O Flamengo fez a curva do 1º turno do Campeonato Brasileiro em melhores condições do que na largada, o que não deixa de ser um belo alento para nós Rubro-Negros, tendo em vista as incertezas que pairavam, como nuvens negras em nossas cabeças, no pontapé inicial da competição;
A defesa, principal preocupação em função da decadência física do Ronaldo "Original" Angelim, dos arroubos do estabanado Welliton e da fragilidade técnica dominante na lateral-esquerda, inicialmente povoada nada mais nada menos por Egídio ou Rodrigo Alvim até o acerto final com Júnior César, está entre as que menos levaram gols em 19 jogos. Não quero dizer que está tudo bem, principalmente no miolo da zaga, onde Luxemburgo desafia o bom senso da multidão que veste o vermelho e preto com a manutenção, como titular, de um jovem jogador completamente despreparado para a missão, conforme provado e comprovado ao longo de dezenas de jogos, desde longe como dizia o velho Brizola, desde o Estadual.Creio que finalizaremos o ano com Alex Silva e Gustavo, alternando com Angelim, como os donos do pedaço oferecido com muitas oportunidades não aproveitadas por aquele apavorado zaqueiro;
O meio de campo, que não inspirava grande cuidados na criação com Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves, ganhou consistência na entrada da área com a chegada do Aírton, aliás, a partir da sua presença o Flamengo ficou algumas partidas sem levar gols e depois que foi submetido a uma cirurgia no joelho a maionese desandou, com largas avenidas abertas que levaram os adversários até a cara do goleiro Felipe, apesar das extraordinárias atuações do Willians no quesito "roubadas de bola";
O ataque, outro ponto nevrálgico, desde o Cariocão, foi definido apenas numa perspicaz constatação de Fernando Calazans no sentido de que "os melhores são sempre os reservas". Bela observação. Quando jogam uns preferimos outros. Quando estes são escalados preferimos aqueles num claro sinal de que ninguém está agradando à torcida. Ao Vanderlei Luxemburgo agrada, pelo menos nas entrevistas, nas quais, Deivid, por exemplo, bate um bolão contrapondo à bolinha jogada e perdida dentro de campo;
Por citar o Luxa, entre muitos acertos e alguns desacertos, o professor insiste até a exaustão em querer fazer do Ronaldinho um quase centro-avante. Uma coisa é vir de trás para concluir, como fazia muito bem o Íbson e agora o faz o Thiago Neves, outra bem diferente é jogar de costas para os zaqueiros adversários. Testar Diego Maurício como centro-avante nem passa pela cabeça do nosso treinador, sendo mais fácil um elefante avançar pelo buraco de uma agulha como ensina a Bíblia Sagrada. Por mim, jogaria com Negueba e Diego Maurício na frente, Thiago Neves e Ronaldinho mais atrás, e Willians e R11 como volantes até a volta do Aírton ou Maldonado;
E seja o que Deus quiser de acordo com a filosofia de que "jogar pra frente não dói";
Finalizando, embora este seja um espaço rubro-negro, porém extremamente dotado com cores humanas, desejo enviar um abraço fraternal ao Ricardo Gomes, exemplo de bom caráter para nossa juventude tão carente de valores referenciais na vida pública de nosso país, desejando-lhe pronta recuperação necessária para o próprio que a merece, para a sua família que agora sofre num mar de dúvidas próprias da situação e para todos que o admiram;
Força Ricardo, tenho certeza de que você tomara a bola, mais uma vez com a costumeira elegância, desse traçoeiro adversário que o atingiu de forma cruel. E correrá para uma vida feliz ao lado daqueles que o amam.
SRN!