
Certamente o esquema ideal ainda não foi alcançado, porém, finalmente chegou-se perto dele, pois creio que há que se discutir o enorme percentual de clubes rebaixados, número que chega a 20% dos participantes do Brasileirão, ou seja, de cada cinco clubes, um vai para o cadafalso, o que tem arrastado para o poço clubes de primeira grandeza que, por um motivo ou por outro, não esteja bem em determinado ano;
Em relação ao Flamengo, objetivo principal dos bate-papos neste Buteco famoso, ele percorre as curvas daquela famosa senóide amiga dos amantes das ciências exatas e terror dos que se dedicam às ciências humanas, tendo atingido o ápice em 2009, disputado para não cair em 2010 e, novamente, navegando nas ondas dos primeiros colocados em 2011. Como o futebol não tem a lógica como referência, espero que mantenha o prumo em 2012 e feche a temporada com a taça do hepta nas mãos;
Sabemos que isso não chega de graça, não cai como uma chuva em nossas cabeças, é preciso acertar os ponteiros desajustados da Gávea a começar pela contratação de um verdadeiro executivo do futebol, um profissional ao qual o treinador, o Luxa ou o Luxo, seja subordinado, a quem submeta suas decisões para que sejam discutidas e revistas se for o caso. O modelo ora adotado que atribui poderes absolutos ao treinador não foi bem-sucedido e colaborou para o clube não chegar ao último jogo do Campeonato sem chances de conquistá-lo;
Por quê um treinador tem que resolver problemas como os disciplinares, particulares, de construção de centro de treinamentos, de relações com a imprensa, quando os tem sobrando dentro das quatro linhas para montar, treinar e armar um time minimamente competitivo? Muricy está coberto de razão quando, em vez de tentar resolver, cobra um CT para a preparação de seus times e afirma com todas as letras para quem quiser ouvir que seus compromissos com o clube que o contrata começam e terminam na linha lateral do campo. Dali para fora só trata de tomar um banho, trocar de roupa e ir embora. O executivo do futebol e seu gerente que se virem do avesso para solucionar as encrencas que não se referem estritamente ao futebol do time que dirige. Essa é a nossa cultura, de bermudas, camisa do clube e boné à beira do gramado;
E domingo que vem que vença o Flamengo. Sendo o melhor ou o pior em campo é o que menos importa para o torcedor na partida com o seu verdadeiro rival, o Vasco da Gama.
SRN!