terça-feira, 15 de maio de 2012

Por um novo padrão: o silêncio


 O post de hoje tentará ser o mais simples e objetivo possível. Vou tentar conjecturar a contratação de Zinho para o departamento de futebol do Flamengo, contratação esta que acho benéfica para o ambiente e pode dar uma oxigenada no dentro e fora de campo, logicamente se houver paciência e liberdade para que o contratado para ser o gerente de Futebol possa fazer seu trabalho. Zinho tem um perfil excelente para um clube da dimensão do Flamengo, já que é um ex-atleta, criado no clube (chegou aos 11 anos de idade), vencedor, competente, trabalhador e principalmente, nunca conformado. Certamente vai exigir excelência, na medida do possível, no minimo vontade e sinceridade de todas as partes envolvidas. Tenho o sentimento, e alguns motivos, para pensar que esta “contratação elo” tem tudo para dar certo, até porque temos exemplos concretos que se assemelham em outros clubes grandes do país, casos de Corinthians, Palmeiras e Fluminense com a contratação de Edu Gaspar, César Sampaio e Rodrigo Caetano, respectivamente.

O Corinthians, clube em partes parecido com o Flamengo, em termos de dimensão da torcida e rivalidades regionais (são odiados em seus estados), vivia com problemas parecidíssimos com os que convivemos dia a dia. Era bagunça administrativa, imprensa falando todo dia, corrupção a solta, impugnação de candidaturas e guerra política. Não que isso tenha acabado, mas diminuiu enormemente após a administração Andrés Sanches, que com acertos (erros também) redimensionou o espaço do clube na imprensa paulistana, não se veem mais confusões diárias. Onde quero chegar, isso é um processo, que não se esgota em um piscar de olhos. No caso corintiano, teve reestruturação administrativa e de marketing, a chegada de Ronaldo (ajudou no processo como um todo) e a chegada de Edu Gaspar, ídolo que jogou 10 anos na Europa em clubes como Valência e Arsenal, era atleta e foi convidado para o cargo diretivo concomitantemente com o final de sua carreira de atleta. Atualmente há um padrão, imposto de cima para baixo com inclusive exemplos de campo, como adequação a um modelo anterior com volantes que jogam bola e marcação avançada (desde Mano Meneses), Edu é sim o elo entre Tite e a diretoria, havendo também uma politica de vendas e contratações ao perfil do que o clube deseja e do que o treinador precisa para implantar sua filosofia de trabalho, entre outros aspectos. Está dando certo.

O Palmeiras, politicamente é o clube mais parecido com o Flamengo, “com muito cacique para pouco índio”. Todo mundo quer mandar, todo mundo quer ser importante, todo mundo quer ser algo ou alguém, mesmo que não se tenha qualificação para o cargo, ou seja, competência. Por esta e outras tudo vaza, “todos" sabem o que acontece lá dentro, ainda mais a cornetagem de “gentes” importantes (termo utilizado para povos, no caso as correntes políticas do clube). César Sampaio, chegou com status de bombeiro no clube paulistano, que estava de pernas para o ar com confusões generalizadas de todos os tipos e tamanhos diversos, desgaste de dirigentes no departamento de futebol, fritura sustentada (constante até hoje, mas amenizada) de Felipão, más gestões consecutivas, e, e, e um problema que foi resolvido e aliviou muito o ambiente, a venda de Kleber o ídolo torto, que arranjava muita confusão no vestiário, tinha relações não muito agradáveis com torcidas organizadas, é violento dentro e fora de campo, uma referência ruim, e quase parou aqui no Flamengo. Sampaio chegou e amenizou todos os problemas, eles ainda existem, mas há menos desgaste entre equipe e diretoria, trazendo relativa tranquilidade para o elenco e deixando a politica para fora do vestiário. Hoje pouco se ouve assiste ou lê sobre a política interna do Palmeiras, e o novo dirigente, que estudou para isso, é um dos responsáveis diretos, talvez o maior.

No Fluminense o caso é um pouco diferente, porque tem características diferentes do anteriores, no caso a chegada de Rodrigo Caetano foi fundamental para a tranquilidade no departamento em 2012. O problema do Fluminense é a estrutura, crônico, consegue ser pior do que o Flamengo, só que o material humano compensa, e muito. Como há um mecenas, Celso Barros que tem bandeira em torcida organizada (bizarro), o clube consegue aliviar sua folha e fazer contratações de bons jogadores, mesmo que a esmo e inflacionárias, acima do que normalmente o mercado “deseja”. É o jeito de o Fluminense competir com clubes de maior poder, com muito dinheiro gasto. O clube das Laranjeiras tem conseguido títulos e boas participações em campeonatos, mas estava envolto em confusões pela falta de estrutura (lembremos dos ratos e gambás e da busca até hoje por um espaço para construção de um CT para dar tranquilidade ao futebol). Mesmo antes da chegada do treinador, Abel Braga se discutia a formatação do departamento de futebol, mas atualmente parece que acertaram o modelo com Abel e Caetano. O Fluminense teve um inicio de ano bem tranquilo, refletido em seus resultados até agora, e aparentemente tem a ver com a chegada do dirigente, grande conhecedor e “formatador” de estruturas gerenciais e físicas para o futebol, a reestruturação é de cima para baixo.


Apesar de achar que Zinho pode servir de “bode expiatório”, contratado apenas para ser culpabilizado se algo der errado, naquela fritura covarde e já característica desta gestão atual no Flamengo, tenho uma sensação positiva, mas com pé atrás, repito, torcendo para ter razão de que tudo dará certo, mas com o pé atrás. Não surgem especulações quanto de costume, mas não me engano sei que são pela inatividade atual do futebol, não pela simples contratação de Zinho, e espero que a fase se prolongue de preferência com uma vitória no sábado, já que a unica especulação que já nem tem mais graça é o contrata, não contrata de Ibson, um avanço em relação as diversas cortinas de fumaça em que o Flamengo costuma enveredar. As "fofocas" parecem menores do que nos últimos anos, sinal de boas coisas em futuro próximo. O silencio é uma arma de quem trabalha sério, tudo tem seu tempo, espero que o Flamengo aprenda, espero que Zinho seja o portador do silêncio no futebol do Flamengo, como foram os exemplos citados por mim em Corinthians, Palmeiras e Fluminense, isso é fundamental para um Flamengo maior, sem politicagem rasteira, mas muito trabalho. Precisamos de um novo padrão para não ficarmos chocados (literalmente) com tudo que acontece de ruim e sempre vem à tona no Flamengo.

Ubique, Flamengo!
Somos Flamengo, Vamos Flamengo!