Essa semana o clássico mais famoso do futebol brasileiro completa 100
anos. Falo, é claro do Fla x Flu, eternizado pelos irmãos Mário Filho e
Nelson Rodrigues além de tantos outros artistas e intelectuais. Se
nossos dirigentes tivessem um mínimo de senso de marketing, fariam uma
grande promoção da partida, com convidados ilustres, grandes histórias,
sessões de cinema, uniformes especiais e diversas outras ações
promocionais para garantir uma receita extra além da bilheteria da
partida.
Lamentavelmente, não é o caso e a promoção do jogo foi "terceirizada"
para a emissora que comanda o país. Caprichosamente, o jogo foi marcado
para domingo às 16h de maneira que se encaixe em sua grade de
programação e desta forma perderemos a oportunidade de começar o jogo
exatamente 100 anos após o 1o Fla x Flu, o que seria no sábado às 15:55.
Cada um tem o seu clássico favorito e o meu sempre foi o Fla x Flu. É o jogo que coloca em disputa os ideais clássicos de alegria, descontração e popularidade do rubro-negrismo contra a empáfia e a aristocracia esnobe do tricolor. Um clássico de que sempre retratou a alegria do Rio de Janeiro sem a violência dos jogos contra o Vasco ou o peso emocional (especialmente para os mais velhos) dos jogos contra o Botafogo.
Se o jogo comemorativo seguir a história do confronto, certamente
começaremos perdendo e viraremos o jogo no segundo tempo, vencendo no
fim. O treinador rubro-negro fechou treinos e tentou esconder da
imprensa a idéia revolucionária de escalar o Luiz Antonio na lateral.
Imagina-se que o técnico tricolor deve estar tendo insônia temendo as
estratégias natalinas para o clássico. Espero que o Sobrenatural de
Almeida esteja a nosso favor e que tenhamos motivos para comemorar no
domingo. Se dependermos das últimas atuações do Flamengo para traçar um
prognóstico, vamos ter que esperar o bi-centenário do clássico...
Mas nesta semana que passou, muitos rubro-negros foram despertados para
uma rivalidade nova, sem tanta história mas com um potencial muito
explosivo para os anos futuros. Falo agora da recente e crescente
rivalidade com o Corinthians.
O time paulista, como muito bem demonstrou o Henrin em sua coluna de
ontem tomou a supremacia do futebol brasileiro e sul-americano numa
arrancada voraz desde seu rebaixamento para a segunda divisão. Os
objetivos são bastante claros, ultrapassar o São Paulo no posto de maior
vencedor e o Flamengo como o mais popular do Brasil, com o apoio de
toda a mídia paulista. Nessa disputa, infelizmente, nós estamos levando a
pior, sendo que nos últimos anos tomamos uma verdadeira surra. Mas até
que ponto, essa rivalidade é interessante e até importante para o
Flamengo?
O Flamengo hoje é um clube que na maioria das vezes é motivo de piada. É
como aquele gigante bobão das histórias infantis que apesar de grande,
forte e poderoso, não assusta mais ninguém. Hoje o clube não tem
condições de se considerar rival de ninguém muito menos de um outro que
se fortaleceu em todas as áreas administrativas, catapultando todas as
suas receitas com ações de marketing e vitórias nos campos político e
também esportivo.
Tenho a impressão de que se podemos dizer que desde 2009 o corinthians é
o clube que mais cresceu no Brasil, igualmente o Flamengo é o que mais
se apequenou. Como torcedor, eu fico indignado em pensar que os
dirigentes rubro-negros
não tenham brios, não se sintam desafiados a minimamente se contrapor a
esta situação fragorosa.
Ou será que vão esperar o Flamengo ser rebaixado para começar um processo semelhante?
abs e SRN
