A emoção do Pet e da torcida marcaram o jogo do Flamengo com o Corínthians pela 3ª rodada do Brasileirão, que era tido e havido como o divisor de águas relativo à competência do time do Flamengo este ano e que, supostamente, ainda não tinha sido devidamente testada, mesmo tendo fechado o mês de maio com apenas uma derrota na atual temporada, mas ainda assim disseminando desconfianças quanto a sua competividade em nível nacional.
Se me perguntarem o porquê da escolha da equipe corinthiana para referência tão importante, não saberei explicar, pois em nada é alguma coisa superior ao Vasco, Botafogo e Fluminense deixados pra trás no Campeonato Estadual vencido pela 32ª vez pelos rubro-negros, com a respectiva taça já abrigada em seu ninho preferido de frente para a paradisíaca Lagoa Rodrigues de Freitas.
A partida foi disputada em igualdade de condições por dois dos principais candidatos ao título brasileiro deste ano, com alternâncias de oportunidades que se aproveitadas poderia dar a vitória a um ou a outro. Pelo lado do Flamengo, Diego Maurício, exigido pela torcida para ser testado como centro-avante, chutou pra fora, a seis metros do goleiro, uma bola magistralmente enfiada pelo Ronaldinho que marcou um encontro dele com ela na cara do goleiro, pelo lado direito da grande área. Já Wanderlei, o estabanado centro-avante de fato, não entendeu a tempo o que qualquer atacante tem a obrigação de ofício perceber, ou seja, que o armador do time vai meter a bola nele, por pensar sempre nele, por ele ser considerado pela função que exerce o homem do último toque na bola para estufar as redes adversárias. Daí, Pet fez um lançamento na vertical, deixando-o frente a frente com o goleiro, mas como o cabeça de bagre demorou para "ver" o lance, chegou atrasado na bola. Por sua vez, Ronaldinho carimbou o pé direito da trave corinthiana, num belo chute da entrada da área.
Coube a Renato Abreu, novamente, levar o Flamengo a marcar, numa precisa e preciosa cobrança de falta, que Zico e Pet assinariam. Sem defesa, sem choro nem vela. Coincidentemente, na semana passada li uma matéria elaborada por um dos setoristas dos jornais que cobrem o Flamengo, que o Luxa praticamente o obrigou a parar de treinar esse fundamento após um dos treinos vespertinos do Flamengo no CT. O motivo revela o grau de responsabilidade desse rapaz, pois a noite já estava chegando, todos haviam ido para o vestiário, mas o Renato continuava em campo cobrando faltas. Depois do aviso do treinador, R11 simplesmente cobrou mais seis faltas para depois, dentro do escuro da noite de Vargem Grande, dirigir-se aos vestiários, finalizando o aperfeiçoamento praticado. Não é à-toa que ele se constitui num dos volantes que mais marcaram gols com a camisa do Flamengo, os quais se aproximam celeremente das sessenta balançadas de redes. Só espero que o gaúcho não queira continuar batendo todas, de perto ou de longe, pela esquerda ou direita, e que seja suficientemente humilde para reconhecer que em determinadas posições do campo a bola é do Renato. Ou que o Luxemburgo dê tal ordem, o técnico está lá também pra isso.
A mídia noticia que o volante Airton, de gratas memorias hexanianas, está prestes a voltar. Que bom, o Flamengo não pode ficar à mercê da estupidez do Willians, que tem um lento progresso no entendimento quanto ao conceito de que o corpo é para ser usado em harmonia com a bola e não para quebrar o adversário. Para isso existe a luta livre e o boxe.
A mesma mídia informa que Diego Maurício pode sair para a vinda do André. Coisa de louco. Diego Maurício, que não tem nada de Drogba, é um jovem talento em ascenção e dele pode-se esperar grandes alegrias num breve futuro. Não acredito em sua eficiência como centro-avante como muitos desejam, mas também acho que pode e deve ser testado na função, afinal, não sou o dono da verdade. Se der certo, ótimo para todos nós. Se não der, vamos em frente. O método das tentativas e erros consiste nisso e não custa tentar, seu Vanderlei Luxemburgo.
Escrevo enquanto o tempo corre na despedida do Ronaldo no jogo Brasil x Romênia. Que festinha fuleira, hein! Bem que o Galvão Bueno, o ufanista, tentou transformá-la num mega-evento, mas como fazê-lo sem a presença da emoção nas arquibancadas? Essa bela moça parece que preferiu a companhia do Petkovic e ficar no Rio de Janeiro, desde domingo passado, numa casa Rubro-Negra...
SRN!