Buon Giorno, Buteco! Estamos às vésperas do início de mais um campeonato brasileiro. Eu, que sou um entusiasta da ideia da redução máxima dos estaduais (não extinção), fico aliviado, confesso, ao mesmo tempo que ansioso. É sem dúvida a maior e mais importante competição do país. Na era moderna, infensa a manobras políticas que reconhecem títulos a torneios em que o campeão disputou quatro jogos (!), o Mais Querido é o maior campeão. Logo, não há como a torcida rubro-negra não iniciá-lo sem a maior das expectativas. Não vamos deixar de reconhecer o óbvio, né? Será que esse ano o Flamengo entra na competição em condições de disputar o título?
Ao meu ver, ainda não. Pode chegar a tanto, mas ainda não. Na segunda-feira o Patrick explicou o porquê, mostrando o que falta ao time. Hoje, gostaria de lembrar aos amigos que o esquema de jogo que o Luxemburgo iniciou o ano, com uma defesa que toma poucos gols somada a um ataque que marca menos gols ainda, em campeonatos brasileiros, salvo a exceção do longínquo ano de 1997, rendeu-nos em regra a disputa para fugir do rebaixamento. Ano passado não foi diferente, quando o Flamengo teve o quarto pior ataque da competição e a oitava melhor defesa. Podem pesquisar e constatarão que, na década passada, nos piores anos de fuga do rebaixamento, em regra a defesa do Flamengo estava entre as menos vazadas e o ataque entre os de pior rendimento.
Quando o esquema de jogo mostrou sinais de falência contra adversários de terceira linha, houve uma mudança na filosofia de jogo, muito bem vinda, por sinal, mas com ela, como sabemos, veio em contrapartida a invevitável exposição de uma zaga insegura, e como a mudança ocorreu no período decisivo de duas competições, não houve tempo para treinar a equipe e entrosá-la no novo esquema de jogo, mais ofensivo. Acho que isso pesou na desclassificação para as semifinais da Copa do Brasil, mas como em toda situação há o seu lado positivo: o tempo que faltava antes sobrou agora e o Luxemburgo teve duas semanas inteiras para treinar a equipe antes da estreia contra o Avaí. Em tese, poderemos ver em campo na estreia uma equipe melhor postada, que consiga sufocar o adversário por mais tempo do que quinze a trinta minutos iniciais da partida.
Voltando às deficiências da equipe, algumas só serão supridas com os reforços que os nossos colunistas Patrick e Roni já apontaram; contudo, eu penso que as do sistema defensivo são ainda mais urgentes. Morro de medo do Wanderley ser um desses jogadores com prazo de validade, que precisam de longos períodos de reciclagem no banco de reservas para depois gastar toda a bateria em dois ou três jogos, mas a verdade é que dos nossos zagueiros e laterais esquerdos nós já temos certeza que é disso que se trata, sendo que alguns não poderiam nem estar no elenco, enquanto em relação ao Wanderley eu gostaria de ver como ele se comporta sendo abastecido por um time azeitado, entrosadinho, mas quero aproveitar a oportunidade e reiterar meu protesto quanto à inexplicável situação do Diego Maurício, que para mim seria o titular. Enquanto o mercado internacional não se abre, a Diretoria poderia perfeitamente garimpar alguns reforços no mercado interno, como fez com o zagueiro Gustavo (nome de craque!). Acho uma temeridade iniciar o campeonato com Welinton e David na zaga e com Egídio, Alvim ou Angelim improvisado (maldade com o Magro de Aço!) na lateral esquerda.
O adversário da estreia
Assisti à maior parte do primeiro jogo da semifinal entre Vasco da Gama x Avaí ontem em São Januário e posso lhes dizer que o nosso próximo adversário é um time pra lá de enjoado, que não só contra-ataca bem, como, quando precisa, parte pro ataque mesmo jogando fora de casa. A entrevista do Silas, treinador deles, no final do jogo dá conta de que se trata de um time jovem e que, por isso, teria condições de escalar no sábado, contra o Flamengo, no Engenhão, a maior parte dos jogadores que atuaram ontem à noite (!). Será que é verdade? E se for, a cabeça deles estará aonde? Em Macaé ou no Estádio da Ressacada, para a partida de volta da semifinal?
Uma coisa é certa: o Flamengo terá que se impor como mandante e espero que não deixe o ritmo cair. Tomara que as duas semanas de treinamento já tenham viabilizado ao time maior constância nesse ponto. E espero, finalmente, da torcida rubro-negra em Macaé muita compreensão e apoio ao time.
SRN a todos.