Continuando o post da semana passada, um grande passo para modernizar a Gávea de vez e qualificar os treinamentos e as equipes do clube seria a utilização do modelo de gestão poliesportivo americano. Ele se apresenta por um grande galpão (hangares) com subdivisões para treinamentos específicos de cada esporte, mas com uma mega academia utilizada pelos esportes que treinam no local (para quem possa se interessar pelo modelo existe um programa o “expresso do esporte” do canal Sportv com a Marta ou com Maurine do futebol feminino que mostram bem como é o modelo, tem no youtube ou no G1 videos) O ideal é que fosse feita uma parceria com uma rede de academias ou indústria de maquinário esportivo para que surgisse uma referência em marketing, preparação e planejamento de modalidades e equipes. Isso se daria fora da Gávea, exatamente como fez o futebol.
Para tanto seria necessária a compra ou obtenção de um terreno para o “CT olímpico” (preferencialmente, mas não necessariamente na cidade do Rio de Janeiro, Ilha do fundão, Barra da Tijuca, Vargem Grande ou Duque de Caxias, minhas sugestões) com a Gávea ficando apenas para o clube social e a construção de dois ginásios poliesportivos para shows e competições, sendo um deles para 15.000 pessoas onde hoje é o estádio de futebol, e a reforma do ginásio Hélio Maurício. Nesta nova estrutura do Fla-Gávea estaria contemplada a megaloja, o museu do clube, o Hélio Maurício, a arena multiuso, o complexo Fadel-Fadel com as piscinas para competição e o clube social e as outras estruturas para sócios “frequentadores” e sócios atletas das escolinhas de alguns esportes que permaneceriam lá (remo, tênis, bocha, entre outros). Uma modernização quase completa de um clube quase propõe alcançar e superar no Brasil Minas Tênis Clube e Clube Pinheiros de São Paulo, tendo como meta ousada Real Madrid e Barcelona.
Sobre o CT Olímpico, além de estarem treinando em um mesmo lugar os esportes olímpicos seriam administrados como atividade autônoma ou, pelo menos, com autonomia do futebol e do clube social. Seriam três projetos em um com o patrimônio do Clube sendo valorizando com o clube social e os aparelhos esportivos novos, uma nova gestão esportiva e dos recursos humano-patrimoniais (atletas) em um novo modelo de negócios com partes independentes de um todo acrescentando muito à marca Flamengo (marketing e gestão).
A separação das modalidades olímpicas é um passo importante na sobrevivência das mesmas e quanto a gestão uma boa opção seria juntar num bloco único os esportes olímpicos para que o marketing trabalhe exclusivamente para os olímpicos. Assim seria possível a obtenção de um patrocinador único ou diversos patrocinadores nos abrindo à possibilidades com as parcerias nos olímpicos de se conseguir um patrocinador único no futebol. A mecânica é a de se criar parcerias nos esportes olímpicos para “limpar o manto” do futebol. A vantagem é que nos olímpicos não importa a quantidade de patrocinadores e parceiros porque se compensaria com a imagem em backdrops no futebol por um exemplo. Mais uma vantagem é a otimização da burocracia com um quadro administrativo mais enxuto e com orçamentos e aportes específicos que facilitariam o planejamento a curto, médio e longo prazo. As ações de marketing mais diretas catalisariam as futuras parcerias.
As licitações em bloco dos patrocínios das modalidades esportivas também surgem como uma boa opção de exposição. Este tipo de ação também fortaleceria o clube como. Os esportes divididos por módulos seriam: Módulo 1 - basquete; 2 - canoagem e remo; 3 – esportes aquáticos (natação, pólo aquatico e nado sincronizado); 4 - judô e ginástica; 5 - escolinhas do clube e licenciadas (este módulo ficaria a cargo do clube social, Flá-Gávea). Com grande tradição e os grandes atletas que temos nas modalidades facilitaria a chegada de outros nomes e fazendo times fortes e prospectando bons patrocínios, com possibilidades que esportes outrora tradicionais no clube fossem incorporados e licitados em conjunto como atletismo e hipismo, por exemplo.
No caso do futebol o Clube de Regatas do Flamengo que é muito rentável hoje em dia, mas carrega uma enorme divida produzida por ele mesmo em tempos atrás, pelos esportes olímpicos e pelo clube social é um dos lugares que sofreria menor impacto e modificações. A estrutura está sendo montada hoje, mas eu seria um pouco mais ousado tentando ampliar as instalações e as modalidades dentro do próprio departamento de futebol. Todas as modalidades se alocariam no Ninho do Urubu. Categorias de base, futebol profissional, futsal, futebol de Sete e caso seja necessário futebol feminino e futebol de areia.
O Mais importante para o futuro do futebol e das finanças do Flamengo está na formação dos atletas. Como no futebol a formação é quase igual com habilidades e aptidões parecidas o Futsal, o futebol de Sete e o futebol de campo teriam os mesmos atletas, até os 15 anos, federados e jogando as competições, aprimorando a formação em uma espécie de rodízio. Formando e aproveitando apenas os melhores e sem os problemas de fundamentos para os profissionais no futuro, com a certeza de bons atletas, além do carimbo do lema “craque o Flamengo faz e casa”.
A seleção final se daria apenas aos 16 anos por critérios de aptidão, melhor adaptação a modalidade e a vontade do próprio atleta. Este pequeno detalhe na formação (salão/sete/campo) maximizaria a formação de novos craques. A separação do clube social, do Futebol e dos esportes olímpicos fortaleceria o Flamengo como um todo, mas não seria nada fácil, nem barato, é preciso ousadia e saber aproveitar o movimento olímpico que vem ao Rio de Janeiro trazendo facilidades a quem souber agir.