quarta-feira, 9 de maio de 2012

Segundo tempo de 2012



Muitos flamenguistas prometeram torcer contra a ida do clube à final da Taça Rio com a finalidade de se livrarem do treinador Joel Santana. Acertaram na causa mas não curtiram o seu efeito, pois o treinador de plantão seguiu em frente conduzindo o time para um mês sem jogar valendo três pontos, tempo transformado em pré-temporada, não planejada, para o Campeonato Brasileiro, assim como a não programada renovação do meio de campo se impôs por meio das mãos sagradas do Divino, que afastou Renato Abreu, Willians e Aírton, de uma tacada só, do que não tiraram o devido proveito. R11 já recuperou a titularidade e Aírton está voltando a treinar para jogar provavelmente até julho.  O novo período de preparação entra em sua terceira semana e as notícias produzidas na Gávea não sinalizam qualquer sinal de evidente melhoria no horizonte para um time que precisa praticamente de tudo, do posionamento da defesa em cobranças de escanteios a jogadas ensaiadas na saída da bola da defesa para o ataque, passando pela eficiência nos rebotes defensivo/ofensivo, cobranças de faltas, atitude nas bolas alçadas sobre a defesa, entre outros fundamentos mal executados. O Flamengo não pode se dar o luxo de uma "Bel far niente" (a beleza de não fazer nada), tendo já ultrapassado um terço do ano e às vésperas do início de uma difícil e longa competição. Mesmo se estivesse com o time ajustado, sempre haveria o que corrigir, no mínimo um entrosamento dos garotos com os demais titulares a exigir tempo integral de labuta no CT, se levar a sério o critério adotado pelo Joel no sentido de ter às mãos um elenco com 32 jogadores, sendo 22 experientes e 10 garotos para irem se ajustando à equipe ao longo do ano.

Vejo assim e não me incluo entre os que pensam em rebaixamento antes mesmo da primeira rolagem da bola, afinal o Flamengo não vai disputar o Brasileirão com o Barcelona, Chelsea, Milan, Juventus, Benfica,... e creio que a permanência do atual técnico passa pela colocação do clube nas primeiras rodadas do Campeonato. Mantendo-se no bolo da frente, até sem apresentar um futebol digno do clube que dirige, Mr Santana irá empurrando com a barriga uma provável demissão. Os argumentos baseados em números favoráveis costumam ser imbatíveis no futebol, que se dane a qualidade dentro de campo quando a tabelinha indica uma invencibilidade fajuta e até garante o emprego de todos. A avaliação usada não é absoluta, daquelas aplicadas quando se precisa atingir um nível, nota sete por exemplo, para ser aprovado. A medida utilizada é relativa aos rivais dentro da competição. Como grande parte dos adversários mantém um padrão igualmente sofrível, não me surpreenderei se o Flamengo encabeçar a tabela junto a mais quatro ou cinco clubes, nem que seja aos trancos e barrancos.

Só não pode perder de vista os ponteiros, é preciso correr no vácuo deles, de preferência tomando a ponta de vez em quando para manter os ânimos serenados, considerando que a insatisfação pelos vexames na Libertadores e no Estadual tende ao infinito em alguns e ao desânimo em outros. O desprazer é grande, tendo produzido uma justa má-vontade, de igual tamanho, com os que dirigem o clube atualmente, com representação na caótica administração da vereadora Patrícia Amorim, sempre muito festeira nas vitórias onde menos interessa e incompetente ao extremo quando se trata dos fatos relacionados ao futebol, vide o recente comportamento extremamente amador na designação de um simples executivo para aquele departamento que vive à deriva.