quarta-feira, 31 de julho de 2013
Rio - Bahia
A partida de domingo contra o Botafogo, na volta ao saudoso Maracanã, deve ser encarada didaticamente pelos dirigentes e torcedores do Mais-Querido em relação à metodologia de promoção dos garotos dos juniores para os profissionais, pois está mais do que evidente a existência de um "ruído" nessa transição que, algumas vezes, mantém efetivados jogadores que jamais convenceram nos profissionais e, lamentavelmente, tem ceifado outros que acabam por usufruir de algum destaque na concorrência;
Naquele jogo, está claro que desejo me referir aos jovens Luiz Antonio e Adryan que, junto com o melhor de todos durante os 90', Elias, mudaram os rumos do confronto ao submeterem o adversário a um verdadeiro massacre até o surgimento do gol de empate e o apito final a cargo do soprador de plantão. Bastou a Mano Menezes um pouco de coragem para retirar de campo duas apostas malfeitas, Carlos Eduardo e Diego Silva (este, em alguns lances, quase provocou um enfarte coletivo de rubro-negros no 1º tempo), para o meio de campo ganhar mobilidade, um toque de bola um pouco mais refinado e investidas verticais, que desmoronaram as linhas alvinegras e deram maior volume de jogo ao Flamengo, levando-o ao merecido gol feito pelo nosso volante, que esteve numa noite de gala com belo repertório, marcando bem, armando com categoria e concluindo com oportunismo por três vezes para valer uma;
Evidentemente que nem sempre será assim e aí é que entram os ensinamentos colhidos que nos remetem para uma visão mais ampla do processo de transformação ao qual os meninos estão submetidos, já que cada indivíduo tem o seu próprio ritmo de crescimento. Eu, torcedor, vou reclamar, ficar aborrecido e esbravejar a cada oscilação dos garotos para baixo e que leve o meu time a uma derrota, mas tenho como companheira a emoção, que me fez disputar um sistema de transportes com 3 milhões de peregrinos para ver a reestreia do meu clube no novo velho estádio. Reconheço que a diretoria e a comissão técnica também têm o direito de extravasar a sua alegria e são dominadas pelas emoções, humanos que são, porém, no dia seguinte ao jogo elas têm que baixar os batimentos cardíacos e agir racionalmente a fim de preservar as sementes longamente cultivadas e não desperdiçar futuros talentos face o imediatismo, que pertence ao emocional da torcida e não deve fazer parte da filosofia de trabalho dos profissionais do clube, tampouco de seus Vices-Presidentes;
E vamos em direção à noite de hoje, quando as vibrações virão da Fonte Nova, na Bahia, em mais uma contenda que se prenuncia como difícil e torço para que os reforços de "baixo peso" não sejam escalados como solução de uma vitória. Creio que, dificilmente, o Flamengo repetirá a atuação desenvolvida na parte final do jogo passado, tal a síndrome do jogo fora de casa e nem quero ouvir o lugar comum segundo o qual "o importante é somar pontos" se mais um empate (apenas melhor que a derrota) acontecer. Pra mim, o importante será ganhar esse jogo, pois o Flamengo tem amplas condições para vencer o time baiano e se posicionar no meio da tabela para, depois, ir adiante no próximo jogo em Brasília.
SRN!