sexta-feira, 29 de novembro de 2013

TriCampeão

Já se passaram um pouco mais de 24 horas e não tenho certeza ainda se já caiu a ficha. Aquele bando de peladeiros descordenados, que tantas noites nos deixou insones pensando se o projeto de reconstrução do Flamengo seria abortado por um rebaixamento foi devidamente abandonado. Se tornou uma piada. Uma anedota fadada ao esquecimento e que vai povoar os sonhos não realizados dos nossos rivais ao lado de uma libertadores quase manchada de grená e de um mundial que arrebentou o cinto de segurança.

O Flamengo, mais uma vez, foi o time do improvável, o ponto fora da curva das análises dos grandes comentaristas. Impossível não lembrar da pergunta levantada pelo grande Gustavo do nosso querido Buteco sobre as chances do Flamengo após o terrível sorteio que condenou o Flamengo à uma difícil sequência. Nosso escriba perguntou aos convivas quais as chances do rubro-negro no campeonato. Eu, definitivamente, não acreditava nas chances do nosso time e lembro-me bem da opinião defendida por mim, pelo Bcb e outros frequentadores de que o Mais Querido teria pouquíssimas chances. Ressalvamos, porém, que caso o improvável acontecesse  se tonaria um combustível fortíssimo capaz de nos motivar tanto na copa do Brasil quanto no mata-mata.

Parece piada relembrar esses momentos, assim como parece insano relembrar todas as dúvidas e os momentos de questionamento feitos ao time do Flamengo ao longo de 2013. Um grupo que se tornou um bom time que conquistou a copa do Brasil, firme e tranquilo nas adversidades, como quando saímos atrás do Goiás no Maracanã e do Atlético em Curitiba. Time que foi monstruoso, gigante contra o Botafogo, esmagando um adversário pretensamente superior. Um time, construído pelo Jayme a partir do bando que um covarde fujão deixou para trás.

Apesar de tudo, contra tudo, contra todos e, sobretudo contra nós mesmos, nossos medos, fantasmas, adversários internos, opositores e sabotadores, vencemos. Somos mais uma vez campeões nacionais, derrotando os primeiros, fazendo os fortes se acovardarem e os fracos tremerem. Assumimos nosso favoritismo e atropelamos nossos adversários. Jogando em casa, no Maracanã, o Flamengo voltou a ser favorito e vencedor, temido pelos adversários e praticamente imbatível com a força das arquibancadas.

Encerramos um ano difícil com muitas lições aprendidas. Cabe lembrar uma frase muito oportuna do Henrin “Pedrada Rubro-Negra” Bueno falando sobre a capacidade da diretoria do Flamengo de evoluir. Disse nosso ex-colunista: “Cuidado Ratos, o gato aprendeu um truque novo!” Assim tem sido o comado do Flamengo. Evoluindo sem fugir dos erros. Aceitando as críticas e tentando fazer com que elas agreguem algo ao potencial do clube.

Vamos a Libertadores, a competição mais difícil do mundo, onde se joga no frio e no calor, no nível do mar e na altitude, em gramados e pastos e quase sempre contra times e juízes que falam espanhol. Vamos fazer da nossa participação em “La Copa” uma constante e inexoravelmente, ela voltará para a Gávea.

Gostaria de dedicar a coluna de hoje especialmente a duas pessoas que viveram sua primeira decisão de campeonato no Maracanã. À minha esposa e companheira de vida, que estava comigo e me vê vibrar, sofrer e viver o Flamengo quase todo o tempo da minha vida. E também a um grande amigo que, mesmo não conseguindo comprar para o mesmo setor, fez questão de abraçar o Flamengo e, em suas palavras, passar de simples torcedor a Rubro-Negro apaixonado.

A vocês e a todos que vibraram com essa conquista, parabéns e muito obrigado por estarem conosco. O Flamengo é esse gigante por causa de cada um de nós. Somos uma Nação que existe em uma camisa.

Acima de tudo Rubro-Negros.

Abs e SRN!