O torcedor do Flamengo vive a sua longa fase proustiana em busca do tempo perdido, aturdido pelas nefastas consequências de uma escolha infeliz feita por 792 pessoas, que optaram pela nadadora Patrícia Amorim para um cargo muito acima de sua limitada capacidade, talvez julgando que a mesma viveria os três anos seguintes em braçadas nas águas da Lagoa Rodrigo de Freitas, de cara para a sede na Gávea, especialidade dessa caricatura de presidente de um clube de futebol com o potencial inexplorado e maltratado constituído por cerca de 35 milhões de torcedores, os quais rapidamente foram tomados pela ojeriza ao seu nome graças ao mal que a sua detentora faz à instituição quando se trata de futebol, carro chefe desse gigante pertubado pelas chacotas com que convive desde que a eleigeram para a nobre função, com a cadeira de sua mesa de trabalho decorada com a faixa de Hexacampeão Brasileiro.
A torcida busca racionalizar a troca feita, com obrigações relativas à multa milionária, de Vanderlei Luxemburgo por Joel Santana, e seus efeitos práticos, considerando que a mudança de comando antes do tempo previsto visava aumentar o rendimento do objeto dirigido pelo primeiro e não piorá-lo com resultados pífios, decorrentes de performances medíocres, obtidos pelo segundo, reconhecidamente um dos piores treinadores do país, depois que a palavra profissionalismo passou a fazer parte das conversas sobre futebol.
Joel Santana deveria ter sido demitido no próprio dia do jogo por cometer um crime de lesa futebol, ao retirar de campo o jogador Kléberson cuja atuação ouso classificar como a melhor desde que vestiu a camisa rubro-negra pela primeira vez, pois atuava com leveza, técnica, alegria e produtividade na armação e conclusão das jogadas, como nos seus melhores momentos do início do século, sendo uma arma poderosa para o Flamengo ganhar o jogo perdido, novamente, pelas incoerentes modificações introduzidas por aquele treineiro de várzea, tão incapaz para dirigir o time de futebol do clube quanto a vereadora Patrícia Amorim para presidí-lo.
E não foi a primeira vez, tampouco será a última que o destreinador (Ave Gustavão!) nos infelicitou. Na Libertadores já havia encaminhado a façanha de eliminar o time que dirige ao substituir um atacante por um zaqueiro e um meia por um lateral esquerdo quando o Flamengo vencia por 2 a 1 o Emelec, em terras equatorianas, puxando o adversário pra cima da gente, oferecendo nossa cara a tapa. Levamos dois tabefes bem dados e estalados, voltando pra casa dependendo da incompetência alheia para prosseguir dentro da competição, da qual acabamos chutados e humilhados, com o "Rei do Rio" sustentando a coroa de lata corroída sobre a cabeça, em sua arrogância habitual falando nos eventuais maus resultados do Barcelona. Faz-me rir!
De alguma forma, essa dupla incompetente ajuda o Flamengo no sentido de fazer os investidores e patrocinadores, que nele injetam cada vez mais seus milhões de reais, numa curva exponencial ao longo dos últimos anos, a exigirem em médio prazo menos amadorismo no trato da valiosa marca do clube, deixando de expô-la a vexames sucessivos. Não conheço ninguém que aplique o seu dinheiro em algum produto e fique satisfeito com o respectivo retorno negativo que lhe oferecem. Daí, quero acreditar na mudança de fora para dentro, forçando a profissionalização do departamento de futebol com o necessário isolamento do social, por pressão daqueles que o sustentam para que o mesmo adote uma filosofia de gestão baseada na satisfação dos diversos segmentos envolvidos, já que o patrimônio de cada um está no fogo atrelado à grandiosa marca que vem sendo tratada a socos e pontapés por seus atuais responsáveis, como se desejassem acabar de vez com ela.
Só para saber: você investiria seu capital ou suas poupanças numa hipotética ação do Flamengo nos dias atuais?
SRN!