Fiz
uma pesquisa simples, no site de alguns dos maiores clubes do mundo
para saber como estes se organizam e como é sua gestão de marca e
parcerias com patrocinadores. A porta de entrada destes clubes é
muito bem feita, trazendo as mais variadas informações sobre as
instituições. Os clubes escolhidos foram Bayern de Munique, Real
Madrid, Barcelona, Milan e Manchester United, somados a um exemplo
latino-americano de grande torcida, o Chivas Guadalajara. Nosso site
até que é bom, mas falta muito para chegar no nível gráfico do
site do Real Madrid, de Barcelona e Bayern de Munique,
respectivamente (gosto pessoal). Os demais estão no nível do nosso
site, não sei se no nível de informações, porque não analisei
tão a fundo, mas no nível gráfico sim. Nem posso entrar tão a
fundo nestas áreas (imagem, marketing e gestão), mas com o
conhecimento mínimo que tenho vou relatar pontos que achei
importantes.
O
que à principio me levou a fazer esta coluna foi um post sucinto
site Jogo de negócios,
que demonstrava o modelo de negócios e de parcerias em
licenciamentos e patrocínios, principalmente patrocínios, do Bayern
de Munique que é semelhante aos do Real Madrid, Barcelona, Milan e
Manchester United. Este é separado em cinco categorias: patrocinador
principal, fornecedor de material esportivo, parceiros premium,
parceiros clássicos e parceiros de alimentação, e na totalidade
obteve 25 parceiros. Trazendo para a realidade do Flamengo para base
comparativa, poderíamos simplificar com: Patrocinador Máster,
Fornecedor de material esportivo, parceiros oficiais, fornecedores e
Olimpicos/Base.
O
site é a porta de entrada destes clubes para o mundo e já que cada um dos aspectos mereceria um post especial, vou
simplificar o que mais gostei em cada um dos clubes. Num
esforço gigantesco de "bricolagem" administrativa, tentarei encontrar nosso
caminho, porque Milan
e Manchester United são clubes onde só há o futebol, já Bayern
Munique, Real Madrid, Barcelona e Chivas Guadalajara são
poliesportivos e trabalham bem estes aspectos, inclusive com
parcerias relacionadas à educação e cidadania, papeis da entidade
e de um clube desportivo do porte do Flamengo:
- No Real Madrid me impressionou a descrição do organograma e a Escola de estudos universitários, isso mesmo uma universidade dentro do Real Madrid;
- No Bayern de Munique ocorre a separação da empresa em uma interessante S/A, inclusive com ações dos patrocinadores. Adidas e Audi tem 9,1 % cada uma e o Bayern F.C. Tem 81,8%;
- O Milan é um exemplo de quem não quer se restringir ao mercado europeu, sua pagina é em português, além do Milan Lab programa de estudos científicos com os atletas, professores e de tecnologia por uma parceria com a Microsoft. Além disso há uma junta de auditores no organograma no mesmo patamar dos vice-presidentes (se bem que o “dono” do Clube é o conhecido Silvio Berlusconi, maior acionista, ex-premiê e quase dono da Itália);
- O Manchester United impressiona no setor de licenciamentos, parcerias e patrocinadores. Eles fazem muito dinheiro e sabem fazer! São quatro escudos e quatro nomes licenciados além dos 24 parceiros locais, regionais em diversos seguimentos diferentes;
- O Barcelona impressiona na quantidade de modalidades, quantidades de títulos nestas modalidades, a quantidades de patrocinadores gerais e específicos e na qualidade dos modelos associativos. É o grande modelo a ser seguido. Uma especialidade é uma webpage para cada seguimento, inclusive um “site” exclusivo para os relacionamento e credenciamento para eventos do clube;
- O Chivas Guadalajara, nosso caso latino, já segue o modelo americano de gestão, inclusive na seção de arena (Estádio Omnilife) e na franchising Chivas/EUA sediado em Los Angeles; ele também separa as parcerias em categorias muito interessantes: Alianças estratégicas, alianças comerciais, provedores oficiais e mídia oficial.
Nestes
modelos muito pode se aproveitar e se adaptar ao Flamengo. Um exemplo
básico, é o que no Brasil não vemos a imprensa como propulsora de
conteúdo e parceira de transmissão, como deveria ser, porém alimentada pelo próprio clube, mas Barcelona e Chivas (Chivas/EUA)
veem, deixando claro em suas páginas eletrônicas. Todos os clubes
citados tem sua TV particular, o Flamengo tem a sua muito mal
utilizada. É um excelente meio de contato entre o torcedor e sua
paixão, muito mal explorado pelo clube que deveria ter uma divisão
(ou alguns funcionários) dentro do marketing específicos para TV e
mídias sociais (temos uma página no Facebook
que não é administrado diretamente pelo clube, sim por um canal de
TV, que nem é citada como parceira no Site). O
site do clube vem melhorando a olhos vistos, inclusive em agilidade
na informação, e, aos poucos vai se transformando no principal
veículo de comunicação do clube com seus clientes.
Espero
que a página eletrônica seja muito mais visitada, porque é uma
ferramenta importante para otimizar ações bem feitas em locais que
não temos penetração (natural), como Africa, Asia e América
Central é ótima para aumentar nossa marca e o numero de
consumidores, torcedores. Deve também comunicar e apresentar
parcerias que trazem não somente retorno financeiro ao Flamengo,
traz também retorno imaterial, com imagem, como a parceria com a
Unicef, que poderia ser mantida mesmo sem a imagem na camisa, uma
parceria institucional. Esse tipo de parceria tem sua importância,
desde que as ações sejam práticas e eficazes em seus propósitos
sobre todos os aspectos. O exemplo Unicef, uma potencial parceira em
projetos sociais que se somadas a divulgação da marca no uniforme
do futebol, pode ser um catalisador de nossa marca, mesmo não
envolvendo, nem deveria envolver, ganho financeiro. Com
ferramentas e gente capacitada acharemos um “Modelo Flamengo”.
UBIQUE,
FLAMENGO!
P.S.: Vou encher o saco, para não esquecer, cobrar com paciência.