Neste ano de 2012 o
Flamengo anda me sacaneando, exceto e inclusive, no fatídico jogo
contra o Olímpia, no Rio. Só tenho visto as partes ruins dos jogos,
incrível. O do ultimo domingo não fugiu a regra, cheguei para
assistir ao jogo (no intervalo) e já estava dois a zero, dois gols
de Vagner Love, até aí tudo bem. Começa o segundo tempo e o
sufoco, pressão do outrora grande, mas atualmente minúsculo e
virtual rebaixado, o simpático Bangu e me ocorre a pergunta de um
milhão de dólares: Quem manda no Flamengo? Porque digo isso? Pelo
fato da semana, a “barração” do Botinelli do jogo, quando
Vagner Love falou aos quatro ventos para o treinador tirá-lo e pôr
o Magal no jogo, e pior disso tudo é que foi feito IMEDIATAMENTE.
Sabemos que o Joel não manda em nada mesmo, e dentro de campo os
jogadores, que fazem o que querem.
Em todos os níveis
desde a presidência até o comandante do campo é uma bagunça, numa
desorganização reinante. Haja vista, desde Janeiro, para não ir
muito longe, vemos os problemas se sucedendo: viagem a Potosí,
insubordinação de jogadores, demissão de Luxemburgo, contratação
de Joel, entre outras polêmicas. O que se apreende disso tudo é que
não se sabe, ou não se vê quem manda no clube. A presidência é
permissiva, pusilânime e confusa, tudo acaba por se tornar uma
cortina de fumaça para que se encaixe mais e mais indicados
políticos de pouca competência. O departamento de futebol segue a
mesma linha. O planejamento inicial feito por Luxemburgo, um de seus
acertos, foi jogado no lixo. Não há mais prioridade entre o
defasado e retrógrado estadual e a gigantesca e prestigiosa
Libertadores, para clube não faz diferença, mas o pior disso tudo é
que a qualidade do futebol, por incrível que possa parecer, caiu.
Poderia até
reclamar de incompetência, que na verdade nem sei se é, mas
Patricia Amorim manda no Flamengo, sim, ela e os jogadores, isso é
cristalino! O treinador e os diretores estão a mercê da presidenta
e dos jogadores, e no Clube de Regatas do Flamengo a politicagem
rasteira é quem manda. Não adianta ficarmos nos iludindo, pensando
que há incompetência porque não há. Parece haver um projeto para
que o clube permaneça no limbo que se encontra hoje, até porque
isso beneficia a alguém, que não os torcedores (hoje dormentes), no
“presidencialismo de coalizão”, sintético do país, criado aqui
e reproduzido à perfeição no clube, infelizmente.
Conversando com um
primo, sobre os limites de um atleta profissional de alto nível, já
que ele foi um atleta olímpico do atletismo, sendo quarto colocado
em Barcelona 1992, é preparador físico e professor universitário,
concluí rapidamente que os atletas detém todo o poder no Flamengo
(manipulam de diversas maneiras, como fazer declarações
demagógicas, dando carrinhos vazios, dancinhas ridículas em
comemoração de gols...). Sobre os limites do corpo, rendimento,
repouso e lesão, ele Sérgio Matias, me explicou:
“Para a
melhor performance de um atleta de alto nível, que treine
diariamente é extremamente necessário o repouso, evitando qualquer
tipo de lesão. O corpo padece porque há um limite de rendimento
pleno (que cada indivíduo possui) e acima deste limite, a
possibilidade de lesão é concreta. Estas
lesões podem ser provocadas pelo próprio corpo, que é um sistema
integrado e inteligente, para que se tenha um repouso forçado, ou
seja, lesões musculares forçam a parada do organismo, pois são
provocadas por sobrecarga. O descanso é fundamental
não apenas em nível competitivo, e sim em toda atividade deste
atleta, pois o excesso de atividades em geral afetam o nível de
performance diretamente, não permitindo que o mesmo atinja todo seu
potencial real em competição. Simplificando, se a vida for
desregrada com seu instrumento de trabalho, o corpo, é impossível
que se alcance o rendimento máximo, mesmo que se treine para isso,
pois existem outros fatores que contribuem para o desempenho do corpo
como um todo, inclusive tecnicamente”.
Pois bem, a conversa
era inicialmente sobre basquete e atletismo, e também um curso que
ele pretende ministrar, mas apliquei aqui ao mundo do futebol. Com tantas festinhas em sequencia, queda de rendimento no segundo tempo dos confrontos, mesmo em começo de temporada, fica claro quem manda. Os atletas não estão aguentando o ritmo de viagens, treinos, jogos e festinhas; além disso alguns escondem-se do jogo em algumas situações, talvez por não conseguir aumentar a intensidade durante a própria partida. Por tradição, no Flamengo o cara se arrebenta e pede para sair, mas o que tem ocorrido não é isso, os caras preferem se arrastar o tempo inteiro. Não falo apenas de Ronaldinho, ele é o exemplo maior, o mal exemplo, existem outros, inclusive por características de personalidade, individual. Uma coisa parece certa, mesmo com os gatos presentes (sócios, diretores e funcionários) os ratos estão fazendo a festa. Da presidência ao porteiro o Flamengo é um grande queijo suíço que vem de armazém antigo com dono distraído, com extrema qualidade, cheio de buracos e fornecendo alimento para
quem o destrói!
Somos
Flamengo,
Vamos
Flamengo!