Buongiorno, Buteco! Três pontos numa vitória suada contra um misto de time B e C do Santos, correndo o risco de perder o jogo no segundo tempo, e o gol saindo de pênalti no finalzinho. Nada a comemorar, pois tudo o que envolveu essa vitória só pode ser classificado como lamentável, a começar pelas vaias a Renato Abreu à altura dos 37 minutos do segundo tempo, como se fossem adiantar para alguma coisa. A reação do jogador foi pior ainda, ainda dentro de campo, começando a discutir com torcedores, ao invés de se concentrar e tentar melhorar seu ridículo e pífio desempenho. Mas a situação chegou ao limite do psicodelismo/surrealismo quando, antes da cobrança do pênalti, uma parte da torcida vaiou Bottinelli quando percebeu que ele era o escolhido para a cobrança. Ora, quem consegue analisar o jogo com um mínimo de razão sabe que, desempenhos com a bola rolando à parte, em matéria de bola parada os dois jogadores com melhor aproveitamento na equipe, atualmente, são exatamente Renato Abreu e Bottinelli, os dois que vinham sendo vaiados. É natural que um dos dois fosse escolhido para a cobrança do pênalti. Se a escolha recaísse sobre Vagner Love ou Ibson, ou mesmo Leonardo Moura (se tivesse em campo), as chances de perda da cobrança aumentariam significativamente. É simplesmente inédito na história do futebol mundial uma torcida vaiar o jogador do próprio time antes da cobrança de um pênalti. Jamais se soube de algo remotamente semelhante em todo o mundo futebolístico. Ainda bem que o Gringo cagou para as vaias e se revelou o verdadeiro Demolidor - o Homem sem Medo, e garantiu três pontos para o Mais Querido.
Dito isso, o momento - péssimo, amargo e surreal - da torcida talvez seja reflexo de três anos dessa "Diretoria" e sua "gestão" no Departamento de Futebol. Três anos de completa destruição. Zinho tenta, com todo o esforço, implantar um regime de seriedade e profissionalismo no meio dessa bagunça, fogueira de vaidades e de vazamento de informações à imprensa que é o Departamento de Futebol do Flamengo. Porém, a cada dia surge um novo desafio. Se as suas intenções e seu ímpeto continuam realmente sérios, seu próximo passo tem que ser, necessariamente, dar respaldo ao treinador, seja ele quem for, para barrar e/ou substituir Renato Abreu do time. Numa partida como ontem, na qual Magal, lateral limitado, que não deveria estar no elenco, exibia-se de forma mediana, tendo feito dois cruzamentos perigosos, Joel ultrapassou todos os limites da irresponsabilidade ao tirá-lo de campo só para não ter que substituir Renato Abreu, que assim foi para a lateral esquerda, sem a menor condição física de suportar o vai-e-vem da posição. É inacreditável a proteção que esse jogador recebe dentro do Flamengo, ainda por cima se comportando como se fosse dono do time e, agora, atingindo o abuso extremo de xingar de otários os torcedores que pagaram ingresso e o vaiaram (!). Não adianta mandar embora o jogador de R$ 1250 milhões por mês que chega bêbado a treinos se o outro, que não tem mais condições físicas para ser profissional, tem posição de titular garantida, em detrimento de outros com mais mérito. Não adianta moralizar pela metade. Renato Abreu é menos do que nanoscópico na história do futebol. Se você afinar pra ele, Zinho, o seu trabalho não será nada mais do que um zero à esquerda.
Dentro de campo o trabalho do treinador não apresenta evolução alguma. A coisa começa errada desde a concepção, pois o time é escalado de uma única forma e a estratégia não se altera de acordo com as características do adversário. Foi assim que o Flamengo entrou com campo sem um meia sequer e repleto de volantes para enfrentar um adversário que montou um verdadeiro ferrolho com o objetivo de sair de campo com o 0x0. Além disso, o time não mostrou melhora alguma em nível de padrão de jogo, seja no posicionamento defensivo, seja na organização na hora de atacar; muito pelo contrário, o que se viu ontem no Engenhão foi o abafa desordenado, inclusive com o disparate do Aírton tentando levar o time à frente. Não se viu uma jogada ensaiada sequer, apesar da semana inteira de treinamentos. A articulação de jogadas inexiste não apenas pela falta de meias, mas também porque o Renato Abreu é um sarcófago ambulante dentro de campo, Ibson joga improvisado como camisa 10 e Luiz Antonio não sabe exatamente o que é nem parece haver alguém competente o suficiente para orientá-lo na solução dessa dúvida existencial. Com isso, Diego Maurício, dispersivo por natureza, não recebe bolas em boas condições, mas sim cercado de marcadores (o que não justifica desistir tão facilmente de vários lances) e sem ter com quem tabelar, e Vagner Love se torna uma ilha de talento cercada de mediocridade por todos os lados. O nível técnico dos laterais é abaixo da crítica e basta a zaga ser um pouco exigida que dá a impressão que entregará o ouro a qualquer momento.
Apesar disso, acho que o quadro poderia ser muito menos ruim do que se apresenta hoje. Para mim, 1992 é o paradigma. Vários dos jovens que, campeões da Copa São Paulo de Juniores de 1990, faziam parte daquele elenco, tinham, como os jovens campeões da Copa São Paulo de Juniores de 2011 atualmente no profissional, atuações irregulares e que naquela época, tal como os atuais agora, despertavam muitas dúvidas. É bom lembrar que o Flamengo foi campeão tendo uma ala esquerda composta por Piá e Nélio, dois jogadores cujas carreiras ficaram longe de ser um grande sucesso e tampouco podem ser lembrados como expoentes da técnica. O esquema de jogo então utilizado guarda enorme semelhança com o que atualmente é o mais popular no mundo inteiro, inclusive na Europa, o famoso "Esquema da Alemanha" da última Copa do Mundo. A diferença é que o Flamengo tinha um treinador que sabia atribuir aos jovens funções táticas definidas e específicas, de acordo com suas características pessoais, sem sobrecarregá-los e sem aumentar a pressão até um nível que atualmente ainda não podem suportar.
Apesar disso, acho que o quadro poderia ser muito menos ruim do que se apresenta hoje. Para mim, 1992 é o paradigma. Vários dos jovens que, campeões da Copa São Paulo de Juniores de 1990, faziam parte daquele elenco, tinham, como os jovens campeões da Copa São Paulo de Juniores de 2011 atualmente no profissional, atuações irregulares e que naquela época, tal como os atuais agora, despertavam muitas dúvidas. É bom lembrar que o Flamengo foi campeão tendo uma ala esquerda composta por Piá e Nélio, dois jogadores cujas carreiras ficaram longe de ser um grande sucesso e tampouco podem ser lembrados como expoentes da técnica. O esquema de jogo então utilizado guarda enorme semelhança com o que atualmente é o mais popular no mundo inteiro, inclusive na Europa, o famoso "Esquema da Alemanha" da última Copa do Mundo. A diferença é que o Flamengo tinha um treinador que sabia atribuir aos jovens funções táticas definidas e específicas, de acordo com suas características pessoais, sem sobrecarregá-los e sem aumentar a pressão até um nível que atualmente ainda não podem suportar.
Na minha opinião, o Flamengo tem um setor defensivo abaixo da crítica e que precisa ser muito reforçado; já o meio e o ataque, com reforços pontuais, desde que sejam de qualidade, podem tornar o time bem competitivo. Zinho, aja antes que seja tarde demais. O campeonato brasileiro de pontos corridos é longo e e difícil, e esse elenco, sem os reforços, e com um técnico que não o treina, pode não suportar. O Flamengo já gastou toda a sua cota do direito de errar e está devendo nesse quesito. Não dá mais pra vacilar.
Perguntar não ofende - hipoteticamente, se você fosse treinador do Flamengo e obrigado a escalar uma múmia em atividade, quem escolheria, tomando por base o desempenho dos dois dentro de campo em 2012? Renato Abreu ou Kleberson?
Homenagem - a imagem de hoje é do "Demolidor - O Homem Sem Medo". Para o nosso Gringo Bottinelli, pela coragem e vontade de jogar no Flamengo.
Homenagem - a imagem de hoje é do "Demolidor - O Homem Sem Medo". Para o nosso Gringo Bottinelli, pela coragem e vontade de jogar no Flamengo.
Bom dia e SRN a todos.