Buongiorno, Buteco! Hoje assumirei meu saudosismo e a minha nostalgia. Sei o quanto pode ser chato o discurso de que antigamente o futebol era melhor, etc. e tal, mas eu peguei boa parte do futebol da década de 70 em diante e cresci assistindo a confrontos históricos entre Flamengo x Vasco da Gama. Portanto, tive a felicidade de acompanhar ao longo dos anos um desfile de grandes craques vestindo as duas camisas. O que eu testemunhei no Mané Garrincha ontem, porém, acabou me dando um sentimento de nostalgia. Ambos os times absolutamente sofríveis tecnicamente, incapazes de articular algo minimamente inteligente no meio de campo, onde prevaleceram faltas e mais faltas, e o bate-e-volta da pelota entre as defesas e os ataques. Até que houve emoção na partida, mas é entristecedor constatar o nível ao qual o nosso futebol chegou.
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As equipes entraram em campo com esquemas táticos parecidos, com a atualíssima "linha de quatro" no meio, embora com a diferença de que o Vasco não tinha centroavante fixo no ataque. O Flamengo começou melhor e tomando a inciativa, mas logo o talento de Juninho permitiu ao Vasco ter um período de predomínio no meio durante o primeiro tempo. O Flamengo reagiu, equilibrou as ações e chegou até dominar, mas tinha dificuldades em criar jogadas agudas. Perguntava-me o que seria necessário para encontrar o caminho do gol. A certa altura do jogo pensava com meus botões se Marcelo Moreno não faria melhor o trabalho de pivô, já que Hernane perdia todas as bolas pelo alto, além das outras que de qualquer forma a ele chegavam. Mas então Elias lançou Paulinho, que penetrou pelo lado direito da área e cruzou na medida para o Brocador abrir o placar na jogada que é a sua especialidade: o último toque a gol dentro da área.
Veio o intervalo e Dorival Júnior fez uma substituição polêmica: tirou Juninho, o melhor do time, o que em princípio não faria sentido, até porque tornou o Vasco menos inteligente e articulado, porém ao mesmo tempo aumentou a pegada contra um meio de campo do Flamengo que, como costumeiramente ocorre no segundo tempo, caiu de ritmo por alguns jogadores sentirem o cansaço. O Vasco então, embora sem criar grandes oportunidades, alugou o meio na base da disposição, do fôlego e da pegada e força física. Jayme fez a primeira tentativa de equilibrar a partida com Luiz Antonio no lugar de Carlos Eduardo. O time caiu ainda mais de produção. Veio o empate do Vasco em uma falha bisonha de João Paulo, retribuindo a furada de Cris no gol do Flamengo. Somente com a entrada de Gabriel no lugar do espectral André Santos é que o Flamengo conseguiu equilibrar novamente as ações - Gabriel entrou pela esquerda e Luiz Antonio passou a auxiliar Leonardo Moura na direita. Elias, burocrático, foi adiantado. Leo Moura foi outro dos que sentiu a idade e a sequência de jogos no segundo tempo, pois visivelmente lhe faltaram pernas para controlar a dupla Yotún e Marlone, a qual conseguira neutralizar na primeira etapa sem problemas.
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Gostei, no time, de Chicão, que fez ótima partida pela zaga, e de Carlos Eduardo, que deu piques em alta velocidade, foi o mais lúcido e, quando saiu, deixou o meio acéfalo. O mais surpreendente foi que não aparentava sinais de cansaço quando foi substituído. André Santos parecia estar bem mais cansado. Os destaques negativos foram Wallace e João Paulo. Elias fez uma partida burocrática e omissa, salvando-se pelo passe para Paulinho no lance do gol. André Santos nem isso. Limitou-se a fechar defensivamente o seu lado no primeiro tempo. Amaral ficou sobrecarregado no meio. Até que ia bem, mas a rigor só ficou em campo até o final por complacência do árbitro. Por fim, Rafinha parecia querer jogo, mas entrou já no final, sem tempo para forçar o segundo cartão de Yotún.
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Quinta-feira, as 21:00h, o Flamengo receberá o Internacional (sob o comando do Celso Roth?), no Maracanã. Wallace, graças a São Judas Tadeu, está suspenso e não joga; Gonzáles estará afastado para servir a seleção chilena e Frauches deverá ser seu substituto. Três pontos serão fundamentais.
Seguimos rumo aos 45 (quarenta e cinco) pontos, torcendo para que a Copa do Brasil nos permita ter alguma alegria nesse ano de absoluta ausência de talento, ídolos e brilho por parte do Mais Querido.
Bom dia e SRN a todos.
