sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Maraca em estado puro!


Foi fantástico! Três anos depois o Maracanã voltou a ter uma noite épica, daquelas para as quais ele foi construído. Assim como o Flamengo, o estádio Mario Filho não foi feito para jogos contra a Portuguesa ou o Náutico numa quinta-feira à noite. Também não foi feito para jogos sem graça das intermináveis rodadas dos pontos corridos. O maior estádio do mundo só mostra toda a sua imponência quando é palco de jogos decisivos, quando um gol pode determinar a glória ou a eliminação.

A final da copa de 50, o milésimo gol de Pelé e os mundiais do Santos marcaram a história do Maracanã, mas mesmo nesses grandes momentos, havia um enorme vazio na alma do estádio. Nesses grandes momentos, faltou aquilo que diferencia o Mário Filho de outros grandes palcos como o antigo Wembley, o Azteca ou la Bombonera. O Maracanã só o é na sua plenitude quando é Flamengo. Eles se unem, se tornam a mesma força da natureza capaz, ao longo dos anos, de esmagar favoritos e conquistar campeonatos prováveis e improváveis.

Nesta quarta, o Maraca teve uma noite de Maraca e o Flamengo teve uma noite de Flamengo. Em desvantagem, contra um adversário tido como superior, contra todos os prognósticos o Mais Querido voltou ao estádio acompanhado de mais de 50 mil vozes que representavam 40 milhões de almas berrando a plenos pulmões:

MEEEEENNNNGOOOOOO!!!!!!!

Que sensação maravilhosa ver a torcida novamente cantando sem parar, do início ao fim do jogo! Durante 90 minutos, ficaram de fora as discordâncias com a diretoria sobre ingressos e sobre os jogos longe do Rio. Enquanto durou a partida, time e arquibancada jogaram juntos, espremendo o adversário no segundo tempo, como nos tempos áureos. Flamengo e Maracanã em estado puro, bruto, para matar as saudades dos rubro-negros mais céticos quanto ao espírito do reformado estádio.

 


Para encerrar, gostaria de deixar aqui uma sugestão para a equipe do STJD, que costuma analisar o comportamento e as opiniões de jogadores, técnicos etc. Eventualmente, os procuradores acabam mudando decisões dos árbitros que, segundo a regra do jogo, deveriam ser soberanas tanto técnica quanto disciplinarmente. Mas já que é assim, poderiam muito bem interferir na lamentável prática de enrolar e gastar tempo de forma descarada.

Penso que se houvessem punições como as que são dadas a jogadores que desabafam contra arbitragens tendenciosas, por exemplo, não veríamos cenas ridículas como as protagonizadas no Maracanã pelo time mineiro e em especial por seu goleiro. E deveriam ser denunciados também os árbitros pusilânimes que fingem ser ludibriados não dando cartões ou quaisquer punições aos jogadores trapaceiros.

Mas ainda que os procuradores decidam não interferir nessa questão, às vezes o jogo proporciona a torcida a mais deliciosa das punições. Após vê-los ensebarem durante mais de 90 minutos, foi de lavar a alma ver a cara de desespero do goleirinho e dos zagueiros mineiros ao ver que só sobrava tempo mesmo para buscar a bola no fundo do seu próprio gol.

abraços a todos e SRN!