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O exemplo, pra mim, atingiu as raias do surrealismo quando, durante a semana, pude ler duas matérias do Globo, a primeira quarta-feira, abordando a história de "serviços prestados" por Leonardo Moura e Renato Abreu ao Flamengo e como isso poderia "pesar" na decisão de renovação de contrato por dois anos - a matéria vinha ilustrada com uma grande foto de Renato Abreu suando e correndo no treino. Na sexta-feira, a segunda grande foto de Renato Abreu novamente correndo e suando durante o treino e no texto uma abordagem sobre sua difícil história de vida e, vejam só, uma crítica à Diretoria que adia a tomada de decisões importantes.
Pelo que pude perceber, de acordo com o que pensam os dirigentes do Flamengo, um jogador que cumpriu o seu contrato como jogador de futebol profissional a contento, fez o seu trabalho e se destacou por isso tem o direito de ficar milionário as custas do clube com o melhor contrato de sua carreira, porém com um desempenho muito abaixo do que o levou a obter o próprio contrato renovado. Paradoxal, não é mesmo? É difícil acreditar que não haja algo por trás desses contratos que nossa vã filosofia não possa perceber.
Por isso mesmo, que a decisão de renovar ou não com esses dois atletas é importante, disso eu não tenho a menor dúvida. E deixando pra lá o absurdo que é o nível do jornalismo esportivo atualmente, mas apenas para demonstrar a força do argumento, vou aqui tomar por base salários na órbita de R$ 200 mil mensais para cada um renovar, o que para mim é pouco, pois acredito que ambos, individualmente, já ganham mais do que isso atualmente. Somando com os salários de Ibson, que devem atingir patamar semelhante, atingimos, por baixo, R$ 600 mil por mês, e, se contarmos outras vantagens, uma despesa anual com os três superior a R$ 6.500.000,00, novamente lembrando que se trata de uma estimativa modesta.
Vêm então duas perguntas inevitáveis: o que o Flamengo ganhou com esses jogadores nos últimos três anos (ressalvada a situação de Ibson, que chegou esse ano)? Quais seriam as perspectivas em 2013 com suas presenças no elenco, posto que nenhum dos três convive bem com a ideia de sentar no banco de reservas? Mas sou forçado, amigos, a ir além. Se as renovações dos dois se concretizarem, além da continuidade de Ibson, eu pergunto qual será a margem que um eventual novo presidente e seu Departamento de Futebol terão para montar um time vencedor? Como farão para simplesmente colocar esses jogadores no banco de reservas sem destruir o ambiente do Departamento de Futebol? E como dispensá-los, se dificilmente, fora do Mundo Árabe, alguém pagará cifras tão astronômicas para eles jogarem seu futebol de ex-jogadores em atividade?
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Bom dia e SRN a todos.