
A uma semana da estreia, os confrontos com o Campinense, da Série D do Campeonato Brasileiro, mostraram que o time tem problemas no sistema defensivo que precisam ser corrigidos. Temos dois laterais que muito avançam, sendo Leonardo Moura uma das mais importantes armas ofensivas do time atualmente, mas o que se vê é, pela direita, uma cobertura caótica por parte dos confusos volantes e dos lentos zagueiros, e não raro Rafinha, atacante, correndo para ocupar e executar as funções defensivas de lateral. Há algo de muito errado nisso. Atacante no lugar de lateral? Não faz o menor sentido. Ajuda de atacante a lateral na marcação é algo bem diferente. E por achar que lateral, subindo ou não, tem que marcar direito, prefiro Leonardo Moura sendo utilizado como no confronto contra o Atlético/MG ano passado, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro (e não necessariamente como titular); mas se Jorginho continua a vê-lo como lateral, de duas uma: ou terá que restringir suas subidas ao ataque, com isso limitando o poder ofensivo da equipe, ou ao menos um dos reforços contratados terá que demonstrar grande capacidade de cobertura, algo que os atuais jogadores do elenco não têm demonstrado, até porque não sabemos como Cáceres voltará da contusão. É bom lembrar que pela esquerda joga pelo nosso adversário da estreia ninguém menos do que Neymar.
No meio há a expectativa de que os desconhecidos reforços, todos advindos do forte futebol do interior de São Paulo, vinguem com a camisa rubro-negra. Se entre Diego Silva e Val conseguirmos um volante que tenha capacidade efetiva de marcação, a par da distribuição de jogo, estaremos no lucro. Logo à frente Jorginho tem o desafio de encontrar, entre as várias opções que possui para a posição de armador, um jogador que possa começar as partidas, pois é nítido que Renato Abreu não terá condições físicas de ser o titular em três competições simultâneas, partindo do princípio de que o Flamengo finalmente fará uma campanha ao menos razoável na competição internacional neste ano.
Venho insistindo bastante neste ponto, reconheço, mas não custa mais uma vez lembrar que o time tem poucos jogadores que fazem gol. Com a saída de Cléber Santana (pela qual estou longe de me lamentar, mas se trata de uma constatação objetiva), ficamos com apenas dois dos maiores artilheiros do elenco - Hernane e Renato Abreu, sendo que dificilmente Marcelo Moreno e Hernane jogarão juntos e o ideal é que Renato Abreu não seja titular. A jogada de Elias no segundo gol contra o Campinense pode ser uma alternativa interessante, se devidamente treinada. No lugar de Jorginho, insistiria ainda na bola aérea com González. O fato é que, historicamente, times que pouco marcam gols disputam as últimas colocações no Campeonato Brasileiro e, nesse particular aspecto, o rendimento do elenco nesse segundo semestre é uma grande incógnita. Sei que a ideia não é simpática a muitos, mas, diante de tal quadro, contar com Liédson no elenco, para ser utilizado na segunda etapa das partidas, por suas experiência e categoria, mesmo com um joelho a menos soa para mim até como uma necessidade, a não ser que a Diretoria faça mais contratações para o setor, ao meu ver a solução ideal.
O mais importante, no entanto, é a sua opinião, amigo do Buteco: o time da estreia deverá ser Felipe, Leonardo Moura, Renato Santos, González e Ramón; Amaral e Elias; Rafinha, Renato Abreu e Gabriel; Hernane. Você concorda ou mudaria a escalação ou mesmo o esquema tático? No lugar de Paulo Pelaipe, encerraria o ciclo de contratações ou traria mais jogadores e para qual posição? E, finalmente, acha que temos alguma chance de conquistar alguma dessas três taças?
Bom dia e SRN a todos.