terça-feira, 3 de setembro de 2013

Maracanã: Gostei, mas Daria Adeus!


Foi espetacular a torcida do Flamengo no Novo Maracanã, foi bem o time que enfrentou o Cruzeiro, saindo com uma grande classificação. No domingo passado, foi deprimente ver aquele time, mesmo não jogando tão mal, sair com um resultado de 0 x 4, sem o adversário fazer força. Lógico que grandes jogos e jogar em casa, influenciam ao desempenho da equipe, assim como o cansaço acumulado com estes jogos grandes. O tema aqui é a construção de um estádio próprio e/ou continuar ligado ao Maracanã, não se enganem é isso mesmo! Para mim, nenhuma surpresa, para muitos, algo mudaria por “ajuda divina” ou benevolência dos envolvidos. Não critico ninguém aqui por sonhar com o Flamengo no Maracanã, até porque não conheço torcedor do Flamengo mais sonhador do que eu, mas neste assunto específico não existe surpresa alguma.

O estádio é este, os atores são estes e nada vai mudar tão rapidamente, infelizmente. Para termos um Flamengo grande de fato, torceremos por uma casa própria, para 50 ou 60 mil pessoas, que se possa se distanciar da realidade atual e se modernizar com independência. Um exemplo do que digo está sendo executado pela diretoria nos esportes olímpicos e na sede da Gávea. Com o novo acordo feito com o comitê olímpico dos EUA possibilitará reformas no clube e na estrutura de treino de esportes selecionados, inclusive abrindo espaço para um novo plano diretor da sede. O acordo poderá ser 12 vezes maior do que o firmado na gestão anterior. Porque o Futebol não pode pensar assim? Porque essa visão tão tacanha e entranhada em passado para o futebol? Porque a falta de ousadia? Não consigo entender. Nisso misturo direção e torcida (parte dela), fixados na ideia de Maracanã, deixam de enxergar outras possibilidades de um futuro maior e mais seguro, mesmo que pareça ser mais difícil, e é mesmo!

A ousadia utilizada contra os custos dentro do clube não tem sido vista na hora de se separar de um passado afetivo e dispendioso. O Flamengo sempre pagou e sempre vai pagar para jogar no Maracanã. Só deixará de fazê-lo quando quiser construir uma casa. Não que seja simples, que o terreno vá sair de graça, que teremos ajudas de todos, mas com esforço e vontade (e pressão) política se consegue. Já tive a oportunidade de conversar abertamente com pessoas com profundo conhecimento no (do) clube e sei que o proposto aqui é difícil, porém neste momento a sensação é de que o Maracanã seja o melhor caminho, digo que não é, opinião. Não adianta se pensar o curto e o médio prazo. No longo prazo uma casa é a solução para muitos problemas, até para se ter independência política, financeira, moral. Lógico que Flamengo e Maracanã tem uma química especial, particularmente fui ao jogo (de quarta-feira) para ajudar a instituição, por honra e por saber que o time era frágil. IRIA DO MESMO JEITO no Engenhão.

Por tudo que ocorreu, pelo modo que foi construído e todos os imbróglios jurídicos, sociais e principalmente arquitetônicos do estádio, é um outro lugar, gostei, mas daria adeus. Dois exemplos tem “passado batidos nesta discussão de Maracanã ou não Maracanã: Vasco e Grêmio. Pensando no resultado financeiro, mal ou bem o Vasco quando não quiser mais mandar seus jogos no estádio estadual (concedido), pode jogar em São Januário, construído em 1927. Teve e continuará tendo seus problemas de longo prazo resolvidos, com independência. Porque o Flamengo não concluiu seu estádio que é de 1938? Lembremos que o Maracanã é de 1950. O Grêmio, se formos pensar no resultado esportivo, pode ser campeão brasileiro no primeiro ano de sua nova casa, com certo lucro e bilhetes mais baixos, mesmo não tendo um grande acordo para a construção do mesmo. Tudo muito polêmico, mas são fatos que comprovam a NECESSIDADE/DEPENDÊNCIA de uma casa, sua.

Existem milhares de motivos para que o Flamengo construa sua casa, seja na Gávea, seja em outro lugar na cidade. Como fazer? Os custos de construção podem ser diminuídos com cessão de propriedades como bares e lojas, cessão por período de cadeiras cativas, cessão por período de camarotes e direito de nome do estádio. Deve se negociar bares e lojas na planta, como ocorre em shopping centers; assim como cadeiras cativas para a construção do estádio, uma receita importante se separado 10% para isso, não asfixia as receitas futuras do clube; a estimativa de cessão dos camarotes anuais por no mínimo R$ 20.000.000,00/ano com licitação a cada 3 anos pode trazer uma receita importante para o pagamento do estádio e lucros futuros, como exemplo, estão negociando em R$ 25.000.000,00/ano no Maracanãe os Naming Rights pelos primeiros 15 anos do estádio, comparativamente com os da Arena Palestra, a “nova” Fonte Nova e da Arena Pernambuco (do Náutico), podem giram em torno de R$ 15.000.000,00/ano, num total de R$ 225.000.000,00. O Ideal é que o nome do estádio seja anunciado junto com o projeto, evitando assim, apelidos como Itaquerão por exemplo, mas para isso devem ser prospectados parceiros que queiram investir uma quantia considerável no Brasil e no futebol brasileiro via Flamengo.

Em posts anteriores demonstrei que se pode construir um estádio com R$ 600.000.000,00 com apenas 1/3 ou até 1/4 saindo diretamente dos cofres do clube (dependendo das negociações e do desempenho do clube nelas até menos), que diluídos em 30 anos ficam amplamente pagáveis e quanto mais o tempo passar mais fácil será o pagamento deste financiamento. Existem dezenas de exemplos de construções de estádios pelo mundo e que inclusive são executados com um custo menor do que o projetado o maior deles é o estádio em que foi disputada a supercopa da Europa, na sexta-feira passada entre Chelsea e Bayern, que foi mais barato que seu projeto inicial.

Surgiria um aparelho esportivo novo, no Rio de Janeiro, sustentável com um financiamento via BNDES ou outro banco, e/ou uma parceria com uma construtora como nos casos do Grêmio e Palmeiras (se possível em melhores condições). O que ocorreu com o Arsenal (Inglaterra) é improvável de se repetir, mas não impossível, mesmo se sabendo da possibilidade de ficar com Wembley, o clube preferiu construir um estádio novo, tendo a “sorte” da Emirates “bancar” o estádio e dar nome a ele por 20 anos. Um modelo que muito me agradou foi o do estádio do Barcelona de Guayaquil, que se pagou a construção apenas com a venda dos camarotes e áreas comerciais e o estádio Morumbi, construído na década de 1970 construído com venda de cadeiras cativas (proponho para o Flamengo cessão por período estipulado).
Dito isso, existem diversos culpados, inclusive o clube, no qual incluo no pacote, o produtor da licitação e quem administra. Ninguém reclamou lá atrás (exceto o comitê popular da copa e das olimpíadas), ninguém se reuniu, se uniuO Botafogo e Vasco tem suas casas o primeiro levou uma rasteira, o segundo pode lucrar em alguns jogos, mas todos teriam sido melhor sucedidos negociassem juntos, sei que hoje é impossível. O que penso ser possível, ainda, é se construir um estádio na zona portuária, Ilha do Fundão ou Barra da Tijuca e adjacências, desde que se tenha um transporte eficiente e facilidade de locomoção, mesmo na Gávea em acordo triangular com o endividado Jockey ClubSó opinião, repito, não sou eu, o não especialista a dizer o que fazer, a vontade deve partir do clube.

Depois de toda a confusão criada onde todos sabiam que ocorreria (cedo ou tarde), o Flamengo resolveu falar publicamente sobre a parceria com o consórcio e o Maracanã. Ficou claro que o Maraca nunca foi nosso? Ficou claro que este estádio é outro, com outro dono, que não o Flamengo, mesmo que com dinheiro dos torcedores/contribuintes? O Clube precisa pensar em si, ANDAR COM AS PRÓPRIAS PERNAS E PARAR COM A HISTÓRIA DE FICAR ESPERANDO QUE ALGUÉM FAÇA ALGO POR NÓS, POR SERMOS GIGANTES E POPULOSOS. Isso nos apequena e as promessas nunca são nem serão cumpridas. Pela bilionésima vez: QUE O FLAMENGO CONSTRUA SUA PRÓPRIA CASA!


FLAMENGO HIC ET UBIQUE!