quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A 5ª volta do JS!


A defenestração de Vanderlei Luxemburgo do cargo de treinador do Flamengo era percepção e desejo da maioria da torcida do clube. Eu supunha, como aquelas pessoas, que em caso de nova derrota para o Real Potosí, Luxa seria demitido ainda no vestiário e, classificando-se para a Libertadores, particularmente, eu achava que pediria demissão conforme indícios percebidos ao longo dos últimos dias. Entretanto, após a obtenção da vaga na competição, Vanderlei alegou que mudara a pauta da entrevista bomba prometida anteriormente em virtude de alguns fatos ocorridos e já estava pensando no próximo jogo contra o Olaria. Tudo jogo de palavras, pois ficamos sabendo que até os quero-queros que habitam os campos do CT já tinham conhecimento de que mesmo vencendo, Luxa receberia o bilhete azul, de ida, no dia seguinte ao jogo.

A doublé de vereadora e presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, conseguiu, atabalhoadamente, transformar todo o imenso apoio que ostentava para demitir o técnico, tendo em vista o seu fracasso nos 15 meses passados à frente do time rubro-negro, em manifestações contrárias graças à desastrada forma como conduziu o simples procedimento de mandar um funcionário embora, com mentiras desmascaradas em menos de 24 horas, o que não se constituiu alguma surpresa em se tratando de uma política partidária brasileira. O que era apoio para a prática de um simples ato administrativo tornou-se uma comédia pastelão desmoralizando a incompetente mandatária do clube.

Com Luxemburgo na condição de águas passadas, apresentou-se na Gávea a convite feito e desmentido há quase duas semanas, conforme a praxe adotada por D. Paty, Joel Santana, treinador pela quinta vez, o papão dos Campeonatos Estaduais e que jamais desenvolveu em sua longa história um bom trabalho a médio e longo prazos por onde passou, sendo caracterizado pela obtenção de resultados satisfatórios em missões de curta duração. Para o Estadual está de bom tamanho. Para a Libertadores que ora começa e o Brasileirão a partir de maio próximo há controvérsias e sobram com razão incertezas nos corações flamenguistas.

O estilo paizão de Joel Santana agrada aos medalhões do futebol, que por ele são blindados com seus melindres, indisciplinas e falta de profissionalismo. Alguns alegam que não há porque comparar este último quesito com o praticado em países do chamado 1º mundo, no que discordo por considerar que responsabilidade no trabalho para o qual a pessoa é contratada, além de um dever do empregado é um direito para cada um exercer. Profissionalismo é um conceito comum aos brasileiros e aos esquimós que habitam o Círculo Polar Ártico ao Norte da Terra. Portanto, cabe ao empregador exigir e cobrar correção plena em todo e qualquer tipo de atividade independente das remunerações acordadas em contrato. O resto é jeitinho tupiniquim que abunda enquanto o barco afunda, que serve também como metáfora para tudo que temos visto diariamente em nosso país, do Rio Grande do Sul a Roraima e do Acre a João Pessoa.

Já o desenho técnico/tático do novo treinador é caracterizado pela preferência explícita por uma tropa de choque no meio de campo, recheado de volantes adeptos por jogarem deitados aplicando, para o delírio de parte da torcida do Flamengo, vigorosos carinhos nas laterais do campo, de preferência por trás, com força, valentia e socos vibrantes no ar, às vezes, até nos adversários. Demonstra, também, gostar de puxar um volante para auxiliar no fechamento da zaga, liberando os laterais para atacarem, levando o time a atuar em algo parecido com o fatídico 3-5-2, esquema não utilizado por nenhum time das divisões de base do clube, os quais se caracterizam por atuarem no bem distribuído 4-4-2 desde que o tempo passou e desmanchou os maravilhosos trios formados por Andrade, Adílio e Zico, no meio, e Tita, Nunes e Lico, na frente.

O que restou ao torcedor, que não recebeu de presente a renúncia da D. Paty dentro do baú com suas trapalhadas que vão custar aos combalidos cofres do Flamengo algo em torno de 3 milhões de reais em indenizações a serem pagas àquele que se foi, é torcer para que desta vez o experiente Mr Santana acerte o passo, esqueça a retranca (o Flamengo não é a seleção da Suíça), leve o time a grandes vitórias e aos títulos que tanto almejamos, apesar de eu discordar de sua recontratação.

Que dê muito certo desta vez.

SRN!