamente conhecedor do direito, não tenho nenhuma pretensão de debater, analisar ou sequer tentar expor a complexidade de artigos, parágrafos, alíneas, códigos, regulamentos, portarias ou resoluções que se complementam, se contradizem e/ou se sobrepõem umas às outras de maneira incompreensível para o cidadão comum.

Mas ao ver essa confusão se extendendo por dias, lembrei-me de um conto que li na internet e cujo link não consegui encontrar, lamentavelmente. Trata de uma distopia num futuro hipotético e supostamente longínquo, no qual os torcedores saem do estádio após o apito final sem comemorar a vitória. O jogo hipotético, decidido em um lance polêmico, um pênalti, seria discutido no STJD para confirmar - ou não – o que acontecera no gramado. Peço aos amigos que parem e reflitam por alguns instantes se esse futuro já chegou, ou se talvez ele já exista há algum tempo, sem que tenhamos percebido.
Falamos muito sobre moralizar o esporte e vemos hordas de advogados se debruçando sobre irregularidades, atrás de denúncias para ganhar nos tribunais os pontos perdidos dentro de campo. É verdade que isso não acontece só no Brasil e que existem máfias de apostas e outros submundos que eventualmente são denunciados por manipular resultados de campeonatos ao redor do mundo. Mas o limite da credibilidade do esporte, na minha opinião, fica estabelecido quando o perdedor busca reverter a derrota fora do campo, da quadra, da piscina, da pista.

Acho desnecessário usar termos mais fortes como golpe ou dizer que o futebol brasileiro está sob ataque. Me parece nítido, no entanto, que o que aconteceu no campo não está sendo respeitado e penso que as implicações disso podem ser desastrosas para todos, independentemente de quem cai ou não. Pensando sobre valores de clubes e campeonatos, quem vai levar a sério um campeonato em que o que se vê no estádio pode não ter valor nenhum?

 P.S.: Sorteio da Libertadores


Considerei bastante satisfatório o resultado que o sorteio da Libertaores 2014 trouxe para o Flamengo. Nosso grupo não é muito forte tecnicamente, mas vai nos trazer um belo desafio em termos de preparação e logística. A Libertadores é a competição mais difícil do mundo entre outras coisas pelo adversário invisível que se manifesta nas enormes distâncias e diferenças climáticas a serem enfrentadas pelos clubes.

Nosso grupo é, talvez, o que vai oferecer o maior desafio, não apenas para o Flamengo. Cada time terá um fator climático geográfico a seu favor, sendo o nosso o calor do rio, atenuado pelo fato de as partidas serem à noite. A distância que obriga a uma longa viagem favorecerá o Leon, assim como a altitude vai estar ao lado do Bolívar e do Emelec.

Acredito que um bom planejamento de recursos e logística, que passa pelo aspecto óbvio de não disputar o estadual com o time principal, será decisivo para que o Flamengo possa se classificar em primeiro e entre os  melhores. Desta forma, trará para si a vantagem de decidir as eliminatórias no maracanã, algo que se mostrou fundamental na vitoriosa campanha da copa do Brasil!

abraços a todos e SRN!