quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ponto final do BR

O Campeonato Brasileiro chega ao fim com o sistema de disputa através da fórmula batizada de pontos corridos consolidado e que, a princípio, privilegia os clubes mais organizados e a regularidade que cada qual conseguir manter ao longo da competição.Este ano, ainda brinda a todos com o singular fato de na última rodada, após quase sete meses de bola rolando, com todas as partidas serem interessantes para, pelo menos, um dos times envolvidos, valendo título de Campeão, vaga na Libertadores, um ingresso na Sul-Americana ou uma fuga do pior de todos, verdadeiro troféu abacaxi, do lugar sob a tempestade com raios e trovoadas na Segunda Divisão;

Certamente o esquema ideal ainda não foi alcançado, porém, finalmente chegou-se perto dele, pois creio que há que se discutir o enorme percentual de clubes rebaixados, número que chega a 20% dos participantes do Brasileirão, ou seja, de cada cinco clubes, um vai para o cadafalso, o que tem arrastado para o poço clubes de primeira grandeza que, por um motivo ou por outro, não esteja bem em determinado ano;

Em relação ao Flamengo, objetivo principal dos bate-papos neste Buteco famoso, ele percorre as curvas daquela famosa senóide amiga dos amantes das ciências exatas e terror dos que se dedicam às ciências humanas, tendo atingido o ápice em 2009, disputado para não cair em 2010 e, novamente, navegando nas ondas dos primeiros colocados em 2011. Como o futebol não tem a lógica como referência, espero que mantenha o prumo em 2012 e feche a temporada com a taça do hepta nas mãos;

Sabemos que isso não chega de graça, não cai como uma chuva em nossas cabeças, é preciso acertar os ponteiros desajustados da Gávea a começar pela contratação de um verdadeiro executivo do futebol, um profissional ao qual o treinador, o Luxa ou o Luxo, seja subordinado, a quem submeta suas decisões para que sejam discutidas e revistas se for o caso. O modelo ora adotado que atribui poderes absolutos ao treinador não foi bem-sucedido e colaborou para o clube não chegar ao último jogo do Campeonato sem chances de conquistá-lo;

Por quê um treinador tem que resolver problemas como os disciplinares, particulares, de construção de centro de treinamentos, de relações com a imprensa, quando os tem sobrando dentro das quatro linhas para montar, treinar e armar um time minimamente competitivo? Muricy está coberto de razão quando, em vez de tentar resolver, cobra um CT para a preparação de seus times e afirma com todas as letras para quem quiser ouvir que seus compromissos com o clube que o contrata começam e terminam na linha lateral do campo. Dali para fora só trata de tomar um banho, trocar de roupa e ir embora. O executivo do futebol e seu gerente que se virem do avesso para solucionar as encrencas que não se referem estritamente ao futebol do time que dirige. Essa é a nossa cultura, de bermudas, camisa do clube e boné à beira do gramado;

E domingo que vem que vença o Flamengo. Sendo o melhor ou o pior em campo é o que menos importa para o torcedor na partida com o seu verdadeiro rival, o Vasco da Gama.

SRN!