segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Qualquer Semelhança NÃO É Mera Coincidência

Buon Giorno, Buteco! Após a horrorosa apresentação de ontem, apesar da vitória, e a proximidade do final da competição e da possibilidade de conquista da vaga para a Libertadores, não tive como deixar de me lembrar da última rodada do campeonato brasileiro de 2010, quando precisávamos muito da vitória, mas muito mesmo, para fugir do rebaixamento, mas, apesar disso, um time que não conseguia chutar a gol se apresentou na Vila Belmiro e, a despeito de ter enfrentado com coragem o Santos, não saiu do 0x0. A irregularidade e a incompetência dos adversários nos deram a vaga na Série A/2011. Temo que isso possa ocorrer de novo semana que vem. A superioridade tática e mesmo espiritual do Vasco da Gama sobre o nosso time, perceptível no momento, é de tal modo acachapante e constrangedora, apesar de apenas oito pontos nos separarem na tabela de classificação, que acaba gerando esse temor. Um mero empate nos garante a vaga para a Libertadores, mas quem acredita que, com esse futebol e contra um adversário com tanta vontade de conquistar o título, e tão inspirado, isso possa acontecer? Apesar disso tudo, os concorrentes têm partidas tão difíceis, além de suas campanhas serem marcadas pela irregularidade, como costuma frisar o amigo Mouta, que não acho impossível o Flamengo obter a vaga até mesmo com uma derrota.


O que o título da coluna de hoje afirma que não se trata de mera coincidência é que aqui estamos, um ano depois, jogando um futebol de estágio muito parecido com o do ano passado: de uma mediocridade atroz, e sem qualquer planejamento tático. A verdade é que o Dorival Júnior, que assumiu o Internacional em 12 de agosto de 2011, não tem sequer um semestre de trabalho, mas já consegue colocar em campo uma equipe muito melhor posicionada taticamente e engolir o time treinado por Vanderlei Luxemburgo desde 5 de outubro de 2010. Ambos os elencos caros, de ponta no futebol brasileiro, e, se tivéssemos que arriscar, seríamos obrigados a dizer que o elenco do Flamengo é ainda mais caro.


Ah, Vanderlei Luxemburgo venceu a partida, poderão dizer alguns incautos. Bem, todos sabemos que no futebol nem sempre o melhor vence. Ontem, o pior venceu, graças, dentre outros fatores, a um lance isolado no final do primeiro tempo, em que o centroavante improvisado, o jogador mais caro da América Latina, que jamais jogou na posição, aproveitou a chance e decidiu a partida; mas devemos lembrar que, se não fosse o travessão, o goleiro Felipe e alguns outros fatores, dentre eles a sorte, o Flamengo poderia ter saído de campo derrotado ontem em Macaé.


O Jogo


Pedirei desculpas aos meus amigos, mas eu não tenho estômago, fígado, pâncreas, intestino, sei lá, não aguento mais analisar taticamente partidas como a de ontem. Serei econômico. Apenas frisarei que estou estarrecido como um time que não marcava havia 270 (duzentos e setenta) minutos entrou em campo sem centroavante; por mais que seja enfadonho e repetitivo, eu não consigo deixar de me estarrecer como tudo isso acontece porque o treinador precisa colocar em campo o jogador Renato Abreu, cuja lentidão demonstra claramente, a cada jogo, que não tem mais condições de jogar futebol profissional na Série A do Brasil, porém está prestes a obter uma indecente renovação de contrato graças à Diretoria de Futebol de Práticas Amadoras do Flamengo; e não suporto mais ver o Destreinador o chamando de "jogador técnico", na maior cara de pau, como se quem estivesse fazendo as perguntas e quem estivesse assistindo tivesse cara de palhaço ou fosse idiota.


Fica a pergunta: o Flamengo jogará a Libertadores/2012 com um esquema tático adaptado para o Renato Abreu poder se arrastar em campo?



Por questão de justiça, devo apenas fazer um registro: pior do que o Renato Abreu ontem só mesmo a atuação do Willians, que simplesmente se mostrou incapaz de disputar uma bola sem agredir o adversário e o arremessar a cinco metros da linha lateral. É inexplicável a sua condição de titular na atualidade.


A Última Rodada


O Henrin fez um comentário muito interessante ontem a respeito de sua "predileção" para a conquista do título e eu estava pensando no quanto isso é pessoal. Por exemplo: quem mora na região de São Paulo há um bom tempo provavelmente quer tudo, menos o Corinthians campeão; já quem mora no Rio talvez não suporte a gozação dos vascaínos e demais membros da Arco-Íris carioca. Acredito, e sempre acreditei, que a rivalidade atende a aspectos muito pessoais. Outro exemplo: tenho um amigo que é de família italiana, descendente de italianos; todo mundo palmeirense, ele Flamengo, sozinho. Quem ele odeia com todas as forças? O Palmeiras. Ponto. Nada o demove da ideia de que o Palmeiras tem que ser o foco do seu ódio eterno.


Eu gostaria muito de saber dos amigos qual dos dois, Corinthians ou Vasco da Gama, "preferem" ver campeão no próximo domingo. Os termos "predileção" e "preferem" vêm entre aspas porque todos sabemos que qualquer uma das duas hipóteses é dose pra elefante africando com diarreia. No meu caso, a rivalidade regional pesa muito. Sempre convivi com vascaínos insuportáveis e, no meu trabalho, há uma rede de computadores (de trabalho) que, a cada fracasso do Flamengo ou sucesso do Vasco, é inundada de mensagens de mau gosto, distorcidas, nojentas (etc.), blá, blá, blá... Enfim, convivo com isso 365 dias por ano e isso pesa muito pra mim. Conto ainda algumas goleadas sofridas pelo Flamengo no passado no Brasileiro, conto na balança, e, apesar do tamanho da torcida do Corinthians, ainda sou mais o Flamengo e quero que o Vasco se exploda. Como disse, é muito pessoal.


Qual é a sua opinião?


Mas então


Será que a Diretoria de Futebol do Flamengo de Práticas Amadoras demorará mais um ano para entender que o Vanderlei Luxemburgo, seja por qual motivo for, não é mais capaz de montar um time de futebol com um mínimo de padrão tático, jogadas ensaiadas, etc.?


Bom dia e SRN a todos.