segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Quebrando Paradigmas

Buongiorno, Buteco! O Flamengo está na final da Copa do Brasil/2013. O feito é notável, considerando tudo o que ocorreu no Departamento de Futebol esse ano. Foram quatro treinadores (e quatro comissões técnicas diferentes, portanto), fracasso retumbante no Campeonato Estadual e um primeiro turno fraquíssimo no Campeonato Brasileiro. Quando tudo parecia que iria melhorar um pouco com o famoso treinador Mano Menezes, apesar das oscilações do time, veio a inexplicável saída do treinador e o cenário parecia ser o mais sombrio possível no horizonte, inclusive após a recusa de Abel Braga. Então veio Jayme e uma completa transformação no time, que talvez nem mesmo o mais otimista dos rubro-negros imaginava que se daria em tão grande proporção. A verdade é que Jayme encontrou um time titular e o fez jogar no mesmo nível das equipes melhor posicionadas na classificação do Campeonato Brasileiro.

O aspecto mais interessante dessa transformação, ao meu ver, é que ela se deu a partir de um estilo de jogo que, historicamente, o Flamengo não praticou e do qual, a rigor, muitas vezes foi vítima: um futebol rápido nos contra-ataques e que, quando joga em casa, pressiona o adversário no estilo "abafa", com jogadas objetivas e direcionadas ao "homem-gol" do time. O futebol de muitos toques e de controle do jogo a partir da posse de bola foi abandonado. O Flamengo tem vencido vários jogos nos quais acaba com menor percentual de posse de bola. Gostei dessa mudança porque representou uma quebra de paradigma. Não significa que, no futuro, um time vencedor possa ser montado com a característica do toque e valorização da posse da bola. O ponto é que os jogadores desse elenco, tão criticado e até menosprezado, foram utilizados da melhor forma possível, dentro e um esquema tático que permite extrair de cada um o que tem de melhor. Irracional seria tentar o contrário, mas nos últimos anos o futebol do Flamengo não foi administrado de forma racional.

Nas últimas partidas foi possível ver o time articulando jogadas com toques de primeira e verticais, numa clara evolução tática e mesmo técnica da equipe e de alguns jogadores. Será possível vermos o time ainda melhor nas duas partidas da final?

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O símbolo desse time, ao meu ver, é o centroavante Hernane "Brocador". Apesar de não ser um jogador técnico, luta dia-a-dia nos treinamentos para melhorar o nível do seu jogo e o seu esforço tem sido premiado: o seu grande talento, que é o de se posicionar bem para concluir a gol (o que o nosso amigo RNT muito bem definiu como uma apurada noção de espaço e tempo), parece cada vez mais apurado e já podemos ver Hernane conseguindo dar alguns passes, algo que antes não ocorria. Ainda prefiro que Hernane recue o menos possível e concentre-se mais nas conclusões, mas é de se registrar a melhora no nível de suas participações nas jogadas.

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Não se escolhe adversário para a final. Acho que o Grêmio dividiria a responsabilidade com o Flamengo, dado o seu histórico na competição (número de títulos e finais), além da tradição como clube grande. O Atlético/PR, por outro lado, vive melhor momento, mas em compensação o Flamengo não enfrentará um estádio de maior porte lotado no jogo de ida, como ocorreria na renovada Arena da Baixada ou na Arena do Grêmio. Contudo, o placar feito pelo Atlético/PR sobre o até então ascendente São Paulo, um dos líderes de pontuação do segundo turno do Campeonato Brasileiro, nesse último final de semana, serve de alerta.

Acredito, como disse no início desse texto, que o time titular do Flamengo joga no mesmo nível dos adversários melhor colocados no Campeonato Brasileiro, inclusive o Atlético/PR. Comparando os dois times, vejo um pouco mais de experiência, por força de jogadores tarimbados, do lado do Flamengo, e um elenco mais homogêneo do lado do Atlético/PR, o que considero normal, pois o time do Flamengo se acertou recentemente, não havendo tempo para o restante do elenco acompanhar a sintonia fina dos titulares, além do próprio elenco ser limitado, como já foi exaustivamente debatido por aqui. Já o Atlético/PR disputa as primeiras posições da tabela desde o início da competição.

Nesse contexto todo, decidir o título no Maracanã é uma vantagem, desde que o time não se descuide na primeira partida. Não vejo como o resultado do segundo turno do Campeonato Brasileiro, que foi usado por Mano Menezes como pretexto para pedir demissão, venha a se repetir. Portanto, para o Flamengo poder utilizar adequadamente a sua maior arma, que é a sinergia entre a torcida e a equipe dentro do Maracanã, terá que fazer uma boa partida em Curitiba e não permitir que o Atlético/PR abra vantagem, principalmente com um bom placar.

A ansiedade e a expectativa são grandes, assim como a confiança.

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Os resultados do final de semana deixaram o time a 8 (oito) pontos da ZR. O mau desempenho das equipes mais próximas à ZR nas últimas rodadas levou a uma reversão de expectativas e é provável que os tais 48 (quarenta e oito) pontos salvadores sejam reduzidos para 46 (quarenta e seis) ou até fiquem nos tradicionais 45 (quarenta e cinco), já alcançados pelo Flamengo.

As próximas duas rodadas serão dificílimas e serão seguidas por um confronto com o Corinthians talvez aspirando por uma vaga na Libertadores e cada vez mais ajudado pela arbitragem, como vimos ontem. É improvável que os times mais abaixo da tabela comecem subitamente a vencer suas partidas, mas é bom, como diz o nosso amigo RSG, ficar com um olho no gato e outro no peixe, sem se descuidar. Vejo o próximo jogo contra o São Paulo, em Itu/SP, como, entre os dois próximos confrontos, fora de casa, o mais provável e propício para somar pontos, já que o jogo contra o Grêmio, no final de semana, antecederá em poucos dias o primeiro jogo da final.

Bom dia e SRN a tod@s.