Para um bom futuro dentro do futebol e dos esportes do Clube de Regatas do Flamengo, penso que a educação deva ser um artigo de primeira grandeza. Penso isso para todo o esporte brasileiro e para todo o país, mas aqui vou falar de Flamengo. Antigamente o clube tinha uma parceria educacional com o CEL – Lagoa, onde os atletas do clube estudavam em regime “diferenciado”, não sei se a parceria ainda existe, mas acho que o ideal seria o clube ter sua própria escola, um ambiente adequado pelo clube, moldado para as suas necessidades, pois os atletas viajam bastante. Temos alguns exemplos do que digo e vou citar dois. Um que conheci de perto e ficou negativo e outro famoso, de longe, positivo.
Infelizmente um grande rival nosso era um grande e bom exemplo do que espero que o Flamengo execute, o Vasco. Era. O Vasco tinha uma escola dentro de suas dependências, além de um alojamento para jovens atletas, mas ambos foram desativados. Conheci um professor de lá, que dizia ser boa a estrutura, porém foi se deteriorando ao invés de se fortalecer. Cortaram exatamente onde não poderia. Infelizmente, repito, o Vasco é o exemplo negativo. Neste aspecto não há rivalidade alguma, se é Vasco, Fluminense e Botafogo. O certo é que eu gostaria de uma educação de qualidade para as crianças do meu país (sem patriotada, por favor).
Por quê não os clubes de futebol darem o exemplo com boa educação e cultura para seus atletas, homens e mulheres, cidadãos? Logicamente, os grandes clubes do Brasil tem problemas financeiros, mas no médio e no longo prazo um profissional melhor preparado daria mais frutos e retorno desse INVESTIMENTO. Nem todos esses atletas se fixam no futebol, mas podem ser profissionais mais bem preparados para a vida, e inclusive, poderiam trabalhar no clube em qualquer outra lugar, desde que sejam bem orientados para essa função. Somente com preparo e conhecimento haveria a possibilidade para isso.
O oposto aconteceu no futebol Uruguaio. Felizmente. Elogiável o esforço da federação de futebol local, que fez um trabalho de base, na accepção do termo. Tudo mudou na formação dos atletas. Além de toda reformulação dentro de campo e da preparação de profissionais e atletas, foi construída uma escola nos arredores do Estádio Centenário, e assim, formação dos atletas não se restringiu apenas ao “campo e bola”. A participação do “jogador” estava então ligada diretamente ao seu desempenho na escola. Muitos foram “cortados” do programa por mal desempenho escolar. Para separar bem as coisas, este tipo de iniciativa não indica que todos os atletas surgidos deste quadro de qualificação pessoal serão “cordeirinhos amestrados”. O maior exemplo disso é Luís Suarez. Ótimo jogador, preparado profissionalmente, jogou bem na Holanda e joga muito no Liverpool (freguês nosso), mas tem conceitos morais para lá de discutíveis. Tem a ver com educação, não com índole. Apenas preparo.
Grande parte do trabalho foi executada pelo maestro Oscar Tabarez, ele mesmo, o treinador da seleção nacional. Ele montou a base para que esse trabalho também desse frutos fora de campo. Devemos considerar que a execução é um pouco mais simples em um país relativamente pequeno em extensão e população. No caso do Flamengo mais ainda, somos um clube, com responsabilidades menores do que um Estado, porém com o peso de uma Nação. Maestro Tabarez foi uma de minhas “indicações” para o comando técnico do futebol do Flamengo, agora bem entregue a Mano Menezes. Seria excelente contarmos com sua experiência, após a disputa da copa de 2014 (se o Uruguai se classificar), para a formatação de um modelo de formação no futebol do Flamengo, alguém que comandasse nossas categorias de base, dentro (se possivel) e fora de campo, fazendo uma melhor integração do atleta para o futebol profissional e uma boa prospecção deles, dentro de um perfil de formação determinado do Flamengo.
Tabarez poderia sim assumir o trabalho (profissionais e base) como um todo ou parte dele, apenas ajudando a estruturar o setor. Caso não quisesse se envolver no futebol do Flamengo, valeria uma consultoria e um trabalho por um período específico. Seria utilíssimo, de extrema importância para a construção de uma escola rubro-negra, um retorno efetivo do “craque o Flamengo faz em casa”. Este diálogo abre espaço para a "entrada" da academia formal no clube, em setores amplos: técnico, atlético, clinico, operacional, ensino/aprendizagem, institucional. Aconselho uma parceria com a Universidade do futebol. Formar, transformar a vida de talentosos atletas, dar futuro, preparar à todos, inclusive a própria instituição.
Uma escola própria elevaria o nível de preparação de todo o clube a um patamar maior de entendimento sobre o futebol (modalidade ou qualquer outra modalidade do clube), as relações entre os atletas e seu papel social, torcida e imprensa, sobre a vida além do esporte. Criaria-se um ponto de integração entre os atletas de todas as modalidades do clube, criando uma identidade flamenga em todos os esportes de forma multidisciplinar alongando as perspectivas. Esportivamente uma melhor educação trará jogadores com decisões mais rápidas, melhor coordenação e não impede que prevaleça o talento natural de cada um. O intercâmbio das experiências de jovens atletas dentro desta escola, traz um ganho significativo das vivências sobre o que é ser e viver o Flamengo, um cuidado do clube com comprometimento do clube e dos atletas com a instituição, uma identidade rubro-negra, raízes.
É um investimento ousado e não tão barato, mas que traria retorno grande, patrimonial, inclusive financeiro com verbas via lei de incentivo facilitadas. Esta poderia ser uma boa solução para o "insolúvel trambolho" do casarão de São Conrado. Que se construa uma escola lá! É um ponto estratégico para os atletas olímpicos que treinam nas dependências do clube e dos atletas do futebol no Ninho. Uma oportunidade para uma escola única e integrada, para atender a todas as modalidades. O desejado seria educação integral, de 08hs até as 17hs com os treinamentos específicos de cada modalidade, com ônibus saídos de três pontos da cidade facilitando o traslado dos atletas não-alojados e funcionários. Serão homens e mulheres mais preparados, atletas agradecidos com razão de tudo que o Flamengo os deu. Mas de verdade.
Uma escola própria elevaria o nível de preparação de todo o clube a um patamar maior de entendimento sobre o futebol (modalidade ou qualquer outra modalidade do clube), as relações entre os atletas e seu papel social, torcida e imprensa, sobre a vida além do esporte. Criaria-se um ponto de integração entre os atletas de todas as modalidades do clube, criando uma identidade flamenga em todos os esportes de forma multidisciplinar alongando as perspectivas. Esportivamente uma melhor educação trará jogadores com decisões mais rápidas, melhor coordenação e não impede que prevaleça o talento natural de cada um. O intercâmbio das experiências de jovens atletas dentro desta escola, traz um ganho significativo das vivências sobre o que é ser e viver o Flamengo, um cuidado do clube com comprometimento do clube e dos atletas com a instituição, uma identidade rubro-negra, raízes.
É um investimento ousado e não tão barato, mas que traria retorno grande, patrimonial, inclusive financeiro com verbas via lei de incentivo facilitadas. Esta poderia ser uma boa solução para o "insolúvel trambolho" do casarão de São Conrado. Que se construa uma escola lá! É um ponto estratégico para os atletas olímpicos que treinam nas dependências do clube e dos atletas do futebol no Ninho. Uma oportunidade para uma escola única e integrada, para atender a todas as modalidades. O desejado seria educação integral, de 08hs até as 17hs com os treinamentos específicos de cada modalidade, com ônibus saídos de três pontos da cidade facilitando o traslado dos atletas não-alojados e funcionários. Serão homens e mulheres mais preparados, atletas agradecidos com razão de tudo que o Flamengo os deu. Mas de verdade.
FLAMENGO HIC ET UBIQUE!
Ficaria gratíssimo com o comparecimento da Nação neste momento!
Obrigadaço!
