sábado, 12 de novembro de 2011

Parcerias, exposição, patrocínio e modelos


 Resolvi falar sobre estes assuntos que já abordei, inclusive, para voltar a polêmicas que movimentaram o noticiário esportivo/gerencial do Flamengo na ultima semana: a parceria com a Unicef e um possível patrocínio com fornecimento de produtos da Adidas. No caso da Unicef é uma parceria com o clube em projetos sociais que envolvem ambas instituições somada a divulgação da marca no uniforme do futebol. Não envolve, nem deveria envolver ganho financeiro do Flamengo. Simplesmente porque não se trata de patrocínio, apenas cessão gratuita de marca para parcerias envolvendo educação e cidadania, papeis da entidade e de um clube desportivo do porte do Flamengo. O ganho é imaterial, da imagem, não sei se há intenção de ganho fiscal com os projetos, nem sei se seria bom (minha visão). Voltarei a falar do “caso Adidas”.
Fiz uma pesquisa simples, no site de alguns dos maiores clubes do mundo para saber como estes se organizam e como é sua gestão de marca e parcerias com patrocinadores. Os clubes escolhidos foram Bayern de Munique, Real Madrid, Barcelona, Milan e Manchester United. Incluí um exemplo latino americano de grande torcida, uma das maiores do planeta o Chivas Guadalajara. Cada um destes clubes tem uma especificidade e que ao mesmo tempo aproxima o Flamengo deles e os fazem se distanciar de nosso clube querido. Há muito a ser feito, mas acho que dá (como é atualmente, acho difícil, com uma reforma geral dá). Seria um esforço gigantesco de "bricolagem" administrativa.
O que mais me impressionou foi a porta de entrada destes clubes: o site, a página que traz todas as informações dos clubes. Geralmente é muito bem feita. O site do Flamengo até que é bom, mas falta muito para chegar no nível do site do Real Madrid que é simplesmente fantástico! Fiquei muito impressionado também com Barcelona e Bayern. Os outros estão no nível do nosso site, não sei se no nível de informações, porque não analisei tão a fundo, mas no nível gráfico sim. Nem posso entrar tão a fundo nestas áreas (imagem, marketing e gestão), mas com o conhecimento minimo que tenho vou relatar pontos que achei importantes.
O que me levou a principio a fazer o post, somados aos motivos já relatados acima foi um post no excelente e sucinto site Jogo de negócios, que demonstrava o modelo de negócios e de parcerias em licenciamentos e patrocínios, principalmente patrocínios, do Bayern de Munique que é semelhante aos do Real Madrid, Barcelona, Milan e Manchester United. Ele é separado em cinco categorias: patrocinador principal, fornecedor de material esportivo, parceiros premium, parceiros clássicos e parceiros de alimentação. No total são 25 patrocinadores, parceiros do clube bávaro. Trazendo para a realidade do Flamengo, até para base comparativa, poderíamos simplificar com: Patrocinador Máster, Fornecedor de material esportivo, parceiros oficiais, fornecedores e Olimpicos/Base. Para tentar reduzir, já que cada um dos aspectos mereceriam um post especial vou simplificar o que mais gostei em cada um dos clubes com os respectivos hiperlinks.
No Real Madrid me impressionaram o organograma e a Escola de estudos universitários, isso mesmo uma universidade dentro do Real Madrid. No Bayern ocorre a separação da empresa (numa S/A) do clube, parecido com o que propus para o Flamengo, inclusive com ações dos patrocinadores. Adidas e Audi tem 9,1 % cada uma e o Bayern F.C. Tem 81,8%. No caso do Milan, um exemplo de quem não quer se restringir ao mercado europeu. A pagina é em português, além do Milan Lab programa de estudos científicos com os atletas, professores e de tecnologia por uma parceria com a Microsoft. Além disso, existe uma junta de auditores no organograma no mesmo patamar dos vice-presidentes (se bem que o “dono” do Clube é o conhecido Silvio Berlusconi, maior acionista, ex-premier e quase dono da Itália, se ainda não caiu, vai cair logo, logo). O Manchester United impressiona no setor de licenciamentos, parcerias e patrocinadores. Eles fazem muito dinheiro e sabem fazer! São quatro escudos e quatro nomes licensiados além dos 24 parceiros locais, regionais em diversos seguimentos diferentes. 
O Chivas, nosso modelo latino, já segue o modelo americano de gestão inclusive na seção de arena (Estádio Omnilife) e no franchising inclusive com o Chivas/EUA sediado em Los Angeles. O Chivas separa as parcerias em categorias muito interessantes: Alianças estratégicas, alianças comerciais, provedores oficiais e mídia oficial.  O Barcelona impressiona na quantidade de modalidades, quantidades de títulos nestas modalidades e a quantidades de patrocinadores gerais e específicos. É o grande modelo a ser seguido. Seus olímpicos são profissionais e independentes, inclusive a base, La Masía, um prédio “quase comercial” gerido como uma empresa, que depois se integra ao futebol profissional, numa espécie de Holding esportiva. Outra especialidade é uma webpage para cada seguimento, inclusive um “site” exclusivo para os relacionamento e credenciamento para eventos do clube.
Nestes modelos muito pode se aproveitar e se adaptar ao Flamengo. Nos casos de Milan e Manchester United  só há o futebol, já Bayern Munique, Real Madrid, Barcelona e Chivas Guadalajara são poliesportivos. No Brasil não vemos a imprensa como propulsora de conteúdo e parceira de transmissão. Barcelona e Chivas (Chivas/EUA) veem e deixam claro em suas páginas eletrônicas, pois tem como parceiras rádios e TVs. Todos os clubes citados tem sua TV particular, o Flamengo deixou de ter a sua. É um excelente meio de contato entre o torcedor e sua paixão, muito mal explorado pelo clube que deveria ter uma divisão dentro do marketing (esse já não existe mesmo) para TV e mídias sociais (tem uma página no Facebook que não é administrado diretamente pelo clube si por um canal de TV, que nem é citada como parceira no Site). Fiz uma tabela para que comparemos os clubes..
Escrevi isso tudo para defender a parceria entre Olympikus e Flamengo e ser contra o embate inexistente (mas onde há fumaça, há fogo dizem os mais antigos), no fornecimento de material entre Olympikus e Adidas. Os R$ 35MI por ano oferecidos são uma casca de banana. Para a Adidas, marca mundial e importante, a marca Flamengo é mais uma, grandiosa, porém mais uma. Na Olimpikus teremos prioridade e temos um diálogo que não tivemos com nenhuma parceira na História do clube. A Adidas não é a salvação como parte da torcida defende. Parcerias de longo prazo rendem mais do que eventuais rompimentos, além de termos a má e verdadeira fama de rompermos contratos aos montes. Com este histórico, o clube se prejudica com deficit de imagem que já aconteceu em rompimentos com a própria Adidas para assinar com a Umbro, Umbro para Nike, Nike para a Olympikus. No caso da Nike, que nos prejudicou e serviu mal ao clube, ocasionando o rompimento do contrato por mal fornecimento. O pior é que a Nike parece ter entrado no jogo. De novo!
As parcerias devem render lucros financeiros ao Flamengo, no minimo, imaterial, com imagem como a da Unicef. Elas tem sua importância desde que sejam práticas e eficazes em seus propósitos sobre todos os aspectos. Vou mostrar um exemplo de modelo de negócio que o Flamengo jamais pensou. O que é planejamento, não é mesmo? Parece que para o ano que vem iremos lotear nosso manto. Venderam a alma, o manto, o clube. Uma pena porque isso desvaloriza e muito nossa marca. Com este pensamento de curto prazo, perde-se no longo prazo. Para quem está com preguiça ou acha que não são relevantes os links, reforço aqui, vale a pena entrar em cada link para ver o que digo e até achar coisas que passaram por meus olhos. E, para não dizer que não falei de flores...de futebol...Vamos vencer amanhã em Curitiba! É o que nos resta para aumentar ainda mais nossa marca e o numero de consumidores, ops, torcedores.
SomoFlamengo, VamoFlamengo!