Depois de um final de semana sem futebol no Rio de Janeiro, sem jogos do Flamengo e um Dia das Mães de alegrias outras como a derrota do Sport e o atropelo do Vitória sobre o Bahia de Joel, vamos revisitar aos estaduais e o seu papel. O campeonato estadual é um torneio defasado e deficitário, um prejuízo para todo mundo, grandes e pequenos. Os únicos que pode se dizer que estão satisfeitos são as federações estaduais que colocam o dinheiro de suas altas taxas no bolso. São se analisa os estaduais pelo fim, porque sempre serão interessantes com jogos decisivos e estádios cheios. No entanto, se arrasta por todo o primeiro semestre, sendo preciso uma nova configuração de calendário.
A diferença do calendário que tentarei propor para o atual é que ele favorece a conexão entre as competições e coloca as federações estaduais em seu devido lugar. O papel delas é de se preocupar com a prática do futebol e facilitar aos atletas profissionais como um todo, não apenas ficar de "olho" no dinheiro dos grandes clubes. Tenho a intenção de reduzir datas para os clubes principais e maximizar datas para os clubes de menor investimento, garantindo o negócio futebol, profissão. Segundo um levantamento do canal Sportv apenas 100 clubes de futebol tem atividade profissional o ano inteiro, com isso o restante fica a espera dos campeonatos estaduais no inicio do ano seguinte. Com este novo calendário existirá atividade para 474 clubes no total, para todo o ano.
As equipes de menor investimento deveriam se restringir apenas aos campeonatos estaduais, porque são equipes semiprofissionais, quase amadoras, ao menos em sua estrutura. Os clubes mais bem qualificados e de estrutura profissionalizada, participariam de um campeonato regional, o nacional e da Copa do Brasil, com o ano inteiro sendo movimentado e emprego para todas as escalas da "cadeia do futebol". O primeiro mês do ano profissional será obrigatoriamente de pré temporada, seja em Janeiro ou em Julho, dependendo da inversão de calendário por uma unificação ao calendário mundial, em que apenas o Brasil e outros pequenos países jogam Janeiro/Dezembro (a Rússia “inverteu” este ano). As novas regras já poderiam valer para no mínimo 2015, mas o ideal que fossem para 2014/2015.
O melhor para esta nova re-divisão dos campeonatos é o exemplo da Inglaterra, onde equipes em divisões nacionais distintas continuam sendo rivais, isso não se acaba com a modernização e que apresenta ser o mais importante a manutenção e a formalização da profissão no Brasil, que é muito frágil. Há uma regionalização nas divisões inferiores que permitem certa igualdade. Como o Brasil tem extensão continental e “representação futebolística” importante em todas as regiões, os torneios regionais seriam um modo de filtrar e aprimorar as fórmulas de modo a organizar competições para mais clubes do que hoje é possível, trazendo visibilidade e ordem as competições. Em vez de 27 torneios estaduais tendo representatividade real apenas 8 ou 9, teríamos cinco regionais com representatividade em todo o país, sem que se exclua as rivalidades regionais, pelo contrário, em minha humilde opinião as acentuaria.
Regional RJ/SP (Fevereiro a Junho ou Agosto a Dezembro, igual para os outros regionais, os “Regionais A”) – Os oito grandes clubes (Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo) teriam presença garantida no regional. Os outros participantes se encaixariam com a classificação deste ano, 2013, sendo os três melhores do Rio de Janeiro (Resende, Boavista e Audax Rio) e os cinco melhores de São Paulo (Mogi Mirim, Ponte Preta, Botafogo, Penapolense e Linense), formando o regional RJ-SP com 16 clubes. Quatro grupos de quatro equipes que jogariam entre si em turno e returno, e os dois melhores se classificariam para as quartas de final com jogos de ida e volta e gol qualificado, melhor campanha decide em casa, regra igual nas semifinais e final. Total 12 datas, contra as 26 datas possíveis atuais.
RJ/SP B – Outros 16 clubes dos estaduais do RJ e de SP se “equalizariam” em nove equipes do RJ e sete de SP no regional B com datas de Fevereiro até Novembro e fórmula diferente do regional principal. Os rebaixados do RJ - Olaria e Quissamã - dariam lugar aos clubes que subissem da segunda divisão e os rebaixados de SP – Mirassol, União Barbarense, São Caetano e Guarani - mais os 15º e 16º colocados (Atlético Sorocaba e Oeste) cairiam para o estadual. O 15º e 16º fariam um quadrangular para com o campeão e vice da segunda divisão de 2013 para decidir as duas últimas vagas do regional B. O torneio seria disputado em dois grupos com 8 equipes misturadas entre os estados, em jogos de todos contra todos e fórmula similar à do campeonato carioca atual, semifinal e final de turno em jogo único.
Primeiro turno contra os times do mesmo grupo e segundo turno contra os times do grupo oposto, terceiro turno contra times do grupo oposto e mando invertido e quarto turno com equipes do próprio grupo e mando invertido em relação ao primeiro turno. Quatro turnos alongando as partidas pela temporada. Os dois primeiros de cada grupo fazem as semifinais do turno, em jogo único na casa da equipe de melhor campanha, o mesmo valendo para as finais de turno, com gol qualificado para equipe de melhor campanha a fase de classificação. Ao final dos quatro turnos teremos no mínimo 30 jogos e no máximo 38, para se saber os quatro clubes de um quadrangular final (total de 44 partidas).
Estadual A, RJ e SP – Abaixo dos clubes que participariam do regional B se jogaria os Campeonatos Estaduais. O que representará o descenso para os campeonatos estaduais é o regional B, onde os três piores de cada estado serão rebaixados para a primeira divisão estadual, ou seja, os regionais estariam um patamar acima, não exterminando as rivalidades regionais. Com 16 clubes (em cada estado, independentemente) e mesma fórmula do regional B se garante muitos jogos por ano, inclusive com a possibilidade de se “dobrar o calendário” (caso seja necessário). O campeão subiria automaticamente para o Regional B no ano seguinte, como o vice-campeão e o clube que mais somou pontos na campanha pelos pontos corridos (caso não seja o campeão ou vice, o segundo maior pontuador, ou terceiro), descem para o estadual os três piores de cada estado no Regional B.
Copa Nordeste (“Lampions League”) – Mínimo de um clube por estado e ranqueamento de acordo com os clubes das primeiras divisões dos campeonatos nacionais (Brasileiro A, B e C), hoje seriam somados um representante do Piauí e outro de Sergipe mais o Santa Cruz, para se chegar no total de 16 equipes. Para a classificação, seria levado em conta todos os clubes que jogam os campeonatos estaduais nos 9 estados, 54 equipes. As equipes que sobrassem das classificações jogariam.
A “Lampions League” B (seis clubes de cada estado BA, PE, CE, RN, MA, PI, AL, PB e SE + quatro convidadas por ranqueamento da CBF), 40 equipes, com calendário para o ano inteiro e uma característica diferente, porque o futebol da Região Nordeste e seus clubes podem não ter muitas grandes conquistas nacionais, mas tem peso e tradição regional muito relevante para o “negócio futebol”. As equipes seriam separadas em 4 grupos de 10 times e em cada turno as equipes de um grupo jogariam contra as de outro grupo, até o último turno, onde as equipes jogariam dentro do próprio grupo. Fórmula base para o regional B, parecida com a proposta para o RJ/SP B. Num quadrangular final, com os campeões dos turnos, decidiriam o campeão da Copa do Nordeste B.
Os Estaduais de BA, PE, CE, RN, MA, PI, AL, PB e SE –disputados com 10 clubes nos nove estados e calendário o ano inteiro. Quatro turnos, todos contra todos e os vencedores de cada turo fazem um quadrangular final em 6 jogos, como descrito acima para os regionais B e os estaduais de RJ e SP.
Copa Sul/MG - Os quatro melhores clubes em cada estado se classificam para o regional, com 16 clubes em 10 datas (Atlético-MG, Cruzeiro, Internacional, Grêmio, Coritiba, Atlético-PR, Figueirense e Avaí, garantidos), classificação pelo estadual do ano anterior (2013 ou 2014) e fórmula igual ao RJ/SP. Regional B Sul/MG com 16 clubes sendo quatro de cada estado e formula igual ao Regional B RJ/SP. Estaduais de MG, RS, PR, SC – 16 clubes com fórmula alongada e formato igual aos estaduais de RJ e SP. Quatro turnos, todos contra todos e os vencedores de cada turo fazem um quadrangular final em 6 jogos.
Copa Centro-Oeste/ES com 16 clubes em cada série (A e B) e classificação de acordo com o ranking da CBF e os campeonatos nacionais que as equipes participam. Estaduais de GO, DF, MT, MS e ES como nos estaduais da região Nordeste. O conceito igual seria utilizado para a Copa Norte e os estaduais da região Norte (estaduais de PA, AM, RR, RO, AC, TO e AP). As competições destas regiões baseadas no descrito para os Regionais A e B e nos estaduais descritos acima.
A realidade criada tornaria os estaduais classificatórios para os Regionais B, ordenando e profissionalizando "forçadamente" aos atuais clubes, que hoje jogam apenas por quatro meses. Os regionais “desinchariam” os estaduais sem sumir com rivalidades locais. Se somarmos os 168 clubes dos regionais mais os 32 clubes da primeira divisão de RJ, SP, MG, RS, PR e SC (16 de cada estado, 96 no total), mais 90 clubes das federações do Nordeste, mais 50 clubes das federações de Centro-oeste/ES, mais os 70 da das federações da região Norte são 474 clubes de futebol PROFISSIONAL (306 da primeira divisão estadual, abaixo dos regionais A e B e os 168 dos regionais). Com esta regionalização e uma profissionalização “forçada” se garante o emprego de quem pratica o futebol por todo um ano, a CBF garante nas 27 federações inúmeros profissionais do futebol, direta e indiretamente trabalhando com os 474 clubes, no mínimo.
A “dona” do futebol nacional é quem deveria cuidar desta modernização, os clubes não tem como “se ajudar” com as dimensões continentais do Brasil, o ideal seria uma liga capitaneada pelos grandes clubes. Em RJ, SP, RS e MG até existe estrutura para uma segunda divisão estadual (nos moldes que pensei), mas deve se observar que clubes outrora profissionais hoje são amadores, porém teriam uma possibilidade real de profissionalização com projetos que beneficiariam o país como um todo e a praticas do "football association". Os campeonatos regionais deveriam ser disputados junto com o Campeonato Brasileiro, mas logicamente sua primeira etapa deveria ser um alongamento da pré-temporada. Os nacionais começariam no mês seguinte ao inicio dos regionais e os Regionais A teriam sua decisão no meio da temporada, garantindo a “emoção” ao longo da mesma. É preciso a modernização e a mudança do calendário para que o negócio não morra e a realidade é que Olaria, Quissamã, Linense e o tradicional clube do Remo, que foi adversário do Flamengo na Copa do Brasil, já estão de férias em 2013. Pensemos no todo, o calendário atual morreu.
FLAMENGO HIC ET UBIQUE!