Ares
estranhos e ventos uivantes passam pela Gávea atualmente, um Flamengo
pálido, dentro e fora de campo, uma estranha apatia, um estranho
silêncio, inclusive na oposição. Apatia deste jeito quando ocorre
é reeleição ou manutenção da situação. Boa parte dos
torcedores acostumaram-se com a bagunça, com o desmando, com o mal
serviço prestado por "profissionais" do clube. Não os
culpo, afinal quando foi que nos últimos 25 anos o clube teve
compromisso com a eficácia? A bagunça tem imperado faz muitos anos
e continuamos vencendo, apesar de tudo. Pensem, mas pensem mesmo,
quando nos últimos Cinco anos o Flamengo foi
incontestavelmente superior aos adversários dentro de campo? Dez,
quinze, vinte partidas? Não passa muito disso, mesmo vencendo um
campeonato brasileiro, em 2009. Na verdade existem místicas que
causam temor em alguns adversários e a outros dão força porque
somos a contradição em conceito. Basta irmos aos dicionários
para ver ao lado do verbete contradição a palavra Flamengo.
Espero
como torcedor, acima de tudo, mais do que uma renovação, uma
revolução por um novo modelo de negócios e gestão que acabe de
vez com o “costume de receber os tais serviços de má qualidade”.
O Flamengo deve ser um clube competitivo em todas as modalidades que
se proponham profissionais, lutando de fato por títulos, fazendo
valer a força de sua camisa, de sua marca, de sua torcida, prestando
total atenção a ela, seu cliente, sempre presente quando o clube
mais precisa (temas falados exaustivamente por mim e por todos os
outros colunistas em diversos momentos). Por estas e outras, mesmo
sem confiança alguma no futebol apresentado pelo time, sem muita
confiança no trabalho do treinador, laureado, porém retrógrado,
comprei os ingressos do "Pacote Libertadores". Comprei pelo
Flamengo, instituição secular, não este “menguinho” que se
apresenta de forma modorrenta, sem vontade, desorganizado entre
outros adjetivos negativos, há tempos diga-se de passagem.
Faltam
apenas três coisas, só três ao Flamengo (sem contar transparência
e honestidade, porque isso é obrigação): organização, comando e
CORAGEM. Porque nossos reforços são os mais caros do mercado?
Vejamos: Jádson R$8 MI (São Paulo), Barcos (Palmeiras) 2º melhor
atacante das Américas, perdendo para Neymar, R$ 7 MI, Douglas R$ 3MI
(Corinthians), Kleber R$ 5,5 MI (Grêmio), com os salários
razoavelmente pagáveis pelo Flamengo. Com estes exemplos nota-se que
no CRF paga-se pela bagunça, os caras cobram mais porque não sentem
confiança no clube antes de vir. Nem falo de um bom trabalho na
formação, prospecção e aproveitamento das categorias de base,
porque antes desta geração que se apresenta excelente, estava
difícil formar bons jogadores. Há, para mim “uma
solução para transição”,
comprovada pela excelente matéria sobre filosofia
implantada no Barcelona.
Além de tudo que foi dito é imprescindível que cresçamos em
termos táticos e técnicos, mas repito que falta coragem para uma
mudança completa no modo de dirigir todos os setores do clube.
Será
que toda a equipe que joga contra o Flamengo tem qualidade e é
“arrumadinha”? O que significa estas declarações após a todos
os jogos? O óbvio, que no Flamengo teoricamente falta qualidade e é
um bando, desorganizado, sem comprometimento, menos para o
treinador. O
treinador, que em suas coletivas, prefere passar as qualidades para o lado adversário, infinitamente mais fraco e não reconhece a falta
das mesmas qualidades em sua equipe. Aliás,
as
declarações do Papai Joel (acho ridículo)
na
preparação para a Champions League da Américas, o Campeonato
Carioca, são de levantar defunto! Lógico
que o Emelec é mais importante do que o Fluminense! Qual é a
dificuldade de entender isso? O Fluminense só será mais importante
do que o Emelec no Campeonato Brasileiro ou em fases posteriores da
Libertadores. Fato! Esta
diretoria não tem noção alguma da grandeza do clube, e se o Papai
e a direção não tem noção da grandeza do clube, a torcida deve
cobrar a noção da grandeza do clube e mostrar sua força, mas esta
está dormente também. Onde está a tal diretoria para colocar seu
Coach
no
devido lugar, porque ele só joga o ruralito (boa, Leila!), seu
ganha-pão e não sabe o que representa uma Libertadores? Cadê o
papo franco e a coragem para perguntar a quem "se treme":
você sabe quanto FINANCEIRAMENTE vale uma Libertadores e quanto vale
um carioqueta? Pese pelo bolso ao menos! Porque noção imaterial,
não haverá.
Não
gosto do estilo do Joel há tempos, não é novidade, mesmo
respeitando suas vitórias, que atualmente não me satisfazem, mas
deixo claro que torcerei para ele sempre que estiver “treinando”
o clube. Torço pelo sucesso do Natalino, porque torço sempre pelo
sucesso do Flamengo, apesar de tudo e de todos. Vou aos jogos pela
instituição, ser Flamengo é algo superior, muito maior do que
vencer ou perder, é viver, uma escolha sem explicação, paixão.
Exatamente o que o clube não pode fazer, ser passional, apressado ou
fazer escolhas sem explicação, ao acaso, e se o faz porque não é
profissional, não tem noção alguma de onde está e pior, de como
está e do que REALMENTE importa. Portanto falta coragem para a
diretoria se impor diante de seus funcionários e inclusive da
torcida, falta coragem do treinador para assumir um papel mais firme
escalar os garotos e esquecer o estadual, falta coragem para o
"líder" representar e se representar como condutor de uma
nação dentro de campo, falta coragem para a torcida que está
dormente e conivente com este futebolzinho sonolento, falta coragem.
P.S.:Quem não conhece o personagem da 1ª imagem, chama-se Coragem, o cão covarde!