Visitei
ao site do Flamengo e de grandes clubes (Corinthians, Cruzeiro, Bayern de Munique, Real Madrid, Arsenal, Chelsea, entre outros) procurando saber como
funcionam estruturalmente, de quantos profissionais precisa um clube
para operar em alto nível desportivo e empresarial atualmente. De antemão posso dizer que fiquei muito
impressionado com Chelsea e Corinthians. O clube
inglês é completo em termos de estrutura, como empresa e o clube
paulista está muito à nossa frente, infelizmente, porque com a ajuda
de ilustres torcedores (Washington Olivetto no marketing, por
exemplo) e a passagem de Ronaldo, muito foi aprendido e
implementado. A profissionalização dos clubes deve ser para ontem, quem não profissionalizar ficará para trás. A presidenta disse há pouco tempo, que o clube tinha algo em
torno de 500 funcionários, não sei se é suficiente, se eles estão bem
distribuídos ou se são qualificados para suas
funções específicas. O Flamengo tem o porte de uma multinacional
do esporte e deveria ser tratado como tal. Tentarei despretensiosamente calcular/listar o que seria necessário:
Futebol
Profissional
- Diretor-executivo, Gerente, Supervisor, assessoria, especialista em logística, especialistas em Marketing;
- Comissão Técnica: Diretor técnico (Treinador), dois auxiliares técnicos, treinador de goleiros, um treinador de ataque e finalização, um treinador de defesa e posicionamento, observadores técnicos (olheiros);
- Comissão Médica: fisioterapeutas, médicos (cardiologista, ortopedista, dentista, nutricionista, psicólogo), enfermeiros, assistente social;
- Comissão Atlética: três preparadores físicos, fisiologista, especialistas em biomecânica;
- Comissão de Alto nível: especialistas em tecnologias (tipos de treinamento, gravação e edição de jogos e treinos, etc.), cinegrafista, especialistas em estatística, especialista em TI e especialistas em softwares;
- Atletas: no máximo 34 (três equipes + 4º goleiro);
- Outras funções: massagistas, roupeiros, assessores de imprensa, podólogos, almoxarife;
- Administrador do CT e ao menos 20 auxiliares administrativos e estagiários para todo o departamento de futebol;
Categorias
de Base do futebol
- Diretor Geral, cinco assessores (um para cada equipe, sub-21, sub-18, sub-16, sub-14, sub-12), Gerente Administrativo, Gerente Técnico, Coordenador técnico geral, Coordenador do Departamento Médico da Base, especialista em infraestrutura, especialista em biomecânica para toda a base, podólogo, olheiros;
- Um profissional para cada equipe: supervisor, treinador, auxiliar técnico, preparador físico, preparador de goleiros, treinador de ataque e finalização, um treinador de defesa e posicionamento, médico, enfermeiro, fisioterapeuta, fisiologista, massagista, roupeiro;
Futsal,
Futebol de areia e Escolinhas (dentro
do clube, não as franqueadas)
- Como na categoria de base do futebol, um profissional para cada equipe: supervisor, treinador, auxiliar técnico, preparador físico, preparador de goleiros, médico, enfermeiro, fisioterapeuta, massagista, roupeiro;
- Detalhe a ser ressaltado até o sub-16 integração total das três modalidades de futebol, que treinariam juntas para uma melhor formação técnica dos atletas.
Apenas
para o departamento de futebol do clube seriam necessários algo entre 200 a 250
profissionais. Posso até ter exagerado um pouco, mas algumas funções
que descrevi sequer existem atualmente, mas em outros clubes, sim. Tentei não incluir serviços
terceirizáveis
Esportes
Olímpicos
A estrutura montada por João Henrique Areias para o Flabasquete, em 2009,
nos dá
uma
bela
noção
de
como
profissionalizar e organizar de cima para baixo.
Os
esportes
olímpicos,
em
minha
opinião,
precisam
de
uma
estrutura
única,
separada
do clube social e baseada
no
modelo de franquia polidesportiva americana, atendendo perfeitamente as
necessidades
das
modalidades, com um quadro
funcional mais
enxuto
e
eficiente. Este projeto só
seria
possível
com
a
construção
de
um
“CT
olímpico”
fora
da
Gávea ou a TOTAL reestruturação dela.
O ideal é que fosse comprado um terreno ao lado do CT do futebol, o
Ninho
do Urubu
permanecendo
apenas
as
escolinhas
e
as
competições
oficiais
nos
aparelhos
do
clube,
na
Gávea.
Um exemplo
do
modelo
a
que
me
refiro
está
no
programa
Expresso
do
Esporte,
do
Sportv
com
Marta
e
Maurine,
ambas
da
seleção
brasileira
de
futebol
e
que
jogaram
nos
EUA.
As
atletas apresentam os locais de treinamento com os esportes alojados em um grande “hangar”, com sub-divisões para cada modalidade especifica e o locais "gerais", como uma grande academia que serve a todos. Poderia ser perfeitamente adaptado para nós,
num modelo de gestão poliesportiva diferenciada no
Brasil. Atualmente são cinco módulos esportivos profissionais
competitivos além do futebol: Basquete, Canoagem/Remo, Desportos
aquáticos (Natação, Polo Aquático e Nado Sincronizado), Judô e
Ginástica Olímpica. Fosse eu o presidente, trataria cada módulo como unidade de negócio independente, exatamente igual ao modelo americano, sendo cada um responsável por sua própria renda e patrocínios. Voltando ao quadro, as comissões técnicas das modalidades seriam mistas, com funcionários específicos e gerais, que trabalhariam para o clube como um todo.
Geral:
- Junta médica como a do futebol, para os olímpicos, completa
- Estrutura montada pelo Areias, já explicada pelo link acima.
Específica
para cada modalidade profissional:
- Comissão Técnica: Treinador, auxiliar técnico, observadores técnicos;
- Comissão Médica: fisioterapeuta, médico, massagista;
- Comissão Atlética: preparador físico, fisiologista, especialista em biomecânica;
- Comissão de Alto-nível: especialistas em tecnologias, cinegrafista, estatístico;
- Atletas;
- Outras funções: roupeiro, assessor de imprensa;
Logicamente, algumas funções me escaparam na descrição, ainda
assim me surgem perguntas: o Flamengo sabe quantas pessoas trabalham
no clube? Quem são elas e que funções elas executam? Pelo que ouvi
dizer nem existe setor de RH ou coisa que o valha, uma vergonha! Dentro
de
um
orçamento
especulado em quase
R$
200.000.000,00
faria
muito bem ao clube se iniciasse o trabalho com um setor de marketing formado por pessoas que conheçam ao mercado, se possível advindos de lá,
trabalhando em prol do clube. Esta maquina funcional pode até ser custosa, mas se paga com o aumento de produtividade e o ganho na qualidade do trabalho. O grande problema, já que não existe RH, são os aspones
(Assessores
de
porcaria
nenhuma)
sem
competência
para
os
cargos, apadrinhados politicamente. com o que existe lá, hoje, será
possível
montar uma
estrutura COMPLETAMENTE
profissional? O Flamengo hoje parece um barco à deriva! Com
quantos
paus
se
faz
uma
canoa? Que não fique à deriva e não afunde, por favor.
Somos
Flamengo,
Vamos
Flamengo!