Buongiorno, Buteco! Estando prestes a acabar o triênio maldito e garantida a mudança de cenário a partir de 2013, resolvi escrever a respeito da reformulação do elenco, porém com alguns parâmetros que desde logo gostaria de explicar: a) em primeiro lugar, vou me limitar a dispensas e a quem do elenco atual aproveitaria no ano de 2013, deixando a critério dos amigos as sugestões de reforços; b) é impossível trocar um elenco inteiro de uma temporada para a outra e, portanto, as dispensas que sugiro são as que considerei indispensáveis, sem as quais entendo que o Flamengo não conseguirá modificar os rumos do seu Departamento de Futebol e continuará preso a antigos problemas oriundos do grupo de atletas; entretanto, e apesar disso, pelo retumbante fracasso do elenco atual, as sugestões de dispensas terão um número maior do que o idealmente desejável; c) o elenco, ao menos no início da temporada, de acordo com essa proposta, terá inevitavelmente um perfil jovem e por isso o estadual parece ser ideal para testar alguns dos campeões da Taça São Paulo de Juniores de 2011; d) por ter um perfil jovem, o elenco precisará de alguns jogadores mais experientes e, dentre os que dispõe atualmente, optei por jogadores com um pouco menos de idade, que chegaram recentemente e que não possuem os vícios que a política interna do Departamento de Futebol criou, tipo "donos do time" e "insubstituíveis"; práticas como derrubar técnicos e vazamentos para a imprensa e, como não poderia deixar de ser, a relação custo/benefício entre salário e desempenho dentro de campo; e) embora a coluna não traga indicações para reforços, indicará as posições levando em conta as dispensas necessidades mais urgentes, delas decorrentes, bem como o nível das competições do primeiro semestre e o fato de que a "janela europeia" no segundo semestre de 2013 viabilizaria contratações de maior impacto e precisão.
Dito isso, começo pelas dispensas que considero prioritárias e que, para mim, significariam o primeiro e grande passo para o Flamengo modificar o rumo desastroso dos últimos três anos:
1) Renato Abreu: na minha opinião, o capitão da barca. Salário muito alto aliado a produtividade baixa, além de irregular - tem bom posicionamento em campo, porém basta o adversário pressionar minimamente pela posse de bola que começam os erros de passe. Além disso, a mortífera bola parada não tem a frequência de outrora e, para piorar, não se empenha na marcação e volta andando quando o time perde a posse de bola. Ostenta enormes poder e prestígio dentro do Departamento de Futebol, comparáveis aos que um Zico ou um Júnior já tiveram enquanto jogadores, apesar do futebol limitado, o que lhe garante a condição de porta-voz do grupo (líder absoluto em número de entrevistas), de não ser substituído, apesar de visivelmente não ter mais fôlego para jogar mais do que um tempo (sendo bastante generoso), e de, mesmo quando erra, ver a responsabilidade jogada nos ombros de terceiros, como já ocorreu com Luxemburgo (Coritiba 2x0 Flamengo/2011) e Joel Santana (Flamengo 0x3 Corinthians/2012). Apesar da grande quantidade de gols marcados, do prestígio e do alto salário, os números, analisados de forma global, refletem uma realidade medíocre: o desempenho dos times nos quais figura, na acachapante maioria das vezes, não resulta em conquista de títulos, mas em trajetórias vitoriosas nas lutas contra o rebaixamento na Série A do Campeonato Brasileiro, oportunidades em que se destaca com "gols salvadores". Que lhe seja dada uma placa reconhecendo todos os gols marcados (é também bom finalizador) e o tempo que jogou pelo clube. Não renovaria seu contrato de forma alguma, pelo saldo negativo na balança custo/benefício, e também porque constitui verdadeiro entrave para mudanças táticas, já que o time tem que se adaptar as suas limitações físicas, e também à entrada de outros jogadores em melhores condições físicas e técnicas, jovens ou não, inclusive porque não aceita o banco de reservas.
2) Leonardo Moura: o imediato da embarcação. Suspeito "número 1" de inúmeros vazamentos à imprensa e de episódios envolvendo quedas de treinadores, só por isso já não poderia mais continuar no clube. Como se não bastasse, não tem mais fôlego para jogar na lateral direita e, no meio de campo, embora seja um jogador de indiscutível categoria, muito superior aos outros dois medalhões (minha opinião), não apresenta mais, atualmente, na lateral direita, rendimento que justifique o salário que é e lhe seria pago. Jogando como ala, nunca conseguiu levar o Flamengo ao topo; como coadjuvante, na lateral direita, teve grande trajetória; porém, a posição na qual jogaria, que seria o meio de campo, e o salário que é e lhe seria pago reclamam a condição de protagonista, de um dos "cérebros" do time, não sendo difícil antever uma péssima relação de custo e benefício acaso mantido; seria outro titular "insubstituível" no meio, "dono do time", com um altíssimo salário e sem rendimento correspondente. Que receba uma placa pelos mais de 400 (quatrocentos) jogos pelo clube, pelo importante cartel de títulos que ajudou a conquistar e vá com Deus. Não renovaria com ele.
3) Ibson: com ele temos o "efeito Renato Abreu" elevado ao máximo, pois é outro "insubstituível" e com produção muito pior do que a dos outros dois medalhões no âmbito técnico. Por ainda estar com contrato em vigor, tentaria de todas as formas possíveis uma negociação, o que provavelmente só seria viável, pelo valor dos salários que recebe, com o exterior. Mais um dos "donos do time", apesar de muito mais jovem que os outros, porém tecnicamente tem se apresentado de modo sofrível e, apesar de, na teoria, ser classificado como "volante", não se empenha na marcação e movimenta-se pelo campo desobedecendo a qualquer padrão tático, como se estivesse em uma "pelada" de futebol amador. Sua postura arrogante, simbolizada pelo característico "trote" de primadona quando o time perde a bola, caracterizando sua total falta de compromisso com a marcação, evidencia a absoluta inviabilidade de que venha a modificar sua postura. Por fim, a relação custo/benefício é horrenda e o retrospecto recente do time com sua presença em campo, em números reais, é assustador de tão pífio. Fora Ibson!
4) Vagner Love: Vagner Love é um caso a parte. O problema aqui não é idade e nem tanto o nível técnico. Cheguei a começar a escrever essa coluna colocando-o como dúvida e perguntando se quer iacontinuar ou voltar para a Rússia. Cheguei a cogitar que, sob nova direção, sem poderes no clube para se envolver na parte política e com um time sem vícios táticos para acomodar as limitações de medalhões, poderia render melhor. Porém, não acho que valha a pena, pelo valor de seus salários, sujeitar o clube aos seus humores, pois, sendo injusto ou não, reputo sua "má-fase" a simplesmente estar com a cabeça fora do Flamengo ou mesmo do futebol (não me atrevo a imaginar os motivos). Que volte para a Rússia, acaso a proposta realmente exista. Se ficar, terá que ser muito cobrado e o ideal, nessa hipótese, seria contratar um atacante de ponta para jogar ao seu lado.
Essas são as dispensas que considero prioritárias, especialmente os três primeiros. Seriam as primeiras decisões que tomaria para acertar os rumos do Departamento de Futebol em termos de elenco para 2013.
Aproveitando os vencimentos de contratos, dispensaria ainda Bottinelli (contrato se expira em janeiro) porque teve inúmeras oportunidades e não conseguiu desenvolver um bom futebol no clube, e também o Cléber Santana, lento e que, apesar de não ter sido um retumbante fracasso e haver contribuído na luta contra o rebaixamento, está longe de ser um meia do nível que o clube precisa. Aliás, Negueba pode não ter dado certo até hoje, mas é jovem e tem valor de mercado. Seria, portanto, uma troca estúpida, inclusive no aspecto patrimonial. Também dispensaria o Magal, nulo ofensiva e defensivamente, e não renovaria com o Rômulo, que em anos jamais conseguiu se firmar no clube, muito menos com o Arthur Sanchez, embora esse tenha visto jogar muito pouco. Tentaria também dispensar o Paulo Sérgio com algum acordo, se possível, pois ainda tem seis meses de contrato.
Aproveitando os vencimentos de contratos, dispensaria ainda Bottinelli (contrato se expira em janeiro) porque teve inúmeras oportunidades e não conseguiu desenvolver um bom futebol no clube, e também o Cléber Santana, lento e que, apesar de não ter sido um retumbante fracasso e haver contribuído na luta contra o rebaixamento, está longe de ser um meia do nível que o clube precisa. Aliás, Negueba pode não ter dado certo até hoje, mas é jovem e tem valor de mercado. Seria, portanto, uma troca estúpida, inclusive no aspecto patrimonial. Também dispensaria o Magal, nulo ofensiva e defensivamente, e não renovaria com o Rômulo, que em anos jamais conseguiu se firmar no clube, muito menos com o Arthur Sanchez, embora esse tenha visto jogar muito pouco. Tentaria também dispensar o Paulo Sérgio com algum acordo, se possível, pois ainda tem seis meses de contrato.
Tentaria negociar o Ramón, que ainda tem contrato até o final de 2013, porque é nulo defensivamente, se possível devolvendo-o ao Corinthians, e emprestaria Welinton (contrato até março/2016!), de quem volta e meia se ouve falar de propostas do exterior, por crer que no Flamengo não conseguirá amadurecer, com vistas a uma negociação em definitivo no futuro. Gostaria muito de renovar com o Maldonado, ao contrário dos demais medalhões, em relação aos quais acho tem muito mais futebol, senta no banco sem tumultuar o ambiente do elenco e tem experiência e currículo de sobra para passar aos jovens. Contudo, mesmo com uma garantia absoluta do Departamento Médico (algo improvável), remanesceria a dúvida a respeito de sua capacidade para suportar o ritmo de futebol profissional de ponta hoje em dia, após tanto tempo afastado e contundido.
Não consegui informações concretas quanto ao contrato do Aírton, mas se fosse possível também o dispensaria, eis que, apesar da experiência, contam em seu desfavor o temperamento instável, e por isso pouco confiável, e a sequência de contusões que fez com que pouco entrasse em campo neste ano, sendo um jogador muito caro para que mais uma vez se aposte nele em tais condições financeiras.
Quanto aos demais jogadores, desconhecidos, cujos contratos também vencem ou estão por vencer, nem perderei meu tempo me justificando. Dispensaria todos.
Essa seria a minha "barca". Passo, a seguir, para não deixar dúvidas, a dizer quem eu aproveitaria.
Começaria mantendo toda a linha defensiva, à exceção da lateral esquerda. Também aproveitaria o Amaral, o qual, apesar de não considerar um exímio volante, por entender que pode evoluir, e também o Cáceres, que está num patamar superior, embora ainda não seja o ideal. Pelo critério da experiência e ausência de vícios, manteria o Liédson, pois, como marcou alguns gols importantes e tem vasto currículo, inclusive em Copa do Mundo, pode ser uma importante referência no elenco, não como titular, mas como uma alternativa para as segundas etapas das partidas; contudo, não faria disso um ponto indiscutível. Também manteria o jovem Wellington Bruno, que em pouquíssimo tempo acertou mais passes do que Bottinelli em toda a sua passagem pelo clube, demonstrando talento e ousadia, parecendo ser um bom nome para compor o elenco; contudo, também não faria dele uma prioridade absoluta. Prioridade seria a renovação com o Wellington Silva, jogador de grande vigor físico, mas que precisa evoluir tecnicamente, e que com certeza seria um dos dois laterais direitos. Manteria ainda o Thiago Medeiros, que me pareceu ser um bom zagueiro, cujo vínculo com o Flamengo se expira ao final do ano e mereceria uma nova oportunidade, já que mostrou qualidades e foi crucificado por uma única falha (Ponte Preta), que nem foi tão grave assim, ao meu ver.
Na parte de contratações, acho que o elenco careceria, de imediato, de outro lateral direito, pois acho que Wellington Silva tem muito a amadurecer e evoluir tecnicamente, não podendo se sentir "o dono da posição" ; um ou dois laterais esquerdos (a depender do êxito nas dispensas), dois meias de alto nível e dois atacantes de ponta. As indicações ficam a cargo dos amigos. Abro apenas duas exceções: acho que a Diretoria deveria tratar o quanto antes da prorrogação do contrato do Mattheus, filho do Bebeto, que se expira em 31.12.2013. Daqui a quatro meses Adryan estará na mesma situação (contrato se encerrando em 10.4.2014).
No mais, usaria bastante os jovens, inclusive o Adryan e o Mattheus, e veria quem tem condições de se firmar. Para mim, repito, o Estadual é a competição ideal para tanto e acho que, com uma boa e efetiva sequência, alguns deles conseguiriam se firmar. Logo em seguida, com o final dos estaduais e provável avanço na Copa do Brasil, algumas outras opções de contratações surgiriam; mas é na janela europeia do meio do ano que entendo ser o momento ideal para, já com uma ideia mais precisa a respeito de quais dos jovens poderiam ser aproveitados de imediato, reforçar o elenco e colocá-lo em condições de disputar o título brasileiro. Portanto, entendo que o elenco só poderá estar completamente formado no meio do ano. Será preciso ter paciência.
Finalmente, o treinador: o ideal para mim seria um treinador estrangeiro de ponta, que implementasse uma filosofia de trabalho arejada, moderna e profissional no Departamento de Futebol, e que tivesse ao seu lado um diretor "do ramo" e também de alto nível. Porém, se não houver condições para implementar esse plano no momento, em princípio acho que não fará a mínima diferença trocar o Dorival Júnior por outro treinador brasileiro que fará algo semelhante ao que todos vêm fazendo nos últimos anos no país, pagando-se com isso mais uma multa rescisória ou salários para mais um, sendo que o próximo poderá ter o mesmo destino em alguns meses. Nesse cenário, acho melhor gastar esse dinheiro em uma ou duas boas contratações para o meio ou ataque. Ao mesmo tempo, porém, acho que Dorival demonstrou não ter personalidade para enfrentar os medalhões do elenco. Logo, mesmo que esses medalhões sejam dispensados, não parece ter as características de um grande líder. É um técnico que, para conseguir apresentar algum resultado, precisa de um ter acima de si um diretor executivo forte que tome decisões relativas a planejamento e determine uma direção a ser seguida. O oposto do Zinho, portanto. Não adianta esperar de Dorival o papel de enxugar e rejuvenescer o elenco. Falta-lhe pulso e coragem para tanto. Uma decisão dessa natureza, assim como todas relacionadas a diretrizes, tem que vir de cima.
Quanto ao Zinho, acho que em tese pode trabalhar mais próximo aos jogadores, como um supervisor, ajudando na parte disciplinar, orientando com sua inegável experiência vencedora no futebol, resolvendo os problemas do dia-a-dia, mais imediatos, porém sem a mínima atribuição para contratações, algo que ficaria a cargo do diretor executivo, comitê gestor e presidência, no modelo já apresentado pela Chapa Azul. Um profissional que fez aquela proposta ao Felipe Chinelinho não pode tratar das contratações do Flamengo, concordam? Daí a pergunta: será que vale a pena?
Finalmente, o treinador: o ideal para mim seria um treinador estrangeiro de ponta, que implementasse uma filosofia de trabalho arejada, moderna e profissional no Departamento de Futebol, e que tivesse ao seu lado um diretor "do ramo" e também de alto nível. Porém, se não houver condições para implementar esse plano no momento, em princípio acho que não fará a mínima diferença trocar o Dorival Júnior por outro treinador brasileiro que fará algo semelhante ao que todos vêm fazendo nos últimos anos no país, pagando-se com isso mais uma multa rescisória ou salários para mais um, sendo que o próximo poderá ter o mesmo destino em alguns meses. Nesse cenário, acho melhor gastar esse dinheiro em uma ou duas boas contratações para o meio ou ataque. Ao mesmo tempo, porém, acho que Dorival demonstrou não ter personalidade para enfrentar os medalhões do elenco. Logo, mesmo que esses medalhões sejam dispensados, não parece ter as características de um grande líder. É um técnico que, para conseguir apresentar algum resultado, precisa de um ter acima de si um diretor executivo forte que tome decisões relativas a planejamento e determine uma direção a ser seguida. O oposto do Zinho, portanto. Não adianta esperar de Dorival o papel de enxugar e rejuvenescer o elenco. Falta-lhe pulso e coragem para tanto. Uma decisão dessa natureza, assim como todas relacionadas a diretrizes, tem que vir de cima.
Quanto ao Zinho, acho que em tese pode trabalhar mais próximo aos jogadores, como um supervisor, ajudando na parte disciplinar, orientando com sua inegável experiência vencedora no futebol, resolvendo os problemas do dia-a-dia, mais imediatos, porém sem a mínima atribuição para contratações, algo que ficaria a cargo do diretor executivo, comitê gestor e presidência, no modelo já apresentado pela Chapa Azul. Um profissional que fez aquela proposta ao Felipe Chinelinho não pode tratar das contratações do Flamengo, concordam? Daí a pergunta: será que vale a pena?
E você, amigo do Buteco? Qual é a sua opinião a respeito de dispensas e contratações para 2013?
Bom dia e SRN a todos.