Quando parecia que o time ia engrenar após bons jogos contra os líderes
do campeonato, o treinador modifica o time sabe-se lá por quais motivos e
a coisa desanda novamente. Só não dá para dizer que o jogo de ontem foi
uma ducha fria nas esperanças da torcida porque ela veio na hora que
foi divulgada a escalação com o Cáceres barrado e um malabarismo para
encaixar os "donos do time" no meio de campo. Escalar Ibson, Renato, Leo
Moura e Cléber Santana juntos é uma experiência de filme de terror B.
Eu sempre fui contra a contratação do Ibson, que acho até um cara gente
boa, rubro-negro e que já teve importância para o Flamengo em um momento
em que a Nação estava muito carente de ídolos. Só que é um cara que foi
contratado como ídolo (???) de parte da torcida sem nunca ter realmente
jogado bola pra isso nem aqui e nem mais em nenhum outro clube. Além
disso é um jogador com pouquíssima ou quase nenhuma disciplina tática e
que vem demonstrando uma postura que eu, pessoalmente, considero
inaceitável para um jogador do Flamengo.
Ontem fiquei prestando atenção no seu posicionamento, especialmente
quando não tinha a bola consigo e percebi a mesma postura - inaceitável
para um jogador do Flamengo - que o fez entregar um gol de graça para o
Inter ao tentar chutar a bola contra um adversário. Caminhando em campo,
virando de costas para as jogadas em que não participava e trotando na
volta para a marcação. Com a bola, se mostrando incapaz de acertar
passes e por isso mesmo correndo desnecessariamente para deixar a bola
no pé dos seus companheiros como se fosse um entregador de pizza. Em
resumo um peladeiro.
Tendo essa impressão corroborada pelos comentários que ouvi pela
arquibancada do Engenhão, resolvi fazer uma pequena pesquisa entre os
resultados do Flamengo para testar estatisticamente o impacto que a
falta de disciplina tática do nosso camisa 7 tem no time.
Desde que Dorival Junior assumiu o Flamengo efetivamente, ou seja após
aquela semana em que não houve o jogo contra o Atlético-MG, o time
disputou 15 partidas, com 5 vitórias, 4 empates e 6 derrotas,
totalizando um aproveitamento - horroroso!!! - de pouco mais de 42%.
Logo que chegou ao time, o treinador deu início as suas experiências
testando alternativas para formar o meio de campo do Flamengo,
inicialmene incluindo até os "líderes" do elenco no rodízio. Ao longo do
tempo, não se sabe muito bem porque, eles foram recuperando seu espaço,
coincidentemente com quedas de desempenho do time após os primeiros
sinais de recuperação.
Pois bem, fiz uma análise nesse período sobre o aproveitamento do time
levando em consideração as escalações de Ibson e Renato Abreu, que são
os mais criticados nos foruns Rubro-Negros. Deixo como ressalva o fato
de que eu não sou estatístico, sendo isso apenas uma análise superficial
baseada exclusivamente em resultados finais dos jogos.
Dos 15 jogos analisados, Renato e Ibson foram titulares juntos apenas na
partida de ontem, de forma que o aproveitamento de 33% não pode ser
realmente levado em conta nesse caso. Vale o mesmo para o único caso da
série em que nenhum deles foi titular ou entrou durante a partida, que
foi a vitória contra o Atlético-MG, na minha opinião o melhor jogo do
Flamengo sob o comando do Dorival.
A coisa fica interessante quando analisamos as partidas em que apenas um
dos dois foi titular. Apesar de sua extrema lentidão e de ser disparado
o jogador mais criticado aqui no Buteco, sempre que o Renato foi
titular com o DJ, o Flamengo venceu. São 3 jogos e 3 vitórias contra
Figueirense, Náutico e Vasco. No início do trabalho ele teve boas
atuações e chegou até a ser elogiado por muitos de nós. Renato também
entrou na derrota para o Fluminense e teve uma boa atuação jogando como
volante recuado e ajudando a rodar a bola de um lado para o outro.
Já quando apenas Ibson foi titular, em 10 partidas o Flamengo venceu
apenas 1 vez, com 3 empates e 6 derrotas, com um ridículo aproveitamento
de 20% dos pontos. Ele também entrou no segundo tempo da vitória contra
o Figueirense, o que poderia até aliviar um pouco a sua situação
estatística, mas não o suficiente para lhe dar um lugar no time. Na
prática, os números confirmaram a minha hipótese de que o time não flui
quando o Ibson começa jogando já que perde muito em qualidade de passe e
disciplina tática, que ele não tem. Além disso, por conta de sua
correria desordenada, o jogador acaba causando uma reação em cadeia no
resto do time que tenta se reordenar para fechar os espaços deixados por
ele que invariavelmente está no lugar errado do campo, seja no ataque
ou na defesa.
Eu, infelizmente, não disponho de informações para afirmar se existe ou
não uma razão extra-campo para que um jogador com esses números continue
a ser escalado. Quero crer que não. Fui e continuo sendo a favor, desde
o início, da contratação do Dorival Junior, que considero um dos
melhores treinadores do Brasil. Penso que foi, provavelmente, o maior
acerto do Zinho até aqui como diretor de futebol, inclusive. Mas não tem
como deixar de criticar essa insistência com o Ibson, quando outros
jogadores que também estavam mal já saíram do time. Vale a ressalva que,
ontem na entrevista coletiva o técnico afirmou que nenhum jogador tem
vaga cativa no time e que quem está mal é sacado, caso do Luiz Antonio,
por exemplo.
Vale destacar mais uma boa atuação do Wellinton Silva e o contraste com o lado oposto. O Magal está visivelmente apavorado em campo. Se esconde do jogo e a bola parece queimar nos seus pés.
E o Renato, hein? Outra calcanhada. Não aprendeu nada né...
Abs e SRN!
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