O post de hoje tentará ser o mais simples e objetivo possível. Vou
tentar conjecturar a contratação de Zinho para o departamento de
futebol do Flamengo, contratação esta que acho benéfica para o
ambiente e pode dar uma oxigenada no dentro e fora de campo,
logicamente se houver paciência e liberdade para que o contratado
para ser o gerente de Futebol possa fazer seu trabalho. Zinho tem um
perfil excelente para um clube da dimensão do Flamengo, já que é
um ex-atleta, criado no clube (chegou aos 11 anos de idade),
vencedor, competente, trabalhador e principalmente, nunca conformado.
Certamente vai exigir excelência, na medida do possível, no minimo
vontade e sinceridade de todas as partes envolvidas. Tenho o
sentimento, e alguns motivos, para pensar que esta “contratação
elo” tem tudo para dar certo, até porque temos exemplos concretos
que se assemelham em outros clubes grandes do país, casos de Corinthians,
Palmeiras e Fluminense com a contratação de Edu Gaspar, César
Sampaio e Rodrigo Caetano, respectivamente.
O Corinthians, clube em partes parecido com o Flamengo, em termos de
dimensão da torcida e rivalidades regionais (são odiados em seus
estados), vivia com problemas parecidíssimos com os que convivemos
dia a dia. Era bagunça administrativa, imprensa falando todo dia,
corrupção a solta, impugnação de candidaturas e guerra política.
Não que isso tenha acabado, mas diminuiu enormemente após a
administração Andrés Sanches, que com acertos (erros também) redimensionou o
espaço do clube na imprensa paulistana, não se veem mais confusões
diárias. Onde quero chegar, isso é um processo, que não se esgota
em um piscar de olhos. No caso corintiano, teve reestruturação
administrativa e de marketing, a chegada de Ronaldo (ajudou no
processo como um todo) e a chegada de Edu Gaspar, ídolo que jogou 10 anos na Europa em clubes como Valência e Arsenal,
era atleta e foi convidado para o cargo diretivo concomitantemente com o final de sua carreira de
atleta. Atualmente há um padrão, imposto de cima para baixo
com inclusive exemplos de campo, como adequação a um modelo anterior com volantes que
jogam bola e marcação avançada (desde Mano Meneses), Edu é sim o elo entre Tite e a diretoria, havendo também uma politica de vendas e
contratações ao perfil do que o clube deseja e do que o treinador
precisa para implantar sua filosofia de trabalho, entre outros
aspectos. Está dando certo.
O Palmeiras, politicamente é o clube mais parecido com o
Flamengo, “com muito cacique para pouco índio”. Todo mundo quer
mandar, todo mundo quer ser importante, todo mundo quer ser algo ou
alguém, mesmo que não se tenha qualificação para o cargo, ou seja, competência. Por esta e outras tudo vaza, “todos" sabem o que
acontece lá dentro, ainda mais a cornetagem de “gentes”
importantes (termo utilizado para povos, no caso as correntes
políticas do clube). César Sampaio,
chegou com status de bombeiro no clube paulistano, que estava de
pernas para o ar com confusões generalizadas de todos os
tipos e tamanhos diversos, desgaste de dirigentes no departamento de
futebol, fritura sustentada (constante até hoje, mas amenizada) de
Felipão, más gestões consecutivas, e, e, e um problema que foi
resolvido e aliviou muito o ambiente, a venda de Kleber o ídolo
torto, que arranjava muita confusão no vestiário, tinha relações
não muito agradáveis com torcidas organizadas, é violento dentro e
fora de campo, uma referência ruim, e quase parou aqui no Flamengo.
Sampaio chegou e amenizou todos os problemas, eles ainda existem, mas
há menos desgaste entre equipe e diretoria, trazendo relativa
tranquilidade para o elenco e deixando a politica para fora do
vestiário. Hoje pouco se ouve assiste ou lê sobre a política
interna do Palmeiras, e o novo dirigente, que estudou para isso, é
um dos responsáveis diretos, talvez o maior.
No Fluminense o caso é um pouco diferente, porque tem
características diferentes do anteriores, no caso a chegada de
Rodrigo Caetano foi fundamental para a tranquilidade no
departamento em 2012. O problema do Fluminense é a estrutura,
crônico, consegue ser pior do que o Flamengo, só que o material
humano compensa, e muito. Como há um mecenas, Celso Barros que tem
bandeira em torcida organizada (bizarro), o clube consegue aliviar
sua folha e fazer contratações de bons jogadores, mesmo que a esmo
e inflacionárias, acima do que normalmente o mercado “deseja”. É
o jeito de o Fluminense competir com clubes de maior poder, com muito
dinheiro gasto. O clube das Laranjeiras tem conseguido títulos e
boas participações em campeonatos, mas estava envolto em confusões
pela falta de estrutura (lembremos dos ratos e gambás e da busca até
hoje por um espaço para construção de um CT para dar tranquilidade
ao futebol). Mesmo antes da chegada do treinador, Abel Braga se
discutia a formatação do departamento de futebol, mas atualmente
parece que acertaram o modelo com Abel e Caetano. O Fluminense teve
um inicio de ano bem tranquilo, refletido em seus resultados até
agora, e aparentemente tem a ver com a chegada do dirigente, grande
conhecedor e “formatador” de estruturas gerenciais e físicas
para o futebol, a reestruturação é de cima para baixo.
Apesar de achar que Zinho pode servir de “bode expiatório”,
contratado apenas para ser culpabilizado se algo der errado, naquela
fritura covarde e já característica desta gestão atual no Flamengo, tenho uma sensação positiva, mas com pé atrás, repito, torcendo para ter
razão de que tudo dará certo, mas com o pé atrás. Não surgem especulações quanto de costume, mas não me engano sei que são pela inatividade atual do futebol, não pela simples contratação de Zinho, e espero que a fase se prolongue de preferência com uma vitória no sábado, já que a unica especulação que já nem tem mais graça é o contrata, não contrata de Ibson, um avanço em relação
as diversas cortinas de fumaça em que o Flamengo costuma enveredar. As "fofocas" parecem menores do que nos últimos anos, sinal de boas coisas em futuro
próximo. O silencio é uma arma de quem trabalha sério, tudo tem
seu tempo, espero que o Flamengo aprenda, espero que Zinho seja o
portador do silêncio no futebol do Flamengo, como foram os exemplos
citados por mim em Corinthians, Palmeiras e Fluminense, isso é
fundamental para um Flamengo maior, sem politicagem rasteira, mas
muito trabalho. Precisamos de um novo padrão para não ficarmos
chocados (literalmente)
com tudo que acontece de ruim e sempre vem à tona no Flamengo.
Ubique, Flamengo!
Somos Flamengo, Vamos Flamengo!