Como muitos de vocês já sabem,
participo todas as 5as feiras de um programa chamado TozzaCam ao lado dos
rubro-negros e amigos André Tozzini e Pablo dos Anjos. Na última semana tivemos
a honra de receber o jornalista do O Globo e ex-assessor de imprensa do
Flamengo, Carlos Eduardo Mansur. Ele levantou uma bola muito interessante e que
vem me chamando atenção há alguns anos: por que o torcedor rubro-negro e
brasileiro em geral mudou tanto? O que faz um torcedor sair da sua casa,
enfrentar dificuldades de transporte, pagar um ingresso desproporcional à
qualidade do espetáculo e, ao invés de empurrar seu time, passar a maioria do
tempo xingando seus próprios jogadores? Como disse o Mansur, basta observar pra
perceber um ódio no olhar, uma vontade descontrolada de agredir. Vale pra
garotos, veteranos, treinador e diretoria. Não há distinção entre quem corre ou
não corre, quem respeita o clube fora de campo ou quem não difere vitórias de
derrotas. Mas vai discordar pra você ver... como está difícil debater
Flamengo...
Nas redes sociais o fenômeno
é muito parecido. Se você concorda com a opinião do cidadão você é bem tratado.
Se discorda é xingado, execrado. Vejam o fenômeno que foi a vitória da Chapa
Azul na última eleição. Nós todos, eu e vocês, que escrevemos, comentamos e
debatemos Flamengo, participamos de alguma forma dessa vitória que, não tenho
nenhuma dúvida, mudará o Flamengo pra muito melhor. Fazendo uma análise do que
passou, tenho orgulho de ter apresentado aos amigos da TozzaCam e depois a
muitos torcedores do Flamengo que não o conheciam, o Claudio Pracownik, atual
vice-presidente de Administração e TI. Através dele veio também uma entrevista
histórica com o BAP, atual vice de marketing e, dali pra frente, endeusado pela
torcida. A Chapa azul venceu, virou diretoria, tem acertado em quase todos os
aspectos, mas na minha visão errou em 1 ou 2 decisões relacionadas ao futebol.
Discordar da venda do Matheus ou da liberação gratuita do Bottinelli me faz
menos Flamengo ou Patricete como fui acusado no twitter? Discordar da renovação
do Renato significa torcer contra a diretoria? Pelo amor de Deus, está na hora
das pessoas respeitarem as opiniões das outras! É óbvio que a diretoria está no
caminho certo, é claro pra qualquer cidadão inteligente que o estas são as
pessoas certas pra transformar o Flamengo no maior clube do Brasil de fato, mas
é direito de cada um, a cada decisão, elogiar ou criticar. Como está difícil
debater Flamengo...
Outro fenômeno nas redes
sociais é a transformação de jogadores em diabos, demônios. Ontem foi
curiosíssimo acompanhar o jogo contra o Volta Redonda no twitter. O Ibson, um
jogador que nunca foi tão bom quanto muitos achavam, nem é tão ruim quanto
tentam provar, fazia uma partida comum pra um jogador de nível médio como ele.
Jogando ao lado do Cáceres como volante, ele protegia o seu lado, avançava
quando dava, acertava a maioria dos passes e errava pouco. Bastou 1 erro de
passe pro cara ser execrado: “Ibson seu FDP”, “Ibson, vai embora seu m...”,
“Vai reclamar na casa do c...”. Isso porque o cara errou 1 (UM) passe contra o
Volta Redonda! Assim como ele, o Léo Moura vem tendo um bom início de ano
marcando com eficiência e apoiando o Rafinha pela direita. Ontem, além disso,
foi peça importante em vários lances de perigo. Vejam, eu não estou discutindo
aqui se eu gosto ou não deles, apenas me impressiona como os 2 não podem errar
nada! A marcação é tão grande e desproporcional na comparação com outros
jogadores que há momentos que não dá pra suportar os comentários. Como está difícil debater Flamengo...
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Gostei da estréia do João
Paulo. Bate bem na bola e parece ir à frente na boa, como todo lateral deve
fazer. Na marcação prefiro aguardar pra avaliar.
Gostei também da estréia do
Elias que nitidamente deu qualidade ao nosso meio-campo. Prefiro ele jogando
mais atrás como 2o volante, mas ele provou que pode também ser esse
meia do novo esquema do Dorival que tem 2 volantes lado-a-lado, 1 meia à frente
deles e 3 atacantes que atacam pelas pontas e recuam quando o time é atacado.
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Sigo aguardando um
pronunciamento oficial da diretoria à respeito da suposta venda do Matheus. Eu
não sou contra vender jogadores da base, muito pelo contrário. Acho que todo
jogador tem seu preço e, sinceramente, eu venderia tranquilamente 80% dos
meninos que estão aí. O Matheus eu não venderia. Jogador alto, que protege bem
a bola e finaliza bem, ele é um dos poucos que ninguém sabe dizer onde pode
chegar. Com um pouco mais de velocidade e explosão, acredito que ele possa se
tornar uma estrela. Vendê-lo por 2 milhões de euros me parece um grande absurdo
à medida que a Lei Pelé protege o clube no 2o contrato do jogador,
caso do Matheus. Ao contrário do que muitos pensam, ele só sairia de graça se o
Flamengo quisesse. Segundo a Lei Pelé o clube formador pode igualar qualquer
proposta, ficar com ele e elevar a multa no novo contrato. Enfim, vamos
aguardar...
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Felipe, Léo Moura, Alex
Silva, Renato Santos e João Paulo; Cáceres (Airton), Elias e ???; Gabriel, ???
e Carlos Eduardo.
Dependendo dos “???” o
Flamengo pode ter time pra brigar sim por vaga na Libertadores ainda este ano.
Pra disputar título brasileiro será preciso bem mais: 1 lateral-direito, 1
lateral-esquerdo, mais 1 meia e pelo menos mais 2 atacantes.
À propósito, quem seriam os seus
“???”. Os meus seriam Kaká (ou Giuliano) e Nilmar.
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Dia 14/2 às 22:00hs, teremos Rocco Fermo e Gustavo Brasilia na TozzaCam. Não
percam!