César
Cielo, nosso maior atleta fora do futebol e talvez um dos maiores da
História do clube, vive reclamando das piscinas, o Futsal não vê
os salários há muito tempo, nenhum judoca conseguiu classificação
para os jogos olímpicos, isso sem falar dos barcos velhos do remo e as condições de treinamento que não são boas. Excetuando-se o
basquete, nosso melhor esporte nos últimos 10 anos, que reformou seu
ginásio e a ginástica que recebeu os aparelhos do Pan de 2007, as
instalações e aparelhos são defasados, isso quando se tem lugar
para treinos decente (não posso confirmar, mas assistindo ao vídeo da reunião de apresentação da Chapa Azul, Fla Campeão do Mundo é relatado que o Judô treina em um lugar completamente impossível de se
trabalhar, em alto nível então...). Na gestão atual não tem
jeito, mesmo com resultados pontuais, a má gestão é a tônica,
desde seu inicio. A
chapa de Patricia Amorim ainda não externou o que irá fazer sobre o
assunto, sua base eleitoral mais sólida, essa é a impressão de
fora, não sei como está este tema da campanha dentro do clube,
mesmo com
olimpíadas e copa em vias de serem disputadas na cidade, nada de
concreto foi feito, além de um acordo com o Comitê olímpico dos
EUA, que não sabemos se é tão benéfico ao clube.
O clube tem
características diferentes da maioria dos outros do Brasil, é muito
mais do que futebol! Parte da torcida, pouco se importa com os
“amadores”, porque o futebol é o carro chefe, mas reitero o
Flamengo é mais do que futebol, é nascido do remo, o Clube de
Regatas do Flamengo, isso quer dizer algo importante para quem irá
comandar a associação esportiva de maior torcida do planeta depois
do dia 03/12/2012. O amadorismo que está impregnado nas paredes da Gávea não é culpa apenas desta gestão, administrações passadas também tem muita culpa, e historicamente se "pega"
recursos do futebol, recursos que por sua vez são mal gastos e causam “ódio” em
quem já não gosta dos olímpicos. Penso que o problema pode ser a
solução de um futebol mais saudável financeiramente e um clube
mais forte no todo. Com um fim na dependência dos recursos
provenientes do futebol, se acaba a desculpa para a indigestão
do carro chefe, maior causador das dívidas do clube. De modo geral
esta
é uma lacuna nas campanhas que concorrem à presidência do
Flamengo, ninguém ainda me convenceu ou demonstrou um projeto
olímpico sólido, objetivo. O
que
mais se aproxima do que penso é o projeto de modernização da Chapa
Azul, que pode ser vistando ao site da campanha
e
também em entrevista de Alexandre Póvoa, publicada no Ninho da Nação.
Destaco também o plano trienal para os esportes, ideia da Chapa Branca, PlanetaFla.
A
resolução de boa parte dos problemas seria a construção de um “CT
olímpico” como o do futebol, tirando os esportes competitivos de perto do clube social e deixando apenas as escolinhas na Gávea, que levaria a um
clube social mais confortável e melhor organizado. O novo espaço
seria baseado no modelo de franquia polidesportiva americana,
atendendo perfeitamente as necessidades das modalidades, com um
quadro funcional mais enxuto e eficiente. Este projeto só seria
possível com a construção deste CT olímpico fora da Gávea. Um
exemplo do modelo a que me refiro está no programa Expresso
do Esporte, do
Sportv com Marta
e
Maurine,
da
seleção brasileira de futebol, que jogaram nos EUA. As atletas
apresentam a estrutura dos esportes alojados em “hangares”, algo
que poderia ser perfeitamente adaptado para nós, num modelo de
alocação poliesportiva diferenciada, com logística e diminuição de custos, uma referência em marketing, preparação e
planejamento de modalidades e equipes.
Um
CT Olímpico integrado faz com que as modalidades treinem em um mesmo
lugar, podendo ser administradas como atividade autônoma, sem o
futebol e o clube social. Seriam três projetos em um (Futebol,
Olímpicos, Clube Social) com o patrimônio do clube e a marca
Flamengo sendo valorizados por clube social remodelado, aparelhos
esportivos novos, um novo modelo de preparação técnica e de gestão
esportiva dos atletas, do esporte alçado finalmente à categoria de entretenimento como a Europa e nos EUA. Com o CT
olímpico, as modalidades poderiam
perfeitamente ser tratadas como unidades
de negócios independentes, exatamente como no modelo americano, com
cada uma gerando sua própria renda e patrocínios. Em relação às
equipes técnicas (das modalidades no caso), elas podem ser formadas
em comissões mistas de funcionários específicos para cada
modalidade e funcionários comuns que atenderiam aos esportes
especificamente (departamento médico, por exemplo).
Para
tudo isso, se faz necessária a compra ou obtenção de um terreno
para o “CT olímpico”, preferencialmente, mas não
necessariamente na cidade do Rio de Janeiro. O ideal é que fosse
geminado ao do futebol em Vargem Grande, possibilitando a construção
de uma arena poliesportiva para competições e eventos para 20.000
pessoas na Gávea, onde hoje é o estádio de futebol. Nesta nova
estrutura do Fla-Gávea estaria contemplada a megaloja, o museu do
clube, a arena multiúso, o Hélio Maurício (ou apenas a arena), o
novo complexo Fadel-Fadel, bares, restaurantes, áreas de lazer e as
escolinhas.
Em
relação a obtenção de recursos, uma
opção seria aglutinar num bloco único
os esportes olímpicos para que um setor do marketing trabalhe
exclusivamente para os olímpicos. Assim seria possível a obtenção
de um patrocinador único ou diversos patrocinadores, possibilidades
diversas de parcerias nos olímpicos sendo com patrocinador único ou
rodízio de patrocinadores, inclusive nas modalidades, como na ideia
de rodizio do patrocínio para o futebol (presente no video). Quanto
mais os olímpicos se tornarem autossuficientes, mais fácil será
“limpar o manto” do futebol, nosso grande sonho. Com nossa tradição e os grandes atletas que
temos nas modalidades, tornaria mais fácil a chegada de atletas de peso, a construção de times
fortes e boas parcerias. Quanto mais forte for o trabalho, a gestão
e o planejamento, mais limpo ficará o manto e mais sólidas as
parcerias, facilitando a prospecção de
talentos e o desenvolvimento dos atletas na formação de gerações
para 2020, 2024 e 2028, não somente para 2016, gerando um
“desenvolvimento sustentável”. Mas como fazer isto com as
condições atuais?
- Inicialmente por possíveis convênios com a secretaria municipal de educação, prioritariamente a do Rio de Janeiro ou de cidades vizinhas. Após aos acordos, profissionais do clube organizariam nas escolas os polos esportivos específicos (modalidade por escola, facilitaria o o desenvolvimento inicialmente);
- Seriam escolhidas 18 escolas para fazer a prospecção e ser sede esportiva, desenvolvendo a um esporte específico, três escolas para cada modalidade: Judô, Remo/Canoagem, Basquete, Ginástica Olímpica, Natação e Volei (o Futsal continuaria ligado ao futebol). Todos os polos teriam a supervisão e o gerenciamento técnico de profissionais do Flamengo, que capacitariam os professores em um trabalho integrado escola/clube;
- As escolas sediariam as peneiras, dando educação aos selecionados e uma espécie de bolsa-esporte baseada no desempenho escolar, disciplinar e esportivo mais ajuda de custo; aceitando estudantes de outras regiões, desenvolvendo as “promessas” e garantindo suporte total, integrando o projeto como um todo com educação integral, treinamento, acompanhamento médico-odontológico e psicológico, uma escola modelo;
- O financiamento do projeto se daria por captação de recursos públicos, via leis de incentivo fiscal e com patrocinadores investindo nestes projetos de prospecção e formação, e por meio de uma cota básica de patrocínio ou do patrocínio integral das modalidades.
Com
todos estes aspectos postos se garantiria o futuro dos esportes do
clube, a competitividade dos mesmos, não se teriam falsetas ou
falácias sobre um Flamengo olímpico. Os custos seriam divididos
entre Estado, clube, colaboradores e parceiros e o retorno grandioso,
formando cidadãos e atletas de alto nível. Tudo isso dependeria
logicamente, de uma gestão profissional. Como exemplo do que já
acontece temos o projeto da Unilever no Paraná e no Rio de Janeiro
(com o vôlei). A separação na gestão
do clube social, do Futebol e dos esportes olímpicos fortaleceria o
Flamengo como um todo, mas não seria nada fácil, nem barato, é
preciso ousadia e saber aproveitar o movimento olímpico que vem ao
Rio de Janeiro trazendo facilidades a quem souber agir.
Ubique,
Flamengo!
Somos
Flamengo,
Vamos
Flamengo!
Desocupa
Patrícia!
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