quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Sem medo de ser feliz!


Eu nutria grandes esperanças, reveladas em colunas antigas, que a salvação do Flamengo da lama e das mãos dos seus predadores contumazes, no curto e médio prazos, viesse dos patrocinadores através de um "ultimatum" do tipo "ou muda o modelo de gestão ou não tem mais negócio", levando em consideração que nenhum empresário por mais chinfrin que seja deseja ver seu produto, dono de uma fatia do mercado, na maioria das vezes construído ao longo de uma ou mais gerações, atrelado a uma marca que frequentava e o levava para as portas e balcões de delegacias de polícias, páginas policiais dos jornais, palácios de justiça, órgãos de proteção dos consumidores e serviços de proteção ao crédito. Achava que um dia a paciência deles iria acabar e com ela a parceria com o clube, caso este não redirecionasse o seu errático comportamento;

A realidade deu uma goleada nos meus sonhos, melhorando o cenário, oferecendo o bote da salvação que se encontrava dentro do quadro social da Gávea, representada por empresários competentes em suas vidas profissionais, amantes do Flamengo, engasgados com as mazelas e ávidos por transformarem o clube através do expurgo desse poder amador, sob a égide de Patrícia Amorim e sua infeliz trupe, levando a reboque o seu falido modelo de gestão. Evidentemente, que encontraram eco na massa torcedora do Flamengo que comprou a briga, saturada que estava com a situação caótica, deprimente e vergonhosa, esse mar de vexames no qual mergulharam o clube;

Vencidas as eleições executivas, para o Conselho Deliberativo e Conselho de administração, ficou faltando a última batalha eleitoral, a do importante Conselho Fiscal, em março do novo ano que se aproxima, devendo ser afastado, ainda no voto, o pernicioso Leo Ribeiro;

E agora? Perguntam muitos que desejam desde sempre a mudança geral e irrestrita dessa linha de comando que fez do Flamengo uma referência de chacotas e não suportam sequer ver uma foto com a atual diretoria cujos integrantes lhes causam ânsias de todas as naturezas, mas após as conquistas legítimas nas urnas, suspiram e relaxam diante da nova realidade de uma vida diferente, navegando naquelas águas causadas pela dúvida de que se vai dar certo ou não tantas mudanças já empreendidas na administração do clube;

As minhas expectativas são ótimas frente aos tempos que estão por virem e com os homens que irão assumir, instrumentos da metamorfose rubro-negra. Como torcedor, confio naqueles flamenguistas de boa cepa e não temo fracasso futuro, mesmo porque o meu passado recente é o próprio fracasso do qual me despeço. O descohecido que me espera depois da curva sempre pode me causar alguma apreensão, mas relativizo e vejo tendência de melhoria em todas os setores da instituição, principalmente no equilíbrio das suas finanças, no importantíssimo marketing gerador de muitas receitas através da potencialização da participação ativa do torcedor rubro-negro em suas diversas iniciativas e da profissionalização do departamento de futebol, dando um basta na bagunça que imperou durante anos naquela área;

Enfim, o clube parece ter sido desviado, na base do Y, da rota dos descaminhos para qual foi levianamente conduzido, tendo sido vilipendiado, ultrajado, maltratado e desprezado por quem tinha a obrigação, no mínimo moral, de mantê-lo em sua curva gloriosa que o caracterizou ao longo de mais de cem anos de vida;

Nós, torcedores, temos mais um papel fundamental nessa virada do Flamengo. Temos que voltar aos estádios, incentivar a aquisição dos seus produtos oficiais, bem como adquirí-los, divulgar e participar das campanhas desenvolvidas para o engrandecimento do clube, reforçando naqueles que assumem essa imensa responsabilidade a convicção segundo a qual a torcida é uma valiosa parceira e que terão nela o apoio necessário para os projetos que visem levar o Flamengo de volta aos seus dias de glórias, pois o que nos une jamais nos afastará, que é a pureza do amor incondicional pelo Clube de Regatas do Flamengo;

Para finalizar, cito o grande Chico, que nos disse: "Não tenho medo de mudanças. Tenho medo, sim, de que elas nunca aconteçam'.

SRN!