Ao contrário das
modorrentas 38 rodadas do brasileirão, a Copa do Brasil conseguiu despertar a
motivação do time e da torcida do Flamengo. Quando cada jogo é realmente para
valer, o estádio enche, a arquibancada incendeia o time e o improvável acontece
no gramado. Um elenco desacreditado se transforma numa equipe forte, organizada
e que carrega alguns traços básicos do dna rubro-negro: raça, superação nas
adversidades e a tranquilidade de quem conhece a força de jogar em casa no
Maracanã.
Sobre esse último aspecto,
gostaria de trazer às nossas mesas virtuais, uma lembrança de um documentário
sobre o tri tri campeonato (78-79-79). Após o que seria o encerramento do filme
com o grande João Nogueira entoando o Samba Rubro-Negro, surge um epílogo que
aborda os momentos finais do campeonato brasileiro de 80. Se eu for traído pela
memória, peço aos amigos do Buteco que me perdoem e, por favor, corrijam
qualquer engano cometido.
Ao fim do primeiro jogo,
em que o Flamengo perdeu no mineirão por 1 a 0, os jogadores comemoravam o
resultado no vestiário – jogávamos por dois resultados iguais - quando um
jornalista abordou o Junior questionando o motivo da festa, já que o time tinha
perdido. A resposta de quem conhece a fundo a alma do Flamengo foi direta: “Não
tem nenhuma chance de a gente não ganhar esse campeonato no Maracanã lotado com
a nossa torcida”.
Fiz questão de trazer esse
episódio para lembrar que uma das características mais importantes do flamengo
é a confiança. Confiança no Manto Sagrado, confiança na dedicação dos
companheiros de time e, sobretudo, na força inesgotável que vem das
arquibancadas. Voltar a ser um clube vencedor, passa obrigatoriamente pelo
resgate da confiança dentro e fora do clube. O cara que joga no Flamengo tem
que saber que é favorito em qualquer jogo no Maracanã, especialmente contra
times de fora. E o mesmo vale para o torcedor, que nos tempos áureos, ia ao
estádio pensando de quanto ia ver o Mengão ganhar, independente do adversário. Isso
tem que ser resgatado, e não existe momento melhor para isso do que uma final
de campeonato nacional.
Nos últimos anos, talvez
nas últimas décadas e, principalmente depois que surgiu a ditadura do “politicamente
correto”, vários times passaram a repudiar a condição de favorito. Ora no caso
em questão, isto é, a final da copa do Brasil que será decidida no Maracanã após
empate no jogo de ida, o Flamengo é o favorito sim senhor! Vejamos: O jogo de ida,
que foi disputado na casa do adversário, num campo que não favorece nosso tipo de jogo e com a maioria da torcida deles
terminou empatado. A volta ocorre num estádio maior, onde nossos jogadores se
sentem em casa, com gramado excelente, que não vai atrapalhar nosso toque de
bola e onde nossa torcida não vai parar de empurrar durante um minuto sequer.
Independente do gol marcado fora de casa, de quem é a vantagem nesse jogo?
Aceitar o favoritismo não é
nenhuma demonstração de soberba. É simplesmente entender as condições da
disputa de cada jogo. O Atlético era favorito no jogo de ida e não aproveitou
essa condição. O time sentiu o gol de empate, permitiu que o Flamengo neutralizasse seus pontos fortes e a torcida não ajudou o time a reagir. Pior para eles. Agora é a nossa vez e não podemos hesitar nem
ficar contando com vantagem de 0 a 0 dentro da nossa casa. O Jayme sabe muito
bem disso. Ele conhece o universo Rubro-Negro e sempre deixou claro que respeita todos os
adversários mas não tem medo de ninguém. Nessa final o Flamengo joga para ganhar!
Deixou Chegar, F%$&#!
abraços a todos e SRN!