Não
é segredo para ninguém que acompanha ao que escrevo que gosto muito
de basquete, principalmente quando se trata de acompanhar ao
Flamengo! Tive o prazer de ver em quadra o maior jogador brasileiro
de todos os tempos Oscar Schmidt envergando o manto sagrado, uma
honra. Inclusive o esporte citado já foi capaz de “matar” um
presidente, Gilberto Cardoso. Chego a este tema para fazer um alerta
ao departamento de futebol, via o de Basquete. Ocorreu
uma devassa no esporte da bola laranja, logo após uma campanha
digna, porém abaixo das expectativas de desempenho, de um time
milionário formado ano passado. O único problema ela Gonzalo
Garcia, gabaritado e experimentado treinador argentino, que
infelizmente, mesmo vindo de bons trabalhos, não funcionou
aqui. O Flamengo foi semifinalista do campeonato nacional, mas
teve em seu treinador um calcanhar de aquiles para chamar de seu.
Arnaldo Szpiro, diretor de basquete, faz uma competente gestão,
ancorada em estrutura muito profissional, montada por João Henrique
Areias em 2009, sempre com equipes competitivas. O caso é que para
nós, no basquete do Flamengo, por seu tamanho que já gigante no
futebol, imagine nas quadras, não basta ter equipes competitivas,
temos que disputar títulos, até o fim, e o time da temporada
2011/2012 foi no minimo blasé, insosso, de falhas gritantes com
momentos brilhantes, já que tinha muita qualidade, ocasionando com
isso uma
magnifica limpa!
Na
limpa permaneceram apenas 3 jogadores da temporada que se encerrou
mês passado, Marcelinho
Machado, Duda e Caio Torres. Marcelinho dispensa comentários por sua
História dentro do clube e sua contribuição dentro de quadra, Duda
é importante peça de reposição, foi titular por anos (até grave
contusão) e é irmão de Marcelinho, e por fim Caio Torres, um dos
melhores pivôs brasileiros em atividade, tanto que disputa posição
para os jogos olímpicos numa geração espetacular de pivôs.
Acertamos com 6 reforços, todos importantes em seus clube e de
brilho na temporada que se encerrou. São eles: os
armadores Gegê e o ganês Kojo Mensah; o escolta Vitor Benite, o ala
Marquinhos da seleção e que pode deixar Marcelinho fora das
olimpíadas, dependendo da lista final, o ala-pivô Olivinha e o pivô
Shilton, além do Treinador José
Neto, assistente-tecnico da seleção brasileira e treinador da
equipe que está no sul-americano (em disputa). Todos excelentes.
A
equipe contratada e montada
é a
mais versátil do Brasil, e apesar de ter perdido Kammericks um
ala-pivô classe mundial, é mais versátil que a anterior, tendo
tudo para vencer aos campeonatos que disputar nos próximos anos.
Analisando, vejo o time titular assim: Kojo, Benite, Marquinhos,
Olivinha e Caio Torres. A força deste time estaria no conjunto, na
rotação, o banco é muito forte! Benite
pode jogar nas posições 1 e 2, Marcelinho e Duda na 2 e na 3,
Shilton e até Olivinha na 4 e na 5, e assim por diante (1 = Armador,
2 = Escolta ou ala-armador, 3 = Ala (finalizador), 4 = Ala-Pivô e 5
= Pivô). Esta equipe recém formada ganha variação tática e se
previne ante eventuais contusões com formações que podem funcionar
contra qualquer adversário. Otimo! (Não
sou muito bom para explicar, o que importam são as lições do
departamento de basquete) Pela média, números da temporada que
terminou, os contratados seriam uma equipe de 71 pontos e 22 rebotes
por jogo, para começar, fora Marcelinho (pontuador nato) e Caio
Torres 4º melhor pivô da temporada, que ficou no clube e Gegê. Com
treino tem tudo para encaixar.
Um
aspecto importante, que não deve passar despercebido é a utilização
do craque do time nos últimos
anos
com justiça, Marcelinho, que com seus 37 anos não tem mais a
vitalidade (se contundiu bastante nos últimos anos), mas é
eficiente no que se propõe, inclusive na seleção brasileira. A
contratação de Marquinhos,
jogador de altíssimo nível, com inclusive passagem pela NBA, deixa
claro, ao menos para mim, que Marcelinho não será o titular, Ou no
minimo irão arranjar lugar para ele de algum jeito. Como na seleção,
deve ser utilizado com parcimônia (só que com um pouco mais de
tempo no clube), sem sacrifícios e/ou danos para a equipe. Acho
que Marcelinho
está fazendo, e deve, uma transição tranquila para o final de sua
carreira, inclusive se preparando para ser dirigente do clube, o que
respeitaria não apenas sua liderança técnica e carismática. Ponto
para a diretoria que soube tratar do assunto de modo indiscutível.
Brigará por posição e não descarto de modo algum sua história e
a importância para o time atual, inclusive nas relações de
vestiário, já que era o dono do time. Veremos como se comportará.
Outro
aspecto importante é a pele e formação, já que Benite e Olivinha
passaram pelas categorias de base do Flamengo e retornam à Gávea
com status de craques, Gegê jovem promessa volta após uma temporada
“emprestado” ao Tijuca Tênis Clube (onde foi titular e se
destacou), que se juntam a Marcelinho e Duda, além de três
jogadores juvenis, todos Made
in Gávea.
Um time de pele rubro-negra, formado em casa, voltando às suas
raízes. Um
time de pele rubro-negra, formado em casa, voltando às suas raízes.
Penso
em uma equipe que se formará para um prazo mais longo e Marcelinho
não pode ser titular por muito mais tempo. Baseado
em casa, a pressão sentida será muito menor e o que mais anima é
que o clube da Gávea tem formado bons jogadores, muito bons,
Varejinho que foi estudar nos EUA ainda pode voltar e tornar um time
mais forte na rotação e de futuro tranquilo e garantido, é apenas
um exemplo do que relato.
Com
o elenco que está montado e a adição de um ou outro jogador
estrangeiro que faça a diferença (que ainda pode chegar), posso
dizer que o Flamengo jogaria em igualdade de condições com qualquer
time europeu, onde se joga o melhor basquete do mundo (A NBA é para
extraterrestre), porque o novo treinador é excelente, e
mesmo estelar
é 20% mais barato do que o desmanchado, quase um milagre. E o
trabalho fora de quadra foi executado, teremos que esperar e ver o
resultado. O
novo basquete do Flamengo tem tudo para ser novamente o orgulho da
nação, mas mesmo
com todos estes pontos positivos padece, por causa de uma estrutura
podre do clube fora da área e o conhecido e ineficiente marketing. O
time tem patrocínios específicos, mas não se pagam, infelizmente,
assim como em outros esportes. Tem aproximadamente 30% dos recursos
vindos do futebol para fechar no azul (não por sua culpa, mas da
estrutura, do todo), com um diferencial, se reforçou com competência
e sabedoria, com conhecimento do mercado e das necessidades do clube
e do basquete atual na formação de uma equipe. Se o marketing não
conseguir patrocínios para este time de basquete se pagar, será
muito mais humilhante do que o futebol sem o máster, pois o basquete
tem tradição e uma torcida fiel, única, que quando trabalhada se
apresenta, e que mostrou sua força em 2009 pagando 6 meses de
salários atrasados e deixando 3 adiantados, após o já citado
trabalho de J.H. Areias. Resultado, Campeão Brasileiro e
Sul-Americano. Se
tem algo que me fez feliz nos últimos dias foi (apesar de a maioria
não gostar ou ligar) foi a formação do novo time de basquete!
Quantas
lições para o futebol...
Ubique,
Flamengo!
Somos Flamengo,
Vamos Flamengo!
Desocupa Patrícia!