Buon Giorno, Buteco! Começamos a semana com um sentimento de alívio proporcionado por um bom primeiro tempo do Flamengo na partida contra o Ceará, no sábado, em Fortaleza, no Estádio Presidente Vargas, graças ao esquema tradicional (não diria nem ofensivo) adotado pelo treinador Vanderlei Luxemburgo, abandonando finalmente o obtuso e fracassado esquema de três volantes formando um losango improdutivo no meio de campo. Alvíssaras! Há quanto tempo esperávamos por isso? Não faltaram postagens e comentários aqui no Buteco clamando por uma atitude como essa por parte do treinador. Ao mesmo tempo, porém, infelizmente, os cartões vermelho e amarelo tomados, respectivamente, por Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves automaticamente os afastarão da próxima partida, contra o Santos, no Engenhão, no domingo, as 18:00h. Um problema sério, sem dúvida. Não bastasse o desfalque do Ronaldinho, o segundo jogador mais decisivo do time também estará fora.
A coluna de hoje se destina a conclamar o Luxemburgo a escalar um time ofensivo para enfrentar o Santos no domingo, sem medo ou cautelas excessivas. O meu receio, na verdade "pânico", é ele resolver escalar três volantes ou adiantar o Renato Abreu para "armar" o jogo ao lado do Bottinelli. Essa simples ideia é capaz de me causar pesadelos. Tudo o que nós não precisamos é de um retrocesso, seja pela volta ao losango, com um volante fixo e dois (Willians e Renato Abreu) marcando e apoiando, seja pela utilização do Renato Abreu em outra posição que não a de volante. Então, resolvi tirar a minha corneta do armário. Como vocês podem ver, é uma corneta rubro-negra, com a imagem do "pânico" que me assola, mas uma "corneta do bem", que tem por objetivo mostrar que o Flamengo, mesmo com esses terríveis desfalques, pode jogar de forma ofensiva e vencer o Santos no Engenhão.
Se eu fosse o Luxemburgo, escalaria dois jogadores abertos nas pontas, que recuariam quando o time não tivesse a posse de bola para ajudar os laterais na marcação. No meio, dois volantes em linha e à frente deles um meia armando o jogo e chegando para tabelar com um centroavante centralizado. Um esquema parecido com o da Alemanha de 2010 e que lembra o do próprio Flamengo de 1992. Algo entre os dois. O mais importante seria marcar com dez ou mesmo onze quando o time não tivesse a bola e, com ela, atacar pelas pontas com grande ímpeto tentando cruzar a bola para o centroavante.
Agora, às peças desse esquema: na ponta direita eu escalaria o Leonardo Moura. Suas últimas atuações ofensivamente têm sido de razoáveis para boas, ao contrário da parte defensiva. Por outro lado, o Galhardo foi bem contra o São Paulo defensivamente. Então eu montaria o lado direito com os dois. Na esquerda, à frente do Júnior César eu optaria entre o Diego Maurício, o Thomaz, o Adryan e o Negueba. Escalaria aquele que se saísse melhor nos treinamentos durante a semana. Opções para o Luxemburgo não faltam, portanto. Acredito que um deles pode fazer esse papel de forma decente. Quem sabe não seja o momento do Thomaz e do Adryan? Finalmente, no meio, eu iria de Aírton e Muralha, mas como o Luxemburgo "ama" o Renato Abreu, que seja ele, desde que como volante pela esquerda, tão somente. À frente deles, o Bottinelli, que passaria a semana ouvindo que é "El Nuevo Pibe D'Oro" e entraria com todo o apoio e confiança do grupo para ser o principal jogador do time nessa partida. Dá para treinar esse time durante a semana, com o Ronaldinho Gaúcho e o Thiago Neves reforçando o time reserva, o que já seria um baita treinamento.
O resto dependeria da Magnética e de muita força de vontade, confiança e raça por parte dos jogadores. Motivos para isso não faltam: depois da sequência sombria de dez jogos sem vitória, a equipe está a apenas três pontos dos líderes, com todas as chances de conquistar o título, e enfrentará um adversário que, apesar de ser o atual campeão continental e ter grandes talentos no elenco, não tem nada mais a fazer o campeonato que não seja mera figuração, como provam suas recentes e pífias atuações. E em futebol, salvo quando há uma abissal disparidade técnica entre duas equipes, o que não vem a ser o caso, costuma vencer quem tem mais gana. Acredito que a torcida tenha razões para exigir isso dos jogadores.
Portanto, acredito na vitória, desde que não haja o retrocesso que tanto temo na montagem da equipe para essa partida.
Elenco e corrida para o título
Continuo achando que a janela foi mal aproveitada e há clamorosas falhas na montagem do elenco; contudo, se às vésperas da 31ª Rodada o Flamengo está a apenas três pontos dos líderes, não há motivos para não acreditar no título, mesmo com esse elenco. Como já escrevi aqui outras vezes, em postagens e comentários, chegamos a essa colocação no campeonato, e em certas ocasiões à vice-liderança ou mesmo à liderança, graças à entrada de jogadores que já foram defenestrados em algumas oportunidades, como Bottinelli, Diego Maurício e Negueba, além de Jael, Fierro, Luiz Antonio, Muralha, dentre outros.
Sei que as últimas atuações do Negueba, por exemplo, assustam, de tão ruins, e o Diego Maurício parece estar em estado letárgico. Pondero, no entanto, que esses jogadores, nesse mesmo campeonato, já atuaram muito bem e foram importantíssimos nessa campanha. Não acredito em título sem que esses jogadores tenham participação ativa na reta final do campeonato. Além disso, se o treinador insistiu tanto com Renato Abreu, Welinton, Fernando, Deivid e Wanderley, por que não insistir mais com esses jogadores, que nesse mesmo campeonato chegaram a mostrar o seu valor?
Fica o ponto para reflexão de todos.
Thiago Neves x Montillo
Um dos mais interessantes debates que tenho visto aqui no Buteco nos últimos dias é se a Diretoria deveria contratar o Thiago Neves em defintivo ou partir para a contratação do Walter Montillo, cujos direitos federativos especula-se orçarem R$ 18 milhões.
Digo aos amigos que, hoje, estou mais para o Thiago Neves do que para o Montillo e não é pelo pênalti perdido por este último ontem contra o Corinthians, jogando pelo Cruzeiro. É que o Manto Sagrado pesa, e como pesa! Daí a minha dúvida: Montillo murcharia com a camisa do Flamengo? Teria as mesmas dificuldades do Thiago Neves em razão do esquema tático? Marcaria a mesma quantidade de gols?
Particularmente, acho que ele teria - ou teria tido - as mesmas dificuldades que o Thiago Neves teve por conta do esquema tático. Por outro lado, se ele, Montillo, é mais rápido, Thiago Neves tem a seu favor o jogo aéreo.
A decisão, porém, não é nada fácil.
Será que há uma terceira via?
Bom dia e SRN a todos.