A vitória, então, trouxe enorme alívio, porém esse alívio provavelmente tem dias contados para acabar. É uma pena. Dos adversários na luta contra o rebaixamento, na próxima rodada Figueirense, Sport e Bahia jogam em casa, embora o primeiro tenha um difícil confronto direto contra a Portuguesa e o segundo contra o São Paulo, enquanto os baianos pegam o cascudo Grêmio; já o Flamengo só joga na quarta-feira seguinte, sabendo de todos os resultados, com muito tempo para treinar, contra o Atlético/MG no Independência, enquanto o Palmeiras enfrentará o claudicante Internacional em Porto Alegre e a Ponte Preta o Cruzeiro em casa, com tudo pra vencer. Na rodada seguinte o Palmeiras volta a jogar em casa contra o Botafogo e teremos o confronto direto entre Flamengo x Figueirense, enquanto o Sport jogará em São Januário contra o nada confiável Vasco da Gama, que com Marcelo Oliveira tem aproveitamento proporcional ao de Dorival Júnior no Flamengo, o que dá uma noção do grau de incerteza dessa partida. A Ponte Preta irá Porto Alegre enfrentar o Grêmio e Portuguesa x Bahia no Canindé completarão o pelotão dos mais desesperados. Tudo pode acontecer nesses jogos e as últimas rodadas demonstraram que "confiar no mau desempenho" dos times da parte debaixo da tabela é péssima estratégia. O alívio é imediato, porém momentâneo.
Eu também me senti aliviado pelo gol de González pelo que vi em campo. Vejo-me forçado a homenagear Felipe, Wellington Silva, Renato Santos e González, Ramón, Aírton, Amaral, Adryan, Wellington Bruno e Hernane pelo enorme esforço que fizeram para carregar nos ombros Renato Abreu, uma verdadeira múmia em campo, e Ibson, que corre e participa das jogadas ofensivas, mas recusa-se a marcar e volta sempre com aquele "trote de craque e dono do time". Vagner Love, para mim, foi um capítulo a parte: fez um bom primeiro tempo e um segundo tempo muito displicente, e particularmente nas conclusões a gol. Não sei a que atribuir esse fato ou explicá-lo. Apenas dou minha interpretação ao que vi. Os amigos têm todo o direito de discordar. Por sinal, como hoje é dia de alívio, peço licença para não falar de tática, ao menos hoje, especialmente desse time, mas apenas da enorme entrega desses jogadores e do alívio que isso proporcionou, desse sentimento maravilhoso que nem sempre na vida temos a oportunidade de experimentar.
No embalo, lembrei-me dessa antiga canção dos Engenheiros do Hawaii, boa banda gaúcha. A letra é antiga, o vídeo também, mas parte dela se adapta à situação da nação: um muro separa o clube entregue a pessoas que desprezam o futebol de sua torcida, a maior do mundo; nos estádios, sua torcida é dividida em facções que não se entendem e disputam espaço, quando uma delas não faz o jogo da diretoria do clube. Estamos separados. Dá vontade que venha um dilúvio que ponha fim a esse suplício de três anos, trazendo assim alívio e o nosso Flamengo de volta. Quem sabe não acontece no final do ano? Que vença Wallim!
Curtam o vídeo.
Bom dia e SRN a todos.