No
caso do Flamengo, no jogo contra o Olímpia, por incrível que possa
parecer, não. Não dá para colocar a culpa apenas no Joel ou nos
jogadores que estiveram no campo. A impaciência da torcida com
alguns jogadores (ainda em formação), durante alguns jogos é
gritante. Se continuar assim, vai acontecer como na "geração
de 90", todos vão se tornar grandes jogadores fora do clube e o
Flamengo a ver navios. Não estou aqui para ensinar a torcida, só
chamar a atenção de algo que de algum modo me incomodou, mas acho
que devemos apoiar sempre a aprender a jogar competições que se
precisa da integração time/torcida. O apoio deve ser irrestrito, em
prol de quem está em campo e naquele momento pode defender nossas
cores. Na sexta-feira depois do empate, comentei no
Buteco do Flamengo, o texto do Henrin,
sobre o comportamento da torcida, a Nação,
12º jogador,
disse:
-“Tem
uma coisa que não sai da minha cabeça: Sou contra a volta do
Adriano por pensar no homem e não só no atleta, a maioria pelo
visto é incondicionalmente a favor, ok, respeito, mas quando o time
fez 3x0 ontem, gritou "o imperador voltou", pensei como
ficam os caras em campo?
- Só serve o Adriano?
- - "Agente se mata aqui, faz 3x0 e a torcida bota na conta do Adriano"?
A
torcida empurrou o time, apoiando até certo ponto, porque depois do
primeiro gol dos paraguaios, silenciou, faltou incendiar a equipe
para ser o 12º jogador e ajudar ao time lá dentro e evitar o pior.
Ruim para todo mundo”.
Guilherme
de Baere, responde logo após: -“Essa falta de
reação da torcida e o fato de ficarem gritando por um cara que não
pode jogar pelo Flamengo nesse campeonato mostra como não é apenas
o time que tem que aprender a jogar a Libertadores”.
Perfeito,
penso o mesmo, logo, logo Rocco Fermo complementa: -“Cansei
de ler em vários sites e blogs torcedores do Flamengo (do Rio)
criticando e criticando pesado quando o Flamengo joga em Macaé e
Volta Redonda, dizendo que os torcedores de la são "estranhos"
putz isso me deixa muito irritado. O que se tem visto no Rio então?
Torcedores vaiando o time, gritando queremos raça mesmo antes da
bola rolar e ontem gritando o nome do Adriano com aquele baboseira de
o Imperador voltou...
E
agora como fica?”
O
que dizer? Para mim ficaram claríssimos três aspectos: o primeiro é
que a torcida não sabe jogar uma taça Libertadores, junto com o
time, sendo o 12º jogador, diferente do que agente vê fora
do país nas competições continentais. No caso do Corinthians, por
exemplo, sim o Corinthians, a torcida quando joga em casa, apoia seu
time o tempo todo. Podemos dizer que eles estão aprendendo a jogar o
jogo. Não acho que precisaremos ir até a Série B para que isso
aconteça, não é? Nossa principal característica, a do apoio
incondicional, se desmanchou pelo ar, como diria o velho Marx;
Segundo,
a torcida da era Zico ficou “mal acostumada” e acha que sempre
jogaremos aquele futebol mágico, quando se estalarem os dedos, e o
pior, acha ser obrigação jogar aquele “futebol de exceção”,
maravilhosamente fantástico, excepcional mesmo! Não adianta ficar
esperando nascer 11 Zicos ou Messis, com o trabalho feito no Brasil,
mesmo assim a geração que surge agora no Flamengo é boa, mal
trabalhada pelas condições presentes hoje no país (retrógradas),
mas é boa;
Terceiro
e ultimo, muito pior do que a torcida da era Zico é a torcida
“internética”, pós era Zico, que reclama de tudo, é mimadinha
e, exatamente na hora que o Flamengo precisa dela, no campo, de sua
ajuda, fica estática e assiste ao adversário passear, prevendo o
desastre e não se movendo para mudar a tragédia que se anunciava.
Vou relatar algo sobre o jogo, do estádio: quando o Olímpia fez o
segundo gol, a perplexidade era tão grande que um pequeno setor,
onde eu estava, começou a cantar para incentivar ao time, mas o
silêncio foi tão grande que “abafou” a reação, o silencio nos
calou!
O
ambiente era de festa, mas tudo começou errado (pelo menos para mim)
com os gritos de “o imperador voltou”, antes do inicio do jogo,
que inclusive me fez pensar que tinha fechado mesmo (liguei para o
meu primo, fora do estádio e ele disse que era chilique da torcida).
Sabemos também que existem festinhas com torcedores, sócios e até
dirigentes, que pensam em seu próprio bem, NÃO MUITO no Flamengo e
talvez por isso, Adriano seja tão importante. Deve se pensar no
homem Adriano antes do atleta, já que o homem está doente e precisa
de ajuda. O Flamengo vai ajudar a tratar? Não! Por isso sou contra,
certamente vai dar algum tipo de problema futuro.
"Tudo
parece caminhar para o vinagre, porque o que está sendo feito é da
maneira mais errada possível, mas o trabalho de Carlos Noval e
Zico, em sua curta e turbulenta passagem, ironicamente, talvez
nos salve. Quem sabe sejamos campeões da Libertadores com uma
roubada de bola de Muralha (que veio do Vasco), um cruzamento de
Thomas (contratado ao Botafogo), uma cabeçada de Luiz Antônio (100%
da casa) e gol de Deivid (que Zico trouxe), num rebote! Quem sabe o
destino não possa nos favorecer? Apesar de achar que nada disso
acontecerá, continuarei acreditando"!
O
“trabalho” da torcida é acreditar sempre, mas sem ser
“cordeirinho”. Reclamar, apupar, vaiar, tudo isso faz parte, mas
devemos aprender a jogar as competições mais difíceis, todos
juntos: o clube, os jogadores, a torcida. Para terminar lembrei algo
emblemático, pedaço de um cântico que gosto muito e geralmente
empurra o time, mas enunciou a tragédia, simplificou o entendimento
sobre o momento de quinta-feira: “nosso time é agente em
campo, ganha quem tem mais garra, tem mais coração”. É
isso! Nosso time é agente em campo, então vamos para o campo com
ele! Por nós, pelo clube e por eles jogadores, ou melhor, com eles!
Somos Flamengo, Vamos Flamengo!