sábado, 9 de novembro de 2013

A Lei do Urubu








Irmãos flamengos,

euforia, delírio, alegria incontida. Todos nós, rubro-negros, temos vivenciado esses sentimentos nos últimos dias. Natural, normal e justificável.

Após três anos de trevas e pesadelo, em janeiro deste ano, um grupo novo assumiu a direção do Clube de Regatas do Flamengo, trazendo consigo a esperança de milhões de rubro-negros espalhados por todo o mundo.

Na minha modesta opinião, acho que eles têm cumprido muito bem, em todas as searas, a tarefa de reestruturar o clube, sanear suas finanças, recuperar sua credibilidade, potencializar sua grandeza. Quem me conhece aqui do Buteco sabe como penso, desde sempre, a respeito do assunto.

Nossa torcida, também é de se reconhecer, tem feito, como sempre fez, a sua parte. Nunca abandonamos o Flamengo. Nem nas piores crises.

Batemos todos os recordes na pré-venda das camisas do Flamengo fornecidas pela Adidas: mais de trezentas mil camisas oficiais vendidas. Em pouco mais de sete meses de comercialização, a Nação Rubro-Negra adquiriu, provavelmente, em todo o país, mais de um milhão de Mantos Sagrados.

O Programa de Sócio Torcedor do Flamengo, o mais caro do Brasil, que em janeiro não tinha um associado sequer, chega a este início de novembro beirando os cinquenta mil flamengos. E, se a adesão prosseguir no ritmo dos últimos dois dias, poderemos alcançar, quem sabe, sessenta mil, ou mais, até o fim do ano.

Mesmo nos momentos mais difíceis, houve certa estabilização, em torno de trinta a trinta e cinco mil rubro-negros associados ao programa do clube.

A Nação Rubro-Negra, mais que qualquer outra, e desde quando brigávamos ferozmente contra o rebaixamento, tem comparecido em peso e lotado estádios Brasil afora. Neste ponto, merece menção especial a torcida rubro-negra de Brasília e arredores. Num momento de extrema dificuldade, abraçou o time e fez do Mané Garrincha a casa do Flamengo.






E quando da reabertura do Maracanã, nossa torcida, sem hesitar, pegou a chave de casa e entrou portas adentro.

Ninguém duvida: o Maracanã é do Flamengo.

Enfim, meus amigos, complementando tudo isso, nosso querido Flamengo está na final da Copa do Brasil.

Quem diria isso há dez meses atrás?

Grande emoção, sincera e humilde felicidade que todos nós, flamengos, após tanto sofrimento, temos compartilhado recentemente.

Mas, é necessário advertir, estar na final da Copa do Brasil não significa ter conquistado a Copa do Brasil. Vai distância entre um e outro. Distância que carece ser percorrida com muita raça e comprometimento.

Nos próximos dias, seja na rua, no condomínio, no restaurante, no shopping, na Gávea ou no Ninho do Urubu, nosso time certamente receberá uma enxurrada de afagos, carinhos, solicitações de fotos, autógrafos, ingressos, camisas.

É preciso, nesse contexto, que os jogadores do Flamengo, a comissão técnica, a diretoria, e, em certo ponto, até nós mesmos, da torcida, tenhamos a consciência de que, para conquistar o tão almejado título, faz-se fundamental mantermos o foco no objetivo maior a ser alcançado.

Porque ser campeão significa querer e mostrar algo mais. Não se contentar com o caminho até então percorrido.

O time não pode se deixar envolver pelo clima de loucura da torcida. Pés no chão; sapatinho máximo; seriedade; dedicação; superação. Esse é nosso mantra.

Mantra, regra, dogma ou lei que nosso comandante, Jayme de Almeida, com toda a sua sabedoria e simplicidade, soube tão bem sintetizar:


Respeitamos Todos, Mas Não Tememos Ninguém.






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P.S.: Torcendo muito pela plena recuperação do pai do nosso amigo, Simario, assim como pela do Carlinhos, nosso ídolo eterno.