Acrescentaria ainda: treinador, não treina e jogador, não joga! Campeão
Carioca invicto, jogando mal, mas vencendo e principalmente
empatando, quarto lugar no campeonato brasileiro, após a luta pelo
rebaixamento no ano anterior. Estes atributos não são ruins, se não
se tratasse de Flamengo, se não fosse como foi. A apatia e a falta de
comando não são características do Flamengo, nem dentro, nem fora de
campo, nunca foram. Muitas administrações bagunça "governaram" com
despreparo e excessos, mas nunca falta de comando e apatia, talvez, até excesso de comando (muito cacique e pouco índio), falta
nunca. A associação direta com o caso do navio italiano Costa
Concórdia, naufrago este mês, pelo menos para mim é inevitável.
O
Costa Concórdia com lotação para cerca de 4890 pessoas (3780
passageiros, 1110 tripulantes em 1500 cabines) é ou era um dos
maiores navios trans-atlânticos do mundo. Ele tinha área para
esportes com quadras de tênis e basquete e a pista para caminhadas;
termas com vista panorâmica para o mar, que ocupava uma área total
de quase 2000m², duas piscinas com telhados de vidro removíveis,
piscinas com tobogãs, entre outras atrações que não eram poucas.
A tragédia em si já é algo paralisante, estarrecedor, se agravando
e muito com as atitudes de quem deveria ajudar a salvar, nunca se
omitir. A covardia do Comandante do navio, Francesco
Schettino, que
permaneceu sobre um dique olhando a embarcação que tinha abandonado
antes de concluir a retirada dos passageiros,
chega
a ser revoltante!
Aí está a semelhança é grande com nosso pilhado clube, pilhado no sentido que vocês quiserem dar. A apatia e a falta de comando são gritantes, mas a execução de um planejamento estapafúrdio alcancou níveis inaceitáveis. Os comandantes estão olhando a embarcação afundar, mas de dentro não coordenam salvamento, pelo contrário, nada fazem. Não adianta ter torcida organizada colocando pressão de um modo que não concordo, com ameaças, mesmo que veladas. Lugar de pressionar é na arquibancada ou de modo democrático, nas regras do estatuto do clube, com representação nos conselhos. A iniciativa do Grupo Sócios pelo Flamengo é sensacional! Um alento! Oxalá ganhe corpo dentro do clube e seja uma nova vertente para as próximas eleições. No minimo oxigena o debate.
Do naufrágio no mediterrâneo emergiu um herói que não é herói.
Com o país em crise econômica, politica, social e moral, se
sentindo ainda mais humilhado por uma falha grotesca de um comandante
e sua retumbante covardia, onde a alusão à politica também se faz
presente (governo Berlusconni), surge então Gregorio
De Falco, o herói que não quer ser herói, como o próprio disse,
fez apenas seu trabalho bem feito,
e se indignou com o comandante do barco que foi o primeiro a sair do
mesmo, virando as costas para seus comandados (tripulação), virando as costas para seus clientes, vidas que estavam em suas mãos deixadas de lado. Com os gritos e perplexidade maior com o abandono de quem deveria enfrentar a situação e organizar a saída de todos com vida, De Falco, virou o simbolo de uma Itália que quer sair da crise, de uma
nação que aos cacos, vê numa tragédia a centelha da unidade para
levantar e virar o jogo.
No Flamengo de Patricia Amorim falta um comandante, uma comandante indignada com a incompetência que envergonha o torcedor, numa crise como a da Itália, falta alguém que apenas faça seu trabalho bem feito, numa crise econômica, associativa, política, moral. No campo desportivo, sinto falta de Bruno, por incrível que possa parecer. Deixo claro que não o quero de volta, mas reconheço que o atleta (não gostava dentro e fora de campo) cumpria sua missão como capitão, era competente no seu trabalho, mesmo com todos os problemas criados e as besteiras que dizia, era e nunca deixou de ser até seu ultimo jogo pelo clube, um líder fora de campo com consciência de classe, brigava por seus iguais, tinha liderança natural e confrontava as diretorias a respeito de problemas extra-campo, não na imprensa.
Se tivéssemos um jogador com as mesmas características no elenco hoje, os problemas seriam menores, vazariam menos, sendo resolvidos internamente sem assessorias, entre os envolvidos, olho-no-olho. Ronaldinho nunca foi capitão em nenhuma situação em sua carreira, exceto em situações esporádicas, liderança sim. Uma liderança positiva, mas nunca condutor, sempre auxiliar. Juro não conseguir distinguir a quem se assemelha mais a situação no barco e de Schettino, se a Patricia Amorim condutora do clube e lembremos vice-presidenta de futebol, o cargo foi acumulado por ela em Abril de 2010, ou ao próprio Ronnie, porque surgiu quarta-feira a notícia de Schettino estar com uma mulher não registrada no barco, além de estar bebendo quando ocorre o acidente. Quanta coincidência!
Veja a espinha dorsal
do departamento de futebol: Patricia, Patricia (VP de futebol),
Veloso Luxemburgo e Ronaldinho. Todos dispensáveis. Seria um alívio
para o ambiente do clube, os cofres, tudo. Faço perguntas ainda sem
respostas: Quando sairá a Capitã Patrícia? Quando
afundará o Costa Flamengo? Ronaldinho, quando comandará a equipe de
vez? Bah, vais ficar vendo o barco afundar, tchê?
Fuori a
bordo, CAZZO!
Quando
virá nosso Capitão De Falco?
Somos
Flamengo,
Vamos
Flamengo!