sábado, 31 de agosto de 2013

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo


Boa noite, irmãos rubro-negros. 

Hoje faço a minha primeira postagem aqui no Buteco do Flamengo, espaço genuinamente flamengo, onde se debatem temas acerca do maior e melhor clube do mundo sempre com muito respeito e consideração ao próximo.

Peço, de antemão, muitas desculpas pela extensão do texto, mas são muitos assuntos a serem tratados, sobretudo por ser meu primeiro post, e foi-me muito difícil reduzi-lo.

Vamos lá: há alguns dias recebi um gentil convite da administração do Buteco, precisamente do Rocco e do Gustavo, para escrever uma coluna quinzenal.

Com muita gratidão e humildade, aceitei o convite e cá estou, traçando essas singelas, porém profundamente sinceras, linhas vermelhas e pretas.

Antes de tudo e qualquer coisa, gostaria de agradecer a oportunidade a todos os integrantes da administração do Buteco do Flamengo, em especial ao Rocco e ao Gustavo, bem como a todos os amigos e irmãos de fé que fazem do Buteco um local do mais alto nível, onde se respira Flamengo dia e noite.

É curioso esse negócio de internet, blog e mundo virtual porque, ao fim e ao cabo, eu passo muito mais tempo aqui no Buteco, trocando idéias com os amigos que o freqüentam, do que em casa ou com conhecidos antigos.

E acaba que, naturalmente, nós vamos estreitando os laços e criando uma certa familiaridade.

Enfim, muito obrigado Rocco, Gustavo, amigos da administração e irmãos de fé que fazem do Buteco do Flamengo o melhor espaço para conversar sobre o Mais Querido.

Decidi dividir este post em duas partes, que na verdade são uma só, pois os assuntos estão umbilicalmente relacionados, reiterando as desculpas pela extensão do texto.

Segue o texto.


O Novo Maracanã


Amigos, vivi no Maracanã, desde tenra idade, algumas das maiores emoções da minha vida. 

Os amigos podem imaginar o quanto me entristeceu, assim como a todos os rubro-negros, o fechamento do Maracanã. Mas o velho estádio, agora novo, foi finalmente reaberto, em formato de Arena, o “New Maracanan”.

E minha estréia foi no jogo contra o Cruzeiro, na última quarta-feira.

Meu irmão, Lipão, meu grande amigo e irmão de fé, com quem vivenciei todos os momentos de extrema alegria e tristeza no Maracanã, não pôde comparecer (que falta!), pois está a alguns milhares de Km do Brasil, retornando ao Rio de Janeiro apenas na semana que vem.

Combinei, então, com outros grandes amigos flamengos, Farley e Tiaguinho, também companheiros de muitas jornadas, o retorno ao colossal estádio. Mas, ao rumar para o estádio, deles me separei, pois meu ingresso era para setor distinto.

Lá chegando, ao adentrar a arquibancada, fui tomado por um sentimento de nostalgia muito grande. A realidade estava posta: o Maracanã que eu conheci não existia mais. 

Deu saudade. Muita. Tanta que, embora eu tentasse me controlar, acabei sucumbindo à emoção e comecei a chorar. Sim, chorei. Como criança.

Aí, resolvi ligar para meu amado pai, que estava em casa assistindo ao jogo pela TV. E disse-lhe, com todas as letras, em meio à gritaria da massa, que o Maracanã fora destruído. Falei-lhe que o Maracanã não existia mais, mas que a torcida, a Magnética, a Nação Rubro-Negra, essa sim, era a mesma.

E o coroa, em todo seu rubro-negrismo e sabedoria, respondeu: “filho, oh, escuta teu pai. Mengão vai vencer o jogo e trazer essa vaga.”

E me lembrei, de súbito, que fora feita uma convocação. 

O Flamengo conclamou a Nação Rubro-Negra a carregá-lo no colo e a empurrá-lo. E torcedor flamengo, quando convocado, se apresenta devidamente fardado e pronto a cumprir seu papel.

Durante os 90 minutos, a nostalgia e a saudade ficaram para trás.

O Flamengo estava em campo e a torcida também. 

Sobre o jogo em si, pouco, ou nada, tenho a dizer. 
 
Um jogo como esse, o torcedor rubro-negro não assiste, e tampouco torce. Vive-se! De corpo e alma. Cada segundo, cada minuto, cada dividida, cada milímetro do campo e da arquibancada.

Minha impressão do que ocorria em campo era a seguinte: quando a bola estava com o adversário, torcia alucinadamente para que o Flamengo a retomasse; quando estava com o Flamengo, sofria loucamente para que o time a empurrasse para as redes rivais.

Só isso e nada mais.

E, no final, aos 43 minutos do segundo tempo, como nos contos épicos, o Flamengo fez o gol da vitória, o gol da classificação. Gol feito por aquele que, hoje, enverga com honra e raça o Manto Sagrado: Elias, o profeta rubro-negro.

É a mística rubro-negra, que faz do Clube de Regatas do Flamengo o que ele é.

Gostei do novo Maracanã. Limpo, asseado, espaçoso. Perdeu, sim, a magnitude de outrora, mas ganhou no conforto ao torcedor e isso é importante.

Muitas famílias, muitas crianças, muitas mesmo, embora o jogo fosse à noite.

E a atual arquitetura do estádio faz com que a torcida do Flamengo cante junta, num grito só, uníssona, como foi muito bem salientado pela Unabomber Flamenina. Grande vitória essa!

Agora, há que se fazer alguns questionamentos.


O Maracanã é do Flamengo


Sem dúvida, se no Maracanã cabem 76.000 torcedores, na quarta-feira havia tranquilamente mais de 60.000 rubro-negros. Considerando que o público divulgado foi de 53.000 presentes, asseguro que seria impossível colocar mais 23.000 torcedores no estádio.

Houve evasão. E muita. Eu, como muitos irmãos aqui do Buteco, ingressei no estádio sem passar pela roleta, que estava desligada.

Outra coisa importantíssima, para não dizer fundamental: dos mais de R$ 2.000.000,00 de renda proporcionados pela torcida do Flamengo, coube ao Flamengo pouco mais de R$ 700.00,00.

Isso é inaceitável!

Se o Flamengo pretende competir em paridade de condições com os grandes do futebol brasileiro, precisa de um estádio que lhe propicie toda renda possível que sua fanática e inigualável torcida pode proporcionar.

Não falo só de bilheteria, mas de tudo que envolve um estádio próprio.

Basta olhar ao redor e verificar que nossos adversários estão construindo, ou ganhando de graça, às custas de dinheiro público, estádios modernos e de grande porte.

Se o Flamengo não se adequar à realidade, ficará para trás.

O clube, hoje, emitiu nota oficial em seu site a respeito da situação. Gostei muito do teor do comunicado. É quase que um apelo às autoridades e à Nação Rubro-Negra.

Então, se o momento é de pelejar ao lado do nosso amado Flamengo, façamos nosso papel, como temos feito, com tanta coragem e denodo, ao longo de nossa história.

O comunicado do Clube de Regatas do Flamengo esta lá, para ser lido, analisado, divulgado e para nos servir de inspiração.

E guardemos sempre, em nosso coração, corpo e alma:

Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.

Luiz Mengão Eduardo.