quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Dias de procura !

Papai Noel ainda está aquecendo as renas Rodolfo, Corredora, Dançarina, Empinadora, Raposa, Cometa, Cupido, Trovão e Relâmpago, as únicas no mundo que sabem voar, segundo a lenda, e a enfadonha ladainha das contratações na entressafra do futebol brasileiro já colocou umas quatro voltas na frente das voadoras do bom velhinho de sempre;

Entre uma festa de confraternização e outra, pululam na Gávea os consagrados nomes de Nilmar, Miranda e Vágner Love. Nada mal para iniciar as conversas de Ano Novo, porém, até o momento do ponto final dos trabalhos de ontem, o Flamengo só tinha nas mãos para apresentar à distinta torcida o nome do lateral esquerdo do emergente Americana de São Paulo, Magal, que brigou pelas primeiras posições do Brasileirão da Segunda Divisão recém-encerrada;

Gato escaldado tem medo de água fria, conforme filosofia do calçadão da praia, pois sou testemunha ocular da chegada ao Flamengo do tão desconhecido como veterano Lico, em 1981, aos 28 anos de idade, oriundo de Joinville na bela Santa Catarina, para se consagrar como Campeão Mundial compondo aquele saudoso ataque com Tita e Nunes, no velho 4-3-3. Também presenciei o empréstimo do meio campista Andrade, em início de carreira, para um clube da Venezuela, onde o futebol era a 5ª preferência popular. E que falar da tentativa de transferir o melhor lateral direito que vi atuar na minha vida de arquibaldo, para o internacional, um tal de Leandro, que um dia escrevi que "ele tinha um caso de amor com a bola", tal a intimidade entre os dois? E os três estão comemorando esta semana a sagração mundial buscado em Tóquio, depois daquele inesquecível baile em vermelho e preto nos orgulhosos ingleses de Liverpool. Assim sendo, seja bem-vindo Magal, tenho razões sobrando para lhe conceder uma boa dose de créditos;

Já que escrevo sobre jogador desconhecido do grande público, que podem ou não vingar vestido com o manto, revelo uma ação que sempre achei razoável ser colocada em prática pelos dirigentes rubro-negros, tendo em vista a bem-sucedida política de garimpagem de jovens talentos no Cone Sul do nosso hemisfério procedida pelos clubes gaúchos, notadamente Internacional e Grêmio, que constantemente apresentam bons valores descobertos no interior do Uruguai e da Argentina. Creio que seria de bom tom a contratação de dois "olheiros", ex-craques daqueles países, para a descoberta e indicação de jovens talentos ou jogadores já consolidados como profissionais em suas terras, porém ainda não devidamente visualizados pelos experts da área, os quais viriam para RJ city contratados pelo Flamengo por um período determinado, um ano por exemplo, e daí partindo para contratos mais longos, se fossem aprovados;

O ex-jogador do Vasco, Delém, disse numa entrevista pouco antes de nos deixar, que revelou jogadores para o River Plate, do qual foi responsável pelas divisões de base ao longo de 20 anos, que renderam 200 milhões de dólares ao clube hermano. Para o que proponho, isso mostra que o material humano é bom, se não bastassem os talentos uruguaios e argentinos que vemos desfilando pelos campos desse mundo do futebol;

O Flamengo precisa contratar jogadores já consagrados sem desprezar a possibilidade de garimpar para achar ouro no CT, no interior do Brasil e nas vizinhanças. É fato que existe ouro amarelo, branco e negro sob e sobre os solos dessas terras.

SRN!