Buon Giorno, Buteco! A liderança do campeonato, enfim! Ainda que saibamos do jogo a menos do Corinthians, quando lembramos que é contra o Santos campeão da Libertadores/2011 nos enchemos de esperança para mantê-la até o final. Mas na quarta-feira nossa liderança já será posta à prova num jogo fora de casa. O adversário, que ocupa o pelotão intermediário da tabela, o Figueirense, certamente marcará forte e tentará jogar no abafa. Que as vitórias de grande expressão contra adversários de maior porte, como Santos, Grêmio e Cruzeiro, não iludam o grupo contra o próximo adversário. Que a indigesta parada que foi o Coritiba no sábado sirva de alerta.
Falando no jogo de sábado, tivemos mais do mesmo: para variar, o Flamengo entrou com a formação de três volantes, mas com a novidade tão esperada, que foi o Muralha tendo a oportunidade desde o início. Muralha, porém, teve atuação um tanto tímida, e não sabia se marcava ou se apoiava. A postura do Flamengo naquele primeiro tempo, contudo, é que foi decisiva. Tal qual contra o Grêmio, a postura mais defesiva permitiu ao Coritiba marcar o Flamengo em seu próprio campo, dominar o meio campo e tomar conta do jogo, o que só foi começar a mudar a partir da metade do primeiro tempo, no qual, contudo, no geral o Coritiba foi um pouco melhor. Muralha chegou a fazer uma boa jogada pela direita. Pena que foi um lance isolado. Espero que outras oportunidades surjam e que lhe seja permitido apoiar, tal como fez Luiz Antônio em outras partidas. E, se não for permitido, que Muralha seja ousado, tal qual Luiz Antônio, rsrsrsrsrsrsrs.
No segundo tempo, bem, a simples presença de Bottinelli em campo, não que tenha feito uma grande partida, muito pelo contrário, pois na verdade ninguém individualmente fez, tornou o Flamengo mais ofensivo e, assim, senhor do jogo. E o Coritiba passou o resto da partida "com a bunda no azulejo", como costumava dizer um saudoso comentarista da saudosa "Rádio K", de Goiânia. Ah, como é bom ver o Flamengo na frente, como Flamengo! Olhem, é outra coisa, mesmo num jogo pra lá de difícil, como naquele segundo tempo, com o Coritiba passando, somente então, a jogar totalmente retrancado; mesmo num jogo que não era agradável de se assistir; mas era o Flamengo com cara de Flamengo: ofensivo, não repleto de volantes no lugar de armadores.
A substituição que veio a ser certeira foi a entrada do Jael, que, cruel como anuncia em seu apelido, pelo alto, em mais um passe decisivo de Ronadinho Gaúcho, "chutou de cabeça", como gosta de dizer o Rocco, e colocou o Flamengo na liderança.
Que contratação foi essa do Ronaldinho Gaúcho, hein, gente? Aprontou das suas, tem que tomar um cuidado danado com suas aventuras noturanas, etc., mas, dentro de campo, o cara decide, não há como negar. E mantenho a minha fé de que, em torno dele, rumamos ao título. Aliás, o cara é especialista em pontos corridos. É bom não esquecer disso.
Teoria e Prática
Essa conversa de dois, três volantes; de losango ("losango do inferno", como gosta de dizer o Patrick), de quadrado; se jogou como meia ou como volante que apoia; tudo isso acaba sendo muito teórico e chato. Na prática, o que importa, meus caros amigos, é com quantos o time entra em campo para atacar e para se defender e como se distribuem os atleta sem cada uma dessas funções, bem como se essa distribuição se dá de forma organizada e coordenada. O auge da sofisticação se deu com a "Laranja Mecânica" holandesa em 1974.
Bem, o que quero dizer com isso? O esquema de três volantes pode dar certo? Claro que pode? Na Copinha, por exemplo, deu, com Victor Hugo, Lorrain e Muralha; Negueba e Adryan; Lucas (Thomaz). Nem me peçam para colocar em números que joça foi essa (seria um hexágono?), mas o que importa é que deu muito certo. Bom técnico é o que conhece as características de seus jogadores e sabe como utilizá-los, não é mesmo?
Pois então, quanto ao Flamengo de hoje, gosto de utilizar três situações para ilustrar o meu ponto de vista: o meio de campo do Flamengo nos jogos contra o América/MG e Santos na Vila Belmiro. Idênticos na escalação e na forma com que jogaram, ao menos, no que toca ao jogo da Vila Belmiro, nos primeiros vinte minutos. Willians, Luiz Antônio e Renato Abreu, o trio de volantes, entrou recuado, amuado, com uma postura mais defensiva. Contra o América/MG, tomou uma virada depois de ter aberto 1x0 com um gol de bola parada logo no início; contra o Santos, levou 0x3 com 20 (vinte!) minutos de jogo! A diferença, bem, tanto num jogo, como no outro, foi a mudança de postura. Na partida contra o América/MG, foi preciso alterar a escalação da equipe, tornando-a mais ofensiva; já contra o Santos, isso sequer foi necessário, pois já quando estava 2x0 o Luiz Antônio mudou sua forma de jogar e começou a apoiar e o Flamengo começou a criar suas situações de gol.
Bem, Luiz Antônio, então, assim como na partida contra o Ceará, jogou de meia ou de volante? Não vou perder meu tempo discutindo. Tem hora que o rapaz é tão descompromissado com a marcação que parece ponta direito. Isso me faz gostar muito de seu futebol, rsrsrsrsrsrsrs. Não sabendo se ele é desobediente taticamente ou se é bem orientado pelo treinador, eu sei que a resposta para o bom rendimento do Flamengo e para a liderança vem sempre que a equipe toma a postura ofensiva dentro de campo, seja com o volante que originamente é volante, mas sabe apoiar e apoia como meia ou como ponta, ou como volante que sabe apoiar, vocês escolhem (se é que vocês me entendem... rsrsrsrsrsrs), seja com outra formação, com apenas dois volantes e mais meias ou mais atacantes.
Nossa liderança será posta à prova no domingo. Se o Flamengo entrar em campo como Flamengo, sairá de Florianópolis líder, não tenho dúvida alguma quanto a isso. O trabalho de Vanderlei Luxemburgo no Flamengo encontrou a solução para o problema que a formação incial por ele idealizada criou. Está em suas mãos o caminho para o título.
Vamos curtir a liderança.
Bom dia e SRN a todos.