O Flamengo deu um adeus eterno aos sete primeiros meses deste ano contabilizando a significativa marca de apenas uma derrota em seu passivo. Para não ser um marco perfeito, o único revés sofrido no período foi justamente aquele que o eliminou da competição mais importante do 1º semestre, a Copa do Brasil, atalho mais acessível para a Libertadores.
Heranças positivas da marca obtida foram a conquista direta, sem disputa das finais e invicto, do Estadual, e o 2º lugar que ocupa no atual Basileirão, no vácuo do Corínthians, apesar de carregar nos ombros o pesado fardo das críticas relativas à fragilidade de sua zaga e a indefinição do seu ataque.
Irônicamente, sua defesa está entre as que menos gols levou e é o clube que mais gols marcou, com um terço do campeonato já transcorrido.
Sempre que há críticas constantes em um grupo, alguém é escolhido para carregar a cruz e o da vez, por grande parte da torcida, é o jovem zaqueiro Welliton, que está suspenso do jogo desta noite contra o Cruzeiro, nas Minas Gerais. Este jogador deveria ser retrabalhado pelo clube no sentido de compreender que a bola não é sua inimiga, não quer lhe fazer algum mal, para ver se melhora a sua relação trabalhista com ela. Fui dos que mais pediram paciência com ele, porém a mesma se esgotou com suas sucessivas trapalhadas quando a redonda está perto de suas pernas e chuteiras, produzindo tensão e frio na espinha cervical da galera, no momento aliviada com a sua providencial ausência logo mais. Temo que os torcedores não perceberam que a saída deste jogador pode representar um resultado nulo para a segurança da zaga, considerando a consequente escalação do David Braz que, não à-toa, perdeu a condição de titular que ostentava desde 2009, tendo a espetacular vitória sobre o Santos, na Vila Belmiro, apagado a sua pífia atuação no 2º tempo daquela partida, quando entrou exatamente no mesmo lugar onde começará jogando, hoje, na Arena do Jacaré.
Penso que resultado da troca será o apressamento da estreia do Alex Silva, hoje remarcada para o dia 14 próximo, no jogo com o Figueirense, acabando com esse dilema da mesma forma como o Júnior César, na lateral-esquerda, fez a massa esquecer rapidamente o Egídio.
No ataque que mais vezes marcou até aqui, segue-se com a solidão do Deivid, que só acaba com a chegada dos meias para a conclusão em gol, o que vem sendo bem-sucedido, obtendo-se resultados positivos e fazendo valer a importância da tese de alguns segundo a qual "já não se precisa de jogadores fixos na frente e, sim, de meias que marquem um encontro pontual com a bola dentro da área". Essa premissa estabelece o começo do fim dos centro-avantes? Os pontas foram extintos dando vez aos alas, laterais e até mesmo volantes, e pelo que se vê inicia-se a agonia dos antigos camisas 9, com os meias armando e chegando para concluir.
Sendo assim, não percam, futuramente, o esquema de jogo que nem Carlos Alberto Pareira, o melhor teórico de futebol da atualidade, ousou pensar, representado pela sequência numérica 4 - 6 - 0. Difícil será furar o bloqueio no meio de campo, espaço que será disputado por 12 jogadores.
Creio que o adversário de logo mais, o papai Joel Santana, acharia um luxo dispor de seis jogadores em seu meio de campo. Eita coisa boa, exclamaria com um sorrisão na boca o boa gente JS.
GOL NELES MENGÃO!
SRN!