quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Estadual 2013


A bola voltará a rolar, oficialmente, no próximo dia 19, sábado, pelos superdimensionados, no tamanho e no tempo, Campeonatos Estaduais, ao longo dos próximos quatro meses, por obra e graça dos dirigentes do futebol brasileiro que rasgam meses e dinheiro no primeiro semestre e os pedem de volta no segundo, e para fazer política utilizando patrimônios e marcas alheias, em busca de promoção pessoal para transformá-la em possíveis votos dos incautos no futuro;

A CBF e as federações que a formam precisam, também, de um choque de gestão idêntico ao que o Flamengo está recebendo, pois não é crível que persistam em queimar as verbas dos seus associados numa competição que, antecipadamente, todos sabem que será deficitária, oferecendo espetáculos deprimentes protagonizados por times de empresários e para públicos fantasmas, que batem sucessivamente, ano após ano, recordes negativos de bilheteria, como se estivessem em busca de um suicídio monetário que somente é evitado pelos investimentos da TV para a torcida do sofá. A razão, em sua soberania, deveria obrigar todos os envolvidos na organização desses certames a realizá-los, no máximo, em dois meses e meio, a partir do segundo fim de semana de janeiro e término no último de março, constituindo-se o Estadual um mero prolongamento da pré-temporada;

A princípio, parece que não nutro simpatias por esse Campeonato, o que não é uma verdade, já que gosto dessa competição aqui em RJ city. O que me tornou um crítico no mal sentido da crítica, ao longo do tempo, é o seu formato com 16 participantes, 23 datas e apenas algumas boas partidas entre Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo que, certamente, farão emocionantes jogos entre si e um deles levantará a taça de campeão para a festa de sua torcida numa noite de domingo com direito a gozações na segunda-feira seguinte, e mais nada, nem sendo aberto um caminho que leve a uma vaga num torneio um nível acima;

E assim, lá se vai o primeiro terço do ano, após o que os times pequenos desmancham suas equipes de ocasião, o campeão se ilude com a conquista da várzea e as datas mal usadas farão falta mais à frente, quando os clubes grandes serão novamente esganados pelas tabelas das várias competições das quais participam, com algumas se afunilando e obrigando-os a entrarem em campo no Brasileirão com times reservas, numa repetição sem fim e as 23 oportunidades jogadas na lata de lixo da história;


A estreia do Flamengo acontecerá contra o recém-promovido à Primeira Divisão, Quissamã, que sofreu um ataque político, rejeitado pelo STJD, para tomarem-lhe a vaga obtida, dentro de campo e na bola, em prol do Goytacás, numa jogada mal-sucedida feita pela caneta dos cartolas, sempre eles, sob a alegação de que (preparem o riso...) "o clube do Norte fluminense não indicou em tempo hábil um estádio para os jogos nos quais teria o mando de campo". Acompanhei com algum interesse o desenrolar desse caso porque foi a cidade de Quissamã que deu de presente ao Flamengo um dos melhores laterais-esquerdos que vi jogar, ainda garoto, quando pulava os muros dos estádios para torcer pelo Mengão: o Paulo Henrique, que abrilhanta o texto vestindo o manto e a camisa da seleção brasileira, tendo honrado ambas.

Por onde andará o nosso inesquecível craque?

SRN!