segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Rufem os Tambores...

Buongiorno, Buteco! Chegou a "Hora da Verdade", o momento da estreia "real" na Libertadores/2012, na fase de grupos, contra o Lanús, da Argentina, em Buenos Aires, na quarta-feira, dia 15 de fevereiro, as 22:00h. Jogo fora de casa contra um adversário bem mais qualificado do que o Real Potosí, eliminado pelo Flamengo na "Pré-Libertadores". Entre o sentimento que nunca acaba, a vontade de torcer, o amor eterno pelo Mais Querido e o sonho de reviver a conquista de 1981 temos a dura realidade de uma terra arrasada após um trabalho desastroso do treinador anterior, que ainda por cima foi alvo de ataques e disputas do mais baixo nível com setores da diretoria e da política interna mais suja do clube.

Quando a hora da batalha se aproxima, não é momento para muita teoria e nem para discussões retóricas; exige-se atitudes, e certas, precisas, mas elas podem ser tomadas por quem prefere jogar a responsabilidade nas costas dos outros e fazer politicagem? Bem, sendo propositivo, acho que, diante da premência de tempo, das severas restrições regulamentares da competição e da disponibilidade de mercado, eu, se fosse Joel Santana, faria o seguinte, na condição de treinador do Flamengo:

a) reintegraria o Alex Silva e o manteria inscrito na competição. Dane-se se ele não quer jogar no clube. É funcionário e tem suas responsabilidades. Daqui a um semestre, no máximo, com a janela de transferências aberta, ele pode perfeitamente ser negociado, principalmente se fizer uma Libertadores razoável. Prefiro um jogador insatisfeito, mas que domina minimamente a posição, do que a dupla Welinton e David Braz; aliás, você, que reluta a aceitar essa ideia, prefere uma zaga formada por González e Alex Silva ou por Welinton e David Braz? Além disso, é uma alteração a menos no elenco queimada desnecessariamente.

b) Mandaria o Renato Abreu para a NASA como membro da primeira expedição tripulada à constelação de Alfa Centauro. Se houver alguma mais distante, serve também. Outra alternativa seria virar "kicker" no futebol americano, ou ainda que simplesmente fosse teleportado para outra dimensão. Tanto faz.

c) Minhas três alterações no elenco para a fase de grupos seriam as inclusões de González, Vagner Love e Diego Maurício (o Itamar teria que entrar em forma).

Um time titular formado, ao gosto do Joel, por exemplo, por Felipe; Leonardo Moura, González, Alex Silva e Júnior César; Aírton (Willians), Maldonado (Muralha), Muralha (Luiz Antonio) e Ronaldinho Gaúcho; Deivid (Diego Maurício) e Vagner Love não seria o pior dos mundos.

Não há muito mais o que ser feito. Eventual contratação feita nos próximos dias não seria aproveitada para a fase de grupos. Estamos, então, na fase do "relaxar e gozar" e do "vamo que vamo".

Joel Santana pediu quatro jogos, mas ontem, contra o Nova Iguaçu, já foi possível ver o time um pouco mais compacto e algumas jogadas com tabelas saindo, algo inimaginável com a formação anterior tão insistida pelo Destreinador. É triste ver tanto respaldo dado aos veteranos e jogadores que vêm atuando bem, como Muralha, serem simplesmente ignorados. Por outro lado, a escalação de Ronaldinho Gaúcho como meia executando o que pode fazer bem pelo Flamengo, ou seja, armar jogadas e colocar os companheiros em situação de gol, e a formação com dois atacantes, sem dúvida são um alento, um alívio, e representam um fio de esperança em um futuro ao menos um pouco melhor. Mas Joel terá que perceber, cedo ou tarde (esperamos que não seja tarde demais), que o meio de campo jamais terá desenvoltura e velocidade com determinados jogadores.

O confronto fora de casa contra o Lanús causa receio. O Nova Iguaçu, que, convenhamos, não é o "Terror da Baixada", chegou à área do Flamengo e criou inúmeras oportunidades. Será necessária, no mínimo, a postura guerreira do primeiro tempo contra o Potosí no Engenhão durante toda a partida, e talvez não baste.

O Adversário

O Lanús não é um time grande. Foi campeão argentino por apenas três vezes e não pode de forma alguma ser comparado a gigantes como Boca Juniors e River Plate, ou a outros grandes campeões como Independiente, Racing, San Lorenzo ou Estudiantes. Aliás, um time que tem por maior rival o Banfield não pode ser grande. Entretanto, diferentemente dos clubes pequenos das capitais brasileiras, o Lanús tem sua torcida, com tamanho suficiente para comparecer ao estádio e fazer pressão sobre o adversário. Isso talvez se explique pelo fato de muitos argentinos terem o hábito de torcer pelos times de seus bairros, algo que não ocorre em nosso país.

O time é formado por muitos jogadores experientes, dentre os quais se destacam os famosos Camoranesi (ítalo-argentino) e Ledesma, além de Diego Valeri, habilidoso meia revelado pelo próprio clube, posteriormente negociado com o Porto e que, atualmente, está de volta, por empréstimo. É inclusive um dos maiores ídolos da história do Lanús.

Portanto, o Flamengo não terá pela frente um adversário ingênuo e inexperiente. Aliado a esses bons e tarimbados nomes, além do próprio estádio, no qual a torcida fica bastante próxima ao campo, o Lanús deverá ter a tradicional aplicação e formação tática ofensiva que temos visto nos times argentinos. Não tenho dúvidas de que foi isso que os manteve entre os primeiros colocados do disputado campeonato de los hermanos nas últimas temporadas.

Pela primeira rodada do Clausura/2012, o Lanús estreiou goleando um dos grandes, o San Lorenzo, por 4x1. Dois gols em jogadas de bola aérea e um iniciado por jogada de bola aérea. Entenderam, né?

Então...

É isso aí. Quarta-feira à noite a bola rola e começaremos a ter uma ideia exata do tamanho que a nossa expectativa poderá alcançar. Até lá seremos uma enorme Nação ansiosa.

Bom dia e SRN a todos.