sábado, 24 de novembro de 2012

O Amanhã!



By Beto

Um colosso em mais de 100 anos de existência arrebatou 40 milhões de brasileiros. Não há distinção de cor, sexo, idade, religião ou lugar onde nasceu, todos se curvam ao brilho fulgurante de suas cores rubro-negras.

No auge do seu esplendor, no final dos anos 70 e década de 80, quando a personificação de sua proeminência se completara no plano da Terra, adversários eram varridos com a naturalidade de quem contempla o poder do sol. Outros suavam a camisa e a cabeça para derrotarem uns aos outros enquanto o gigante rubro-negro conquistava um a um com a simplicidade de quem havia descoberto a equação fundamental da vitória. Adversários de todos os matizes se auto-destruíam com a imponência de suas cores.

Todavia, o gigante não soube como resistir ao mal que se apoderou de suas próprias entranhas. Antes que qualquer oponente descobrisse como deter sua supremacia dentro de campo e sua doutrinação fora dele, foi aprisionado por um mal invisível, porém abundante nesta dimensão espiritual. Sem conseguir enxergar o tumor que crescera dentro de si, o predador-mor se vira acorrentado pelas amarras da corrupção, da incompetência, da depravação e do amadorismo.

Aproveitando-se da impossibilidade de defesa, rivais e inimigos bateram como puderam. Por décadas foi espancado covardemente sem poder se mexer, contando apenas com o olhar impávido de um titã, que foi suficiente, porém, para dissipar algumas víboras e se manter de pé na divisão superiora dos combates por todos esses anos.

No entanto, há 3 anos, o mundo sentiu o chão tremer e percebeu que sua força não pode ser silenciada. Um descuido dos incautos, que presumiam o gigante subjugado, permitiu que uma das amarras fosse arrancada à força de seus braços e com um único tapa esmagou de uma só vez todos os seus algozes. Mas o Rubro-Negro ainda não estava forte o suficiente para se libertar das outras chagas que ainda o prendiam e no dia 07 de dezembro de 2009 conheceu sua débâcle. Infelizmente as amarras que o envolviam se fortaleceram como nunca e a queda era iminente. Mesmo doente, enfraquecido, claudicante e combalido, ainda assim, uma vez mais se manteve de pé graças exclusivamente ao olhar colérico da fera, única arma que lhe restara.

Entretanto, eis que surge um grupo de notáveis. Um grupo que se cansou de ver a agonia e esperar que o todo-poderoso se libertasse sozinho. Este grupo pesquisou, trabalhou e brilhantemente conseguiu forjar the master key, a chave contra as amarras. Uma chave de cor azul. E o gigante já sabe disso. O boato da libertação já se espalhou. O colosso clama pelas pessoas de bem, um rugido estrondoso já foi dado e o pânico é geral. Só o barulho já fez inimigo acorrer para o submundo da segunda divisão. A presa predileta, em franco caminho para libertadores, se desestabilizou e perdeu 6 seguidas. A galinha de Minas desesperou-se e deixou escorrer pelo ralo a conquista mais próxima em mais de 40 anos.


Ainda não aconteceu, mas a simples existência da chave azul já causou transtornos irreversíveis. A batalha vai ser dura porque o grupo precisa derrotar vermes das piores espécies. As amarras estão bem fixadas mas seus paradeiros já foram localizados. É questão de muito pouco tempo para o gigante se reerguer. Quem se aproveitou da covardia por todos esses anos não adianta lutar ou correr, armas serão inúteis. Massacres ocorrerão, a lei da carnificina será instaurada.

A conta virá alta e vai ter que ser paga.