quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Dia para quebrar tabu


O "old Maraca" começa a voltar sorrateiramente, pelo menos na bagunça oriunda em nossa genética, e até que a Copa do Mundo nos separe por um mês, para depois se estabelecer de uma vez por todas nos embalos dos jeitinhos que abundam por essas plagas. Desperdício de tempo achar que se vai educar um povo "via decreto" como se dizia nos anos de chumbo. Que aprendam com a Coréia do Sul e invistam maciçamente em educação para obter-se um retorno compatível com as estruturas físicas disponibilizadas a peso de diamante;

Na partida de domingo passado entre Flamengo e Criciúma, apesar da venda antecipada de ingressos, começamos a revê-lo já nas extensas filas do setor Norte bem antes do jogo iniciar, "furadas" pelos maus-educados de sempre, com a complacência de alguns soldados da PM que se limitavam a olhar tudo em volta com cara de paisagem e a presença de cambistas que ofereciam ingressos conseguidos sabe-se lá como ou com quais fornecedores. Já dentro do estádio, a turma que insiste em assistir o jogo em pé e sentar-se no intervalo também fazia a festa, além de bloquear os túneis de acesso com a sua presença, o que leva a pensar que foram vendidos mais ingressos para o setor do que a sua capacidade de lotação;

Tudo errado, pois, enquanto isso, os setores Oeste e Sul encontravam-se praticamente entregues às moscas, fato verificado que iria acontecer logo no caminho para o setor Norte, já que no acesso para o espaço Oeste, pela entrada da Uerj em frente à rampa do metrô, dava-se para ouvir o silêncio. Tudo leva a crer que se constitui em uma conjunção da falta de educação com a má-gestão relativa à distribuição do público presente, se pensar com boa-vontade no problema. Comprei o ingresso para o evento quatro dias antes, pela internet, e só consegui acessar as arquibancadas cinco minutos depois do apito inicial, tendo chegado nas cercanias do estádio 40 minutos antes da hora marcada. Alguns amigos sugeriram chegar com duas horas de antecedência. Está bom. Então, prefiro ficar tomando cerveja na praia a ter que começar a me arrumar ao meio-dia de um belo domingo para assistir a um simples jogo de futebol. Se ainda fosse a final do Brasileirão com a presença do Flamengo...


Fixando-me ainda em direção ao Sul, mas para o jogo de hoje à noite, "tabu existe para ser quebrado", dizem os torcedores em desvantagem numérica numa disputa. Mas quando, pergunto eu? No caso atual de Flamengo e Vasco, por exemplo, em que os Vices não ganham uma decisão dos rubro-negros há 25 anos, pelos meus cálculos "imparciais" eles devem levar outro tanto de tempo para curtirem o gostinho de levantar uma taça de campeão de alguma coisa em cima da gente, porém em momentos de racionalidade absoluta, não desprezo a possibilidade de, a qualquer momento, os velhos e bons fregueses ganharem pelo menos uma vez, quebrando esse encanto nos encanta desde 1998, afinal, clássico é clássico e Vasco-versa;

Mas no jogo desta noite com o Coritiba, a estatística é perversa com o Flamengo contra aquele adversário, naquela cidade, onde nos últimos nove jogos realizados, o mais-querido perdeu todos a partir de 2001, num 3 a 2 em partida válida pela Copa do Brasil daquele ano e obteve a última vitória num embate valendo pelo Brasileirão de 1998. Agora, quem puxa e se apoia na muleta do "tabu existe para ser quebrado" sou eu, carregado de boas razões, a começar pela fase decadente pela qual passa o rotineiro "melhor time do 1º semestre do futebol brasileiro", quando aproveita para bater recordes mundiais de vitórias sucessivas sobre os bambalas de sempre do insosso Campeonato Paranaense, além de estrear no seu comando técnico um treinador já contestado por sua torcida antes de a bola rolar, Péricles Chamusca;

As perspectivas de uma 2ª vitória consecutiva neste Campeonato são boas, embora persista o temor do cansaço que vem acometendo o time do Flamengo a partir do 25º minuto do 1º tempo. Mas não há alternativa, vamos nós na rota dos 33 pontos no Campeonato. Que venham, serão bem-vindos!

SRN!