Dir. Marcel Costa, Pedro Von Krüker de Freitas (Doc, 72 min, cor, HD, RJ, 2012)
Bom dia butequeiros e demais amigos anônimos, ao que tudo indica esse tema das TO's anda me perseguindo. Ou seria o contrário?
Futebol e cinema pra mim são duas inegáveis paixões e 6a feira, lá pelas 17hs, fiquei sabendo que estava rolando o Cinefoot, um festival de cinema sobre futebol (http://www.cinefoot.org/).
Quando vi que, em sessão única, seria apresentado o documentário Pulmão da Arquibancada, filme sobre a Raça Rubro-Negra, decidi largar tudo e assistir nossa torcida e o Mengão na telona.
Raça Rubro-Negra em peso no evento, vários com a camisa da torcida, outros com o manto e eu pensando, putz, mandei mal, ocasião perfeita pra vir com a minha pólo do clube rs, mas não havia imaginado o cenário.
Diretores/produtores do filme |
Um dos pontos altos foi justamente esse cenário ou ambiente pré-exibição. Uma junção incrível da 7a arte com o esporte mais popular do planeta, representado por nós, rubro-negros, como se um bloco de torcedores fosse retirado da arquibancada e colocado diretamente no Unibanco Artplex de Botafogo (agora chamado de Espaço Itaú de Cinema). Maneiríssimo. Melhor que isso só cantar dentro da sala escura o hino do CRF, puxado pelo grandão do meio da foto.
O filme, em alguns de seus melhores momentos, nos faz entrar no coração da torcida, nos coloca no meio da bateria, nos faz andar junto com os integrantes na caminhada pro estádio e nos enfia no meio da multidão em festa, torcendo, pulando e cantando. Demonstra nossa força ao sair dos vagões dos trens e metrôs, lotando ônibus e calçadas. Somos muitos, somos milhares, há um de nós em cada lugar e, assim, somos invencíveis.
Os depoimentos de quem esteve do outro lado, no campo, são deliciosos de escutar. Zico, Junior, Nunes, Adílio, Andrade, Rondinelli, Uri Geller, dentre outros, relatam a energia, a interação, a importância, a injeção de ânimo e a força sobrenatural que a torcida, que a Raça lhes dava, assim como o temor que causava nos adversários. Uma rara e perfeita simbiose. Confesso que em alguns momentos me perguntei onde isso foi parar. E, desde sempre, ao ouvir os jogadores da década de oitenta, não consigo evitar o pensamento, esses sim eram e são HOMENS com H maiúsculo, neles sim podíamos confiar. Ainda hoje me transmitem orgulho, confiança, honradez, sabem SER FLAMENGO.
Pra nos acalentar o coração diante dessa falta, só mesmo o autor do gol do hexa, Ronaldo Angelim, o inesquecível 'Magro de Aço', exemplo de humildade e de ser humano. Salva de palmas emocionante na platéia.
Outro ponto interessante a destacar é que, embora de forma superficial, o documentário não se omite em relação à problemática da violência nas torcidas. Digno de nota o simples uso do recurso musical, que foi capaz de remeter a platéia a um ambiente de pura tensão.
Durante o documentário é fácil ir se apaixonando pela Raça, pensamentos como a Raça é o máximo, o sentimento de admiração, tudo isso vem a tona. O incentivo, as músicas, a bateria, a vontade de cantar e torcer junto. A frase em forma de canto "O Maior Movimento de Torcidas do Brasil" não sai da cabeça, parece um dançarino sedutor rodeando, olhando, cercando e te tirando pra dançar.
Porém, é o próprio fundador ou um dos fundadores da Raça Rubro-Negra, Cláudio Cruz, quem nos faz o mais importante alerta. A torcida organizada, por mais importante que seja, é um acessório do Flamengo. O Flamengo é o principal e não pode ocupar o papel de coadjuvante. O foco é e sempre deve ser o Flamengo.
A partir dessa ideia-base, desse princípio, dessa cláusula pétrea, é que insisto no tema do meu último post (http://www.butecodoflamengo.com/2012/05/torre-de-babel-rubro-negra.html). Nossa força está na união. E é o Flamengo que está em jogo.
Que venha a vitória contra o Saci mais tarde!
Excelente re-estreia pro marroquino!
Excelente re-estreia pro marroquino!